O adeus, aparente, de Sarney

O senador José Sarney, maranhense eleito pelo PMDB do Amapá, anunciou que não será candidato a reeleição este ano, encerrando uma carreira política inciada como deputado federal em 1954. Ex-presidente da República (era o vice de Tancredo Neves, que morreu antes de assumir, na volta dos civis ao poder, finaliando o ciclo de governos militares), ex-governador do Maranhão, é também membro da Academia Brasileira de Letras, autor dos livros Marimbondos de Fogo e O Norte das Águas, recebidos com desdém pela crítica especializada. Considerado um dos homens mais influentes do país nos últimos 40 anos, o político nordestino notabilizou-se por saber transitar pelas altas esferas sem jamais ficar longe do centro de decisões. Aos 84 anos de idade, a indagação é se ele vai de fato recolher-se dedicando mais tempo ao apoio da mulher, Marly, adoentada, como pormete, ou se seguirá participando das decisões em torno dos destinos da República. A retirada de Sarney, de certa fomar, simboliza o fim de uma época no Brasil.