O Canal do Panamá está passando por seu período mais seco em mais de um século, e uma prolongada falta de chuva pode causar atrasos nas cadeias de suprimentos globais e aumentar as taxas de transporte de mercadorias. Segundo a Bloomberg, as interrupções prejudicariam exportadores do hemisfério sul e importadores do hemisfério norte da América. Carne brasileira, vinhos chilenos, banana do Equador, cobre do Chile e gás natural liquefeito da costa norte-americana do Golfo do México são alguns dos produtos mais afetados.
Recorde-se que o Canal do Panamá aplicou restrições de viagem em maio para evitar que os navios encalhassem e, desde então, alguns navios tiveram que reduzir o carregamento de contêineres em cerca de um quarto. Segundo as autoridades, novas restrições podem entrar em vigor no final de junho. Enquanto isso, os meteorologistas alertaram que os níveis de água no lago Gatún, localizado no centro do canal, podem atingir níveis recordes em julho, já que o ocasional fenômeno climático El Niño traz temperaturas mais altas e menos chuva.
Por outro lado, qualquer problema também pode comprometer os esforços da ACP para impulsionar os negócios. A Autoridade investiu US$ 5,4 bilhões em um novo conjunto de eclusas para navios porta-contêineres maiores, a fim de concorrer com o Canal de Suez. As rotas pelo Canal do Panamá reduzem a viagem marítima de ida da Ásia à costa leste dos EUA em cerca de cinco dias.
O canal ganha mais dinheiro com os navios maiores que passam pelas novas eclusas, que agora respondem por quase metade de seus negócios. Cerca de 10 navios passam pelas novas eclusas por dia e cerca de 27 navios menores pelas antigas. “O volume de chuva diminuiu constantemente nos últimos 20 anos”, diz Ricaurte Vásquez Morales, administrador da Autoridade do Canal do Panamá. “Estamos enfrentando uma crise climática quando estamos no limite da capacidade e precisamos encontrar novas fontes de água para armazenar em nossos lagos”.
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