sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Setor aquaviário movimenta 1,3 bilhão de toneladas em 2023, expansão de 6,9% em relação a 2022

Entre janeiro e dezembro do ano passado, o setor aquaviário brasileiro movimentou 1,303 bilhão de toneladas. Os dados são do Desempenho Aquaviário 2023 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) divulgado hoje pela autarquia. Esta é a maior movimentação registrada na série histórica e representa crescimento de 6,9% em relação a 2022.

Dentre os tipos de navegação, a interior chamou a atenção pelo crescimento expressivo, 10,5%, seguida pela de longo curso, com aumento de +8,3% e, por fim, pela cabotagem, que apresentou crescimento de 1,6%.  Os perfis de cargas mantiveram a tendência apresentada durante todo o ano de 2023. As principais mercadorias movimentadas pelo setor aquaviário foram soja (+29%), milho (+18%), óleo bruto de petróleo (+9,4%) e minério de ferro (+7,6%). Outro destaque positivo foi para os fertilizantes (+6,9%). Por sua vez, a carga conteinerizada apresentou queda de -0,5% e a carga geral, de -2,9%, de acordo com o levantamento.

Os portos públicos que apresentaram melhor desempenho foram os de Santos, Paranaguá e Itaguaí, que cresceram 7,7%, 12,1% e 10,2%, respectivamente, o que representou crescimentos de 9,7 milhões, 6,3 milhões e 5,2 milhões de toneladas em comparação com 2022, na devida ordem.

Já os Terminais de Uso Privado de maior destaque no ano foram o Terminal de Petróleo Tpet/Toil – Açu RJ, que apresentou alta de 32,9%, o Terminal Porto Sudeste do Brasil S/A - RJ, que cresceu 47,9%, e o Terminal de Tubarão – ES, com crescimento de 11,8%. Em toneladas, os crescimentos em comparação com o ano anterior foram de 14,3 milhões, 8,9 milhões e 8,0 milhões, respectivamente.

A movimentação aquaviária de soja e milho do Arco Norte do país superou a do restante do país. De acordo com os dados do Estatístico Aquaviário da ANTAQ, a movimentação dos portos e terminais do arco norte foi de 100,8 milhões de toneladas em 2023, contra 88,5 milhões de toneladas no ano anterior. Já a movimentação do restante do Brasil, abaixo do paralelo 16°S, alcançou a marca de 100,2 milhões de toneladas movimentadas, contra 73,4 milhões em 2022. 

 O Arco Norte tem se tornado uma alternativa fundamental para o escoamento da produção de soja e milho do país, duas mercadorias que, nos últimos 13 anos, viram suas exportações triplicar e quintuplicar, respectivamente, tornando o Brasil o maior exportador dessas commodities. O Brasil responde, hoje, por 58% das exportações mundiais de soja e 27% das exportações de milho, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O segundo semestre de 2023 registrou seca intensa na região hidrográfica amazônica. Entre agosto e novembro, a queda de movimentação de mercadorias e contêineres foi expressiva e a retomada se deu a partir de novembro, com a volta do esquema de chuvas. 

Apesar do impacto da seca, a navegação interior apresentou crescimento de mais de 10%, principalmente em razão do escoamento de soja no primeiro semestre do ano. A ANTAQ divulgou a expectativa de movimentação portuária para os próximos anos. Os estudos indicam que a movimentação alcançará 1,313 bilhão de toneladas em 2024, um crescimento de 2,3% em relação a 2023. A Agência espera que a tendência de alta na movimentação portuária continue pelos próximos quatro anos. Em 2027, estima-se que o setor portuário nacional movimente 1,415 bilhão de toneladas, em comparação com 1,391 bilhão de toneladas em 2026. As previsões para 2025 indicam uma movimentação de 1,333 bilhão de toneladas.

A partir de hoje, o Painel Estatístico da ANTAQ passará a contar com novos recursos de acessibilidade, como contraste e tradutor de Libras.  O painel está disponível no site da Agência para consulta dos indicadores por tipo de operação, perfis de carga, instalações portuárias e muitos outros filtros. O recurso também pode ser acessado por smartphones e tablets. 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário