A atividade no Porto canadense de Montreal foi interrompida depois que a Associação dos Empregadores Marítimos impediu o acesso a 1.200 trabalhadores sindicalizados. A associação deu ao Sindicato dos Estivadores até domingo, às 20h, horário de Nova York, para responder a uma oferta que incluía um aumento salarial de aproximadamente 20% ao longo de seis anos, elevando a remuneração média total de uma estiva para mais de US$ 143.608 por ano.
No entanto os membros do sindicato rejeitaram quase por unanimidade essa oferta, de acordo com um comunicado. O sindicato observou que em outubro (2024), os estivadores americanos alcançaram um aumento de 62% em seis anos. “A Associação de Empregadores Marítimos lamenta o resultado negativo da votação realizada pelo Sindicato dos Estivadores de Montreal sobre a oferta final e completa apresentada na quinta-feira, e não tem escolha a não ser declarar um bloqueio efetivo às 21h00 desta noite”, anunciou em comunicado.
Montreal é o segundo maior porto do Canadá, movimentando quase 288 milhões de dólares em mercadorias por dia, mas tem operado bem abaixo da capacidade desde que os estivadores em dois terminais abandonaram o trabalho em 31 de março. Ambas as partes não renovam acordo coletivo de trabalho desde 31 de dezembro do ano passado e solicitam intervenção do governo.
A Autoridade Portuária de Montreal pediu ao governo do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que ponha fim à disputa trabalhista. “Acredito que os melhores acordos são negociados à mesa. Mas sejamos realistas, não há negociações”, disse Julie Gascon, diretora executiva da autoridade portuária, na última quinta-feira. Na costa oeste do Canadá, uma disputa laboral separada já está perturbando cerca de 574 milhões de dólares por dia nos negócios.
Os empregadores portuários na província da Colúmbia Britânica fecharam as portas aos trabalhadores em 4 de novembro, depois que um sindicato publicou um aviso de greve recusando-se a fazer horas extras. O Ministro do Trabalho, Steven MacKinnon, disse que o governo apoia as negociações, mas que as conversações tanto na Colúmbia Britânica como em Montreal estavam “progredindo a um ritmo insuficiente, indicando uma preocupante falta de urgência por parte das partes envolvidas”.