segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Temer diz que participação do agronegócio brasileiro no mercado mundial chegará a 10% em cinco anos

         O presidente Michel Temer manifestou-se hoje (20) otimista com o impulso que o setor agrícola do país poderá dar para a retomada do crescimento econômico, a partir de medidas de incentivo como o processo de desburocratização. Ele acredita que a participação dos negócios no mercado mundial deverá aumentar acima da meta, que é a de passar de 7% para 10% em cinco anos. O presidente participou da cerimônia de lançamento do Plano Agro+SP, no World Trade Center, na zona sul da capital.
         Falando a uma plateia de representantes do agronegócio, Temer reagiu aos que cobram atitudes mais pragmáticas do governo federal contra a crise econômica. Ele afirmou que, ao iniciar a gestão, e nos últimos nove meses, encontrou um ambiente de “fortíssima recessão” e que o primeiro passo foi sair dessa condição.
         Para demonstrar esse avanço, o presidente lembrou que a “Petrobras estava no fundo do poço, mas que seu valor de mercado está 145% maior” e que ações de outras estatais também se valorizaram. Além disso, destacou o resultado favorável da gradual queda da inflação, com a taxa chegando ao menor nível em 20 anos em janeiro, e com tendência de atingir variação abaixo de 4,5%, portanto com chance de ficar abaixo do teto da meta. Em consequência, a situação converge para que a taxa básica de juros (Selic) continue caindo e favorecendo “o resgate da confiança” e dos investimentos, acrescentou.
         “Somos um governo reformista. Queremos um país entrando nos trilhos”, disse Temer. Ele disse que, para levar o Brasil ao crescimento econômico, são necessárias medidas de controle de gastos públicos. Segundo o presidente, nesse curto espaço de tempo, já foi alcançada uma redução no déficit público, que passou de R$ 170 bilhões para R$ 140 bilhões. Temer reconhece, no entanto, que o saldo negativo ainda é alto e precisa ser combatido. Nesse sentido, considera essencial a continuidade do encaminhamento de mudanças estruturais.
         Ele afirmou que a reforma na área de educação vai devolver a qualidade do ensino. Quanto às demais reformas, como a da Previdência, disse que estará empenhado em implementá-las. O presidente procurou desfazer comentários da oposição, que, segundo ele, diz aos trabalhadores: “estão roubando os seus direitos". "Não é nada disso”, afirmou Temer, ao garantir que não se mexerá em direitos adquiridos.
         O presidente foi bastante aplaudido ao defender a redução da carga tributária. Também informou que pretende dar um empurrão na reforma política “Se conseguir fazer isso, me darei por satisfeito.”
Ele reafirmou que o desenvolvimento agrícola está entre as prioridades do governo e anunciou a intenção de participar da Agrishow, o maior evento do setor, que ocorre em Ribeirão Preto, no interior paulista.  Segundo Temer, a agricultura tem sido a principal abordagem em todas as conversas com os outros países.
         Presente ao evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que é intenção do governo ampliar as negociações com o México, aproveitando o espaço deixado pela política do novo presidente norte-americano, Donald Trump. O Agro+ SP faz parte da política do Ministério da Agricultura para incentivar as exportações. No ano passado, as vendas externas do agronegócio paulista atingiram R$ 17,92 bilhões, com alta de 12,8% sobre 2015. Entre os setores em alta estão o complexo sucroalcooleiro, carnes, sucos, produtos florestais e complexo de soja.
         São Paulo é o segundo estado a contar com o plano, o Agro+ estadual. O primeiro foi o Rio Grande do Sul e o próximo será Rondônia, que tem lançamento programado para 13 de março. O Distrito Federal está com lançamento agendado para a segunda quinzena de maio, durante a feira AgroBrasília. Os estados de Mato Grosso, Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Bahia, do Rio de Janeiro e de Goiás já demonstraram interesse ou estão com seus planos avançados.
         O objetivo é desburocratizar as atividades, reduzindo os custos de produção e ampliando o fluxo de negócios. O ministro da Agricultura informou que a pasta recebeu até agora 400 demandas, das quais já foram atendidas em torno de 300. Entre as demandas está a questão de rótulos de produtos que exigiram a presença física dos empreendedores para a liberação. Agora, a tramitação dos pedidos e da autorização ocorre por meio de um programa online.
         O ministro lembrou que outra demanda é quanto à temperatura interna dos alimentos embalados que tinham de ser mantidos a 18 graus negativos. Agora, passou a ser adotado o padrão de outros países, baixando para 12 graus negativos.

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