terça-feira, 19 de março de 2024

México ultrapassa China como maior fonte oficial de importações dos Estados Unidos

O Bureau of Economic Analysis (BEA) dos EUA  divulgou dados de fevereiro revelarando uma mudança significativa: o México ultrapassou a China como principal fonte de importações oficiais dos Estados Unidos, pela primeira vez em duas décadas. Ainda em 2018, a China controlava 47% dos volumes de contêineres de entrada nos Estados Unidos, observou um relatório da Container xChange. Mas as crescentes tensões geopolíticas entre Pequim e Washington, as novas tarifas e uma mudança no impulso industrial pós-Covid em direcção ao Sudeste Asiático reduziram o domínio da China, explicou um relatório do JOC.

Consequentemente, houve um aumento notável nas importações do México, Europa, Coréia do Sul, Índia, Canadá e Vietname. Entre 2022 e 2023, o valor dos bens importados do México para os Estados Unidos aumentou quase 5%, atingindo mais de 475 mil milhões de dólares, segundo o Departamento de Comércio. Em contraste, as importações chinesas caíram 20% ao mesmo tempo, totalizando 427,2 mil milhões de dólares, ligeiramente acima das importações do Canadá.

Mas apesar da contracção da atividade industrial e do declínio da confiança dos consumidores, a China enviou o maior volume de carga conteinerizada para os Estados Unidos desde maio de 2022. O aumento nos envios da China para os Estados Unidos é atribuído em parte à tradicional corrida antes do Ano Novo Chinês, período em que as fábricas chinesas aceleram o movimento de mercadorias para os seus portos de exportação. Outro fator que contribui para o fluxo contínuo de contêineres é o aumento da demanda dos importadores dos EUA para atender às vendas no varejo inesperadamente altas.

Antecipando um aumento nos embarques, espera-se que fevereiro e março apresentem bons resultados para os portos dos EUA, especialmente aqueles na Costa Oeste. Disparidade de dados: Alguns economistas alertam que a aparente redução no comércio entre os Estados Unidos e a China pode não ser tão pronunciada como sugerem os dados bilaterais. Em particular, empresas multinacionais como a Hisun, um produtor chinês de veículos, transferiram parte da sua produção para outros países, continuando a adquirir matérias-primas e peças da China.

Em alguns casos, as empresas podem desviar bens produzidos na China através de outros países para evitar as tarifas dos EUA. Contêineres excedentes = oportunidade O Container xChange em parceria com o Econdb, um serviço líder de dados especializado em indicadores económicos e na indústria naval, salienta que em Fevereiro de 2024, os EUA importaram 522.782 TEUs enquanto exportavam 331.085 TEUs, indicando um excedente de contentores. Isto implica uma redução dos preços dos equipamentos, sendo um momento adequado para investir na sua aquisição.

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