O Tecon Rio Grande, mesmo com as dificuldades provocadas pela
retração da economia, está investindo na sua infraestrutura. A
partir de janeiro de 2017, o Terminal espera a chegada de três
guindastes STS (Ship to Shore Container Crane) e oito RTGs (Rubber Tyre
Gantry Crane - guindaste de pórtico sobre pneus). A compra, de US$ 40
milhões, foi realizada com a ZPMC.
Os equipamentos devem embarcar no dia 15 de dezembro, na China, e
seguir para o Estado. Se o Tecon pode comemorar os novos guindastes, não
se pode dizer o mesmo sobre o mercado em 2016. Neste ano, a estimativa
do Tecon é movimentar em torno de 730 mil teus, contra 743 mil em 2015. O diretor-presidente do Terminal, Paulo Bertinetti, diz que o desaquecimento da economia
brasileira, nesses dois últimos meses do ano, contribuirá para esse
recuo.
Quanto às perspectivas para 2017, o executivo adverte que a
tendência é ocorrerem várias discussões políticas e jurídicas no cenário
nacional, o que deverá afetar a credibilidade para investimentos
estrangeiros. Além disso, o dirigente cita o problema do desemprego
verificado no País.
Outro assunto acompanhado por Bertinetti é a
retomada da movimentação de contêineres pelo terminal Santa Clara,
localizado no Polo Petroquímico de Triunfo. O complexo havia
interrompido essa atividade há sete anos para que a estrutura atuasse
também com etanol (empregado na fabricação do chamado plástico verde da
Braskem).
No final de setembro, foi celebrada a solenidade da volta do
transporte de contêineres, no entanto o primeiro deslocamento de fato
ocorreu no dia 31 de outubro. Bertinetti comenta que alguns fatores,
como atraso de documentações, retardaram as ações. Apesar dessa demora, o
dirigente considera que a operação está acima da expectativa,
principalmente, devido a clientes que adotaram o uso da hidrovia mais
rapidamente do que se esperava. Entre as empresas que estão aproveitando
esse modal logístico para suas cargas estão Innova, Marcopolo,
Tramontina, Pirelli e Oderich.
Em novembro, Bertinetti salienta que foram feitas 10 viagens (entre
Triunfo e Rio Grande), e a barcaça utilizada, que tem uma capacidade
para movimentar 85 contêineres de 40 pés ou 170 unidades de 20 pés, teve
quase 50% de taxa de ocupação. O diretor admite que não é possível
manter a operação com esse percentual.
"Mas estamos falando de apenas um
mês, um bebê não caminha nem fala nesse tempo", compara. Para a
atividade ser viável, o executivo calcula que seja necessário o
aproveitamento de, pelo menos, uma segunda embarcação (do mesmo porte da
que realiza o serviço no momento) e com uma ocupação, de ambas, de 90% a
95%. A perspectiva é de que uma outra barcaça seja agregada pela
Navegação Guarita para trabalhar no Santa Clara a partir de março.
A recuperação dos trabalhos com contêineres no terminal foi
possível através da parceria entre Braskem (que detém os direitos de uso
sobre o complexo), Wilson Sons (que tem a incumbência de gerenciar as
ações através da companhia Wilport) e Navegação Guarita (que faz o
transporte de Triunfo a Rio Grande e no sentido inverso). O Tecon Rio
Grande (que é controlado pela Wilson Sons) será justamente uma das
pontas do trajeto, recebendo e enviando cargas para o chamado Contesc
(Contêineres Terminal Santa Clara).
Nenhum comentário:
Postar um comentário