quinta-feira, 19 de outubro de 2023

CMA CGM e Maersk suspendem escalas em Manaus devido aos baixos níveis das águas do Amazonas


Os níveis recordes de água no rio Amazonas estão perturbando os fluxos de carga de e para o porto de Manaus, o sétimo maior do Brasil e o principal centro de transporte da bacia do alto Amazonas. Dados de 16 de outubro registram o menor nível desde 1902 e segundo informações do Centro Nacional de Vigilância e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), a região enfrenta a pior seca dos últimos 40 anos.

O governo do estado do Amazonas se prepara para aquela que se acredita ser a pior seca já vivida na região, agravada pelo fenômeno El Niño e pelas águas mais quentes do Oceano Atlântico tropical, que impedem as precipitações. Observou-se que até 90% dos navios que navegam regularmente pelo rio já operam com algum tipo de restrição na Amazônia, e o estado pediu que a capacidade de carga fosse reduzida pela metade.

Na verdade, a CMA CGM e a Maersk já alertaram os seus utilizadores sobre a situação. A companhia marítima francesa alertou que as condições “atingiram níveis alarmantes, impedindo o acesso de navios porta-contêineres ao porto”. As condições meteorológicas que geraram estas restrições são instáveis, “o que não nos permite fornecer com precisão uma previsão de melhoria”, acrescentou.

Diante disso, a CMA CGM foi obrigada a desviar seus navios do serviço ‘Manaus Shuttle’ para outros portos. É o caso do m/v “Bomar Praia” que seguiu diretamente para Pecém onde planejava desembarcar toda sua carga com destino a Manaus e Vila do Conde. Enquanto isso, o m/v “Marftret guyane” rumou diretamente para o porto de Fortaleza onde desembarcará a carga com destino a Manaus e Vila do Conde.

A companhia marítima dinamarquesa Maersk informou aos seus clientes que “nosso fornecedor feeder, Aliança, declarou força maior e a carga a bordo dos navios com destino a Manaus será descarregada em portos alternativos”. Por enquanto, a Maersk oferece uma opção limitada de transporte alternativo que combina serviço de caminhão e barcaça entre Vila do Conde e Manaus, excluindo cargas perigosas e refrigeradas.

O governo federal criou uma força-tarefa para mitigar o impacto da grave seca que assola a região e transferir suprimentos emergenciais de água, alimentos e remédios para as comunidades afetadas. Também destinou US$ 8,2 milhões para dragagem para permitir novamente a navegação no rio. Por outro lado, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou recentemente um

Apresentado pelo diretor da Antaq, Wilson Lima, busca acelerar a liberação para afretamento de embarcações de menor porte que possam navegar na região que foi obrigada a reduzir calados de navegação. A liberação, em caráter excepcional, tem validade de 90 dias e busca contribuir para amenizar os efeitos ambientais e econômicos devastadores para todo o território do Brasil decorrentes da seca.

Na região amazônica as principais rotas de transporte e fluxo de cargas são realizadas por navios, mas, em alguns casos, nem mesmo pequenas embarcações conseguem prestar serviços de transporte devido à pouca profundidade dos rios da região. Segundo o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, a entidade “está concentrando todos os esforços de sua jurisdição para mitigar os impactos da seca que atinge a bacia do rio Amazonas”.

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