A Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados) realizou estudo que apontam que as exportações e importações
de calçados estão em momentos bastante distintos. Conforme o levantamento, em
setembro foram embarcados 8,1 milhões de pares, 19% menos do que em setembro do
ano passado. Já as importações do mês nove chegaram a 2,9 milhões de pares,
10,5% mais do que no mesmo mês de 2019. Com os resultados, as exportações
acumuladas entre janeiro e setembro somaram 64,5 milhões de pares por US$ 490 milhões,
quedas de 24,4% em volume e de 33,2% em receita ante período correspondente do
ano passado, ao passo que as importações acumuladas chegaram a 19,15 milhões de
pares, pelos quais foram pagos US$ 237,75 milhões, quedas de 13,8% e
17,7%, respectivamente, na relação com o mesmo ínterim do ano passado.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que a balança
comercial brasileira de calçados já caiu 32% entre janeiro e setembro, em
dólares. “Existe um risco de as importações estarem, gradativamente, ocupando o
espaço dos calçados brasileiros nas prateleiras”, alerta. Especificamente sobre
a queda nas exportações, Ferreira avalia que a pandemia do novo coronavírus,
embora com menor força, segue afetando os embarques, especialmente para os
Estados Unidos. Outro fator que segue influenciando negativamente a performance
é a crise da Argentina, que vem restringindo as importações de calçados por
meio das licenças não-automáticas como forma de reter suas parcas reservas
cambiais. “É um problema recorrente e que se agrava conforme a crise do país
vizinho avança”, lamenta o dirigente, ressaltando que a Argentina é o segundo
destino do calçado brasileiro no exterior. Empresas já reportaram à Abicalçados
mais de 350 mil pares de calçados brasileiros retidos por mais de dois meses em
função do atraso na liberação das licenças de importação.
De janeiro e setembro, o principal destino do calçado brasileiro no
exterior, os Estados Unidos, importaram 6,6 milhões de pares de calçados por
US$ 154,1 milhões, quedas de 27,3% e 30%, respectivamente, ante o mesmo período
de 2019. Já o segundo destino do produto verde-amarelo foi a Argentina, para
onde foram embarcados 5,13 milhões de pares, que geraram US$ 51,35 milhões,
quedas de 30% e 34,8%. Único destino com resultado positivo, em receita, entre
os principais importadores do calçado brasileiro, a França apareceu no terceiro
posto. No período, os franceses importaram 5,17 milhões de pares por US$ 43,3
milhões, queda de 8% em volume e incremento de 0,5% em receita ante o mesmo
ínterim do ano passado.
Entre os principais exportadores de calçados do Brasil o Rio Grande do Sul se
destacou com o embarque de 15,7 milhões de pares e US$ 222,3 milhões entre
janeiro e setembro deste ano. O resultado é inferior ao do ano passado tanto em
volume (-32,4%) quanto em receita (-35%). O segundo estado exportador do
período foi o Ceará, de onde partiram 21,2 milhões de pares por US$ 120,6
milhões, quedas de 26,5% em volume e de 31,5% em receita em relação a 2019. O
terceiro exportador do período foi São Paulo, com 4,6 milhões de pares
embarcados por US$ 49,46 milhões, quedas de 21,3% e 36,7% ante o ano
passado.
No período de janeiro a setembro, entraram no Brasil 19,15 milhões de pares, pelos quais
foram pagos US$ 237,75 milhões, quedas de 13,8% em volume e de 17,7% em receita
na relação com o mesmo período do ano passado. As principais origens seguem
sendo os países asiáticos Vietnã (2,17 milhões de pares e US$ 138,14 milhões,
quedas de 76,6% e 4% ante 2019); Indonésia (817,58 mil de pares e US$ 37,77
milhões, quedas de 78,2% e 36,4%); e China (2,95 milhões de pares e US$ 28,4
milhões, quedas de 56,2% e 23,2%). Em partes de calçados - cabedais, solas, saltos, palmilhas etc - as importações
entre janeiro e setembro somaram US$ 15,3 milhões, queda de 33% ante o mesmo
período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Exportações de calçados caem enquanto as importações sobem de janeiro a setembro
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