quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Triunfo pode vender Portonave para ajudar a saldar dívidas

         Os rumores de que a Portonave está à venda aumentaram nesta semana com a nota emitida pela Triunfo Participações e Investimentos S.A. (TPI) informando a possibilidade de alienar ativos para pagar dívidas. A TPI tem 50% das ações da Portonave e o terminal é seu ativo com maior liquidez — o que tem melhores possibilidades de resultar em um bom negócio.
         O porto de Navegantes é um dos investimentos mais rentáveis da Triunfo, que tem como principal foco a concessão de rodovias. É o segundo maior movimentador de contêineres do país, atrás apenas do porto de Santos. Responde, sozinho, por 55% da movimentação de contêineres em Santa Catarina e empurra para cima os números do Complexo Portuário, que também integra o porto de Itajaí e outros terminais menores.
         A TPI não fala em preços, mas no mercado especula-se que as ações da Portonave poderiam ser negociadas por valores que chegam aos 10 dígitos. Um negócio de mais de R$ 1 bilhão. Ainda que a venda ocorra de fato, a Portonave não passaria a ter um "novo dono". Metade das ações do porto continuarão pertencendo à Terminal Investments Limited (TIL), empresa suíça controlada pelo armador MSC. 
         A Portonave não comenta a possível venda. A Triunfo informou que ainda não decidiu que ativos poderão ser alienados, "nem tampouco identificou ou iniciou tratativas com nenhum potencial interessado". Há rumores no mercado de que o negócio poderia interessar aos grandes operadores portuários internacionais.
         Além da Portonave, a participação da Triunfo na concessão da hidrelétrica Três Irmãos e o Aeroporto de Viracopos, que a Triunfo assumiu em 2013, também estaria na lista dos que serão alienados. Reportagem publicada pela revista Exame em janeiro diz que manter a concessão do aeroporto é hoje um dos maiores problemas para a Triunfo.
        O alto preço do negócio, os problemas com a sócia, a empreiteira UTC, que ficou sem dinheiro para aportes depois de ter executivos presos e contratos cancelados, além de multas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por atraso em obras, teriam tornado o negócio inviável.
Viracopos, afirma a publicação, representa apenas 9% da receita da TPI, mas responde por 20% das dívidas da empresa. Não à toa, a intenção de venda da participação da Triunfo em Viracopos já era ventilada há pelo menos três meses. O preço chegaria a R$ 350 milhões.          Diferente de outras gigantes do ramo, os problemas financeiros da Triunfo Participações e Investimentos não estão atrelados à Operação Lava Jato — a TPI não é alvo da operação.
A empresa é uma das que apostaram alto nas concessões do governo federal nos últimos anos e venceram concorrências com preços competitivos, contando com aditivos e créditos do BNDES. Quando o governo ficou sem dinheiro, essas alternativas para turbinar o caixa deixaram de existir.
         A empresa terminou o último trimestre de 2016 com uma dívida líquida de R$ 3,47 bilhões.
Leia a nota da Triunfo ao mercado:
         São Paulo, 6 de fevereiro de 2017 - A Triunfo Participações e Investimentos S.A, mantendo suas boas práticas de transparência e equidade de informações, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que pretende elaborar um plano de melhoria de sua estrutura de capital. Para tanto, a Companhia, em conjunto com assessores financeiros e legais contratados, avalia a possibilidade de alienar ativos a serem selecionados por sua Administração e utilizar eventuais recursos advindos da venda para reduzir seu o endividamento e de suas controladas. Até a presente data, a Administração da Companhia não decidiu quais ativos poderão ser objeto de alienação, nem tampouco identificou ou iniciou tratativas com nenhum potencial interessado. A Companhia manterá o mercado informado a respeito da matéria tratada neste Comunicado ao Mercado. (Fonte: ClicRBS)

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