quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Iniciativas privadas buscam criar terminais multipropósitos para cargas paraguaias no Uruguai

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle, anunciou a possibilidade de o Uruguai se tornar uma importante “saída para o mar” na região, com especial destaque para o Paraguai. Explicou que este objetivo baseia-se em duas propostas privadas que estão atualmente em apreciação, destinadas à instalação de terminais polivalentes no departamento de Soriano.

Os grupos de investimento por trás dessas iniciativas estão avançando na busca pela aprovação do Poder Executivo, que posteriormente exigirá a ratificação por maiorias especiais da Assembleia Geral. Numa fase anterior, o Conselho Departamental aprovou por unanimidade os procedimentos da sua competência relativos ao ordenamento do território. Zona Franca

Uma das propostas é da empresa PTP, que já está presente no Uruguai e opera na Hidrovia Paraguai-Paraná, com 2.232 quilômetros. O seu principal objectivo é estabelecer um porto polivalente com zona franca, contemplando um investimento inicial de 55 milhões de dólares. O projeto prevê a construção de um cais profundo no rio, com frente inicial de 155 metros e fachada final de 607 metros, além de duas torres de amarração.

O terminal seria projetado para gerenciar a chegada de Panamax, Baby Capesize e barcaças fluviais. A iniciativa também inclui a gestão de celulose, grãos e fertilizantes sólidos, além de diversas matérias-primas. A segunda proposta é da empresa de navegação Cargo Line e prevê um investimento significativo entre 200 e 300 milhões de dólares.

Não inclui zona franca, mas estaria localizada a 18 quilômetros do rio Uruguai, próximo à cidade de Dolores em Soriano. O terminal multiuso teria capacidade para operar embarcações oceânicas e barcaças fluviais, além da infraestrutura necessária para a coleta de celulose, cargas líquidas e multiuso.

Este terminal desempenharia um papel crucial na exportação de celulose produzida pela Paracel em Concepción, Paraguai, bem como na exportação de combustível renovável produzido pela Omega Green em Villeta, Paraguai. Essas matérias-primas seriam destinadas aos mercados dos Estados Unidos, Europa e Ásia e deverão mobilizar 1,8 milhões de toneladas e 900 mil metros cúbicos anualmente, respetivamente. As empresas envolvidas estabeleceram um cronograma de trabalho e esperam que, uma vez obtidas as licenças necessárias, possam iniciar as operações no segundo semestre de 2026.

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