Foram necessários 10 minutos para a chegada das
primeiras viaturas do Corpo de Bombeiros ao simulado de incêndio da
área 5 do Porto de Santos, que engloba as instalações portuárias
localizadas nas proximidades da Ponta da Praia. O exercício, inédito
nesta região, aconteceu no Terminal XXXIX (39 externo), operado pela
Caramuru, no Corredor de Exportação. Os trabalhos deveriam ser
realizados em cerca de 90 minutos, mas foram concluídos em 67 minutos, nesta quarta-feira.
Durante
este período, foi realizado o atendimento da ocorrência pelo Corpo de
Bombeiros, com o auxílio das brigadas de incêndio da própria empresa, de
terminais vizinhos e da Guarda Portuária (Gport). Instalações
portuárias localizadas em outras regiões do complexo santista também
encaminharam apoio.
O
objetivo do exercício foi avaliar o tempo de resposta da comunidade
portuária e de outras autoridades durante uma ocorrência envolvendo a
propagação de fogo. Situações como essa já aconteceram no cais santista.
Em abril do ano passado, tanques do terminal da Ultracargo, na Alemoa,
foram destruídos pelas chamas.
O sinistro levou nove dias para ser
controlado e foi considerado a maior ocorrência deste tipo no País. Em
janeiro último, as chamas consumiram contêineres no terminal
retroportuário da Localfrio, na Margem Esquerda, em Guarujá.
As
respostas das empresas e das autoridades foram supervisionadas através
do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) do Porto, coordenado pela Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e que reúne terminais,
prefeituras, o Corpo de Bombeiros e órgãos ambientais.
Agora, os responsáveis pelo PAM vão avaliar os
resultados do exercício. “A partir de agora, as pessoas que ficaram
incumbidas de fazer as anotações e observações vão se reunir e dizer
tudo o que foi bem feito e o que precisa de melhorias. Vamos fazer esse
saldo e apresentar isso na próxima reunião, no dia 15 de dezembro”,
destacou o gerente de Segurança do Trabalho da Codesp, Ernesto Henriques
da Costa Júnior.
Cerca de
300 pessoas, sendo 100 do Terminal XXXIX, participaram da atividade. A
ideia do PAM foi simular, em um terminal de grãos, um incêndio com as
mesmas características de acidentes que já aconteceram no Porto, com a
propagação das chamas a partir de correias transportadoras de grãos – no
caso, farelo de soja.
Para
o coordenador do PAM do Porto de Santos, Evandro Lourenço, o tempo de
resposta da chegada do Corpo de Bombeiros ficou dentro do esperado,
assim como os procedimentos adotados durante o resgate das vítimas. “A
gente tem, em média, de 7 a 10 minutos para a chegada do Corpo de
Bombeiros. O resgate das vítimas foi muito mais rápido porque foi feito
através da brigada de incêndio da própria empresa”, explicou.
Segundo
o 1º tenente João Carlos Carvalho, do Corpo de Bombeiros, as equipes
sempre trabalham para reduzir o tempo de chegada nas ocorrências.
Segundo ele, as viaturas deslocadas partiram da sede, que fica na
Avenida Ana Costa, no Gonzaga, em Santos.
“O
importante é a integração que está havendo entre brigadistas, Corpo de
Bombeiros e a segurança do trabalho de todas as empresas. As pessoas
estão se conhecendo e sabendo o que cada um faz na ocorrência. Está
virando uma engrenagem e, cada vez mais, as pessoas estão trabalhando de
maneira integrada. Assim, vai ser mais fácil quando tiver uma nova
ocorrência, que a gente acredita que pode acontecer a qualquer momento.
Estamos preparados”.
Durante
o exercício, as equipes que atuaram no combate ao fogo testaram a
possibilidade de passar mangueiras por dentro do armazém até atingir a
correia transportadora. A medida foi bem avaliada pelos técnicos que
acompanhavam o exercício.
O simulado do Terminal XXXIX (39 externo), operado
pela Caramuru no Corredor de Exportação, na Ponta da Praia, foi iniciado
com a propagação das chamas em uma das correias transportadoras de
grãos da empresa. O equipamento fica a 40 metros de altura. A ideia dos
organizadores do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) era reproduzir o cenário
de terminais graneleiros que já sofreram incêndios semelhantes no Porto.
As correias transportadoras do terminal contam com
sensores que indicam alterações no aquecimento, alinhamento ou ainda na
movimentação das cargas. Por conta disso, o simulado começou com a
visualização de um problema por um funcionário no centro de controle da
instalação.
Em seguida, a informação foi transmitida para um
outro operário, que trabalha no armazém. Ele seria a pessoa mais próxima
das esteiras para confirmar o início das chamas. Esta foi uma das
vítimas do simulado e precisou ser resgatado a uma altura de 30 metros
porque teve uma mal súbito.
O outro funcionário removido foi encenado por um
eletricista. O trabalhador teria passado mal durante a evacuação de uma
outra estação de trabalho em uma esteira próxima. Ambos receberam os
primeiros atendimentos de brigadistas do próprio terminal.
Em casos de acidentes em áreas portuárias, logo após
a detecção do sinistro, são os brigadistas os primeiros a serem
acionados. Em seguida, o Corpo de Bombeiros é informado, assim como a
Guarda Portuária (Gport), responsável pelo acionamento do PAM.
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