A reconfiguração do mercado de petroleiros se manteve no ano passado. Em 2022, as sanções transferiram as exportações da Rússia da Europa para a Ásia, enquanto os cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no ano passado aumentaram a quota de. A produção de petróleo do Brasil aumentou 12% ano ao ano em 2023, enquanto as exportações de petroleiros subiram 19%, afirma Niels Rasmussen, analista-chefe de transporte marítimo da BIMCO.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a produção de petróleo do Brasil atingiu 3,49 milhões de barris por dia (mbpd) em 2023, acima dos 3,12 mbpd do ano anterior. As exportações de petroleiros aumentaram de 1,35 mbpd em 2022 para 1,61 mbpd em 2023, e a participação do país nas exportações de petroleiros cresceu assim de 3,5% para 4,1% em 2022 e 2023, respectivamente.
"As exportações de navios petroleiros do Brasil para a China cresceram 55% ano a ano, de 0,41 mbpd em 2022 para 0,64 mbpd em 2023 respondendo por 88% do aumento total, o que também contribuiu com quase 30% para o aumento de 12% nas importações chinesas de navios petroleiros em 2023", diz Rasmussen. O aumento na participação do volume exportado para a China contribuiu para um aumento de 4% na distância média de navegação das exportações brasileiras. Portanto, o Brasil contribuiu com 23% mais toneladas-milha para a demanda por navios-tanque de petróleo bruto em 2023 do que em 2022, o equivalente a 5,8% da demanda global por tonelada-milha.
A mudança nos destinos das exportações brasileiras também se traduziu em uma mudança entre os segmentos de navios. Os VLCCs se beneficiaram de rotas mais longas e os volumes e toneladas-milhas de VLCC no Brasil aumentaram, respectivamente, 49% e 44% em relação a 2022. A AIE espera que a produção de petróleo do Brasil aumente 0,24 mbpd em 2024.
Com a expectativa de que a capacidade e as operações das refinarias permaneçam estáticas, as exportações de navios-tanque de petróleo bruto do país deverão crescer até 15% em 2024. Da mesma forma, a BIMCO projeta que a China será o país com o maior aumento na demanda de petróleo em 2024. Portanto, pode-se esperar novamente que as toneladas-milhas para as exportações de navios-tanque de petróleo bruto do Brasil cresçam mais rapidamente do que os volumes e que os VLCCs sejam os mais beneficiados.
"Impulsionada pelo aumento da produção no Brasil, nos EUA, na Guiana e no Canadá, a região das Américas deverá produzir 1,4 mbpd a mais de petróleo em 2024, enquanto a produção global deverá aumentar apenas 1,3 mbpd. Portanto, espera-se que toda a região acompanhar o desenvolvimento do Brasil: mais exportações, viagens mais longas e uma participação maior no mercado global de petroleiros", diz Rasmussen
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