terça-feira, 8 de julho de 2014

O maracanazo ficou menor, muito menor

Uma tragédia sempre pode ser superada por outra ainda maior. Os brasileiros passaram 74 anos lamentando o "maracanazo", a vitória de virada do Uruguai por 2x1 sobre o Brasil no recém inaugurado Maracanâ, em 1950, diante de quase 200 mil pessoas, superlotando o então maior estádio do planeta. Naquela tarde, os platinos conquistaram seu segundo e último título mundial e o carrasco Gighia permanece como um fantasma rondando a memória de gerações do Oiapoque ao Chuí. A decepção foi tão grande que até a camisa branca foi jogada no fundo de algum armário desconhecido e trocada pela amarela. Bendita mudança. Com o novo uniforme, a seleção, que passou a ser tratada carinhosamente como canarinho, tornou-se maior ganhadora de copas, com cinco taças dos mundiais da Fifa. A realização novamente do mundial no Brasil parecia ser a oportunidade de chegar ao hexa e, quem sabe, sepultar a derrota histórica. Mesmo que o time não entusiasmasse muito e as primeiras atuações tenham sido frustrantes, o triunfo sobre a Colômbia nas quartas-de-final reacendeu a chama da confiança. Alguns céticos, a boca pequena, sussurravam que no primeiro enfrentamento com um adversário realmente grande no futebol a fragilidade da equipe do técnico Felipão (comandante do hexa, em 2002)poderia ficar exposta. Mas, a goleada de 7x1 derrubou qualquer prognóstico. Nem o mais maluco apostador cravaria um placar tão humilhante. Os próprios alemães, no final da partida, não conseguiam disfarçar o constrangimento com o que tinha acontecido em campo. É, realmente, o maracanazo ficou pequeno, bem pequeno. Provavelmente, nos próximos 50, 100 ou 150 anos, ninguém se atreverá a falar na possibilidade de o Brasil sediar outra vez a Copa.

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