sexta-feira, 27 de junho de 2014

Diplomacia da bola

As comemorações nos bares e nas ruas das principais cidades norte-americanas da classificação da seleção nacional às oitavas de final da Copa do Mundo, mesmo com derrota para a Alemanha, mereceram matérias e comentários destacados nos veículos de comunicação do Brasil. Muitos manifestaram surpresa com a repercussão de uma competição de futebol na maior potência global, que ganhou até chancela oficial, a partir da torcida de Barack Obama, acompanhando a partida e vibrando com o feito a bordo do avião presidencial. As imagens,de fato, comprovam o sucesso. É preciso, contudo, lembrar que os Estados Unidos não são uma nação monoesportiva, como é o nosso caso. Os yankees gostam de várias modalidades e, por enquanto, o "soccer" segue atrás na preferência do público de lá de outro futebol, aquele em que brutamontes a todo momento amontoam-se uns sobre os outros, do beisebol (sem preconceito, para mim um jogo de taco metido a besta), do basquete e do hóquei. Agora, se há uma coisa que empresários e políticos do Tio Sam sabem fazer muito bem é vender o seu peixe (e muitas coisas mais) é não desperdiçar um canal valioso de marketing. Assim, finalmente, parece que descobriram que o esporte controlado pela Fifa é campeão de preferência em praticamente todo o globo e mobiliza milhões de pessoas e bilhões de euros, dólares e outras moedas. O atual chefe da Casa Branca sacou e deu o seu pontapé na bola. O pragmatismo é uma característica forjada desde a independência das treze colônias britânicas. O ex-presidente Bill Clinton,durante seu mandato, por exemplo, surpreendeu sofisticados líderes brasileiros ao servir hambúrguer com vinho da Califórnia e Coca-Cola em um formal jantar oficial que ofereceu na Embaixada estado-unidense em Brasília. Com naturalidade, explicou a jornalistas que o indagaram sobre o cardápio, que sempre valorizava os produtos nacionais em suas viagens pelo planeta. Os sofisticados convidados estavam acostumados a receber representantes estrangeiros com estrogonofe e champanhe francês. Caipirinha e feijoada, nem pensar.

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