O presidente da Santos Brasil, Antonio Carlos Duarte Sepúlveda,
criticou o excesso de regulação no setor
portuário, que na sua avaliação tem afetado o fluxo de novos
investimentos. Além disso, ele avaliou que o processo de aprovação de
novos investimentos nos arrendamentos existentes é ruim, o que também
acaba travando os investimentos.
O executivo citou que há cerca de dois anos a companhia apresentou
dois projetos de investimentos em suas concessões, em Santos (SP) e em
Vila do Conde (PA), que somam cerca de R$ 1,5 bilhão, mas até agora
nenhum dos dois foi aprovado. "Os projetos não avançam porque o processo
é ruim", disse, considerando que o alinhamento entre a agência
reguladora, a Antaq, e o Tribunal de Contas da União (TCU) criou um
"engessamento" na forma como o processo é aprovado.
De acordo com ele, no caso de Vila do Conde, em que a companhia
planejava um investimento da ordem de R$ 70 milhões, o projeto não será
mais executado, tendo em vista que a concessão dura apenas mais três
anos e não há segurança sobre a possibilidade de renovação do contrato.
"Ninguém vai investir quando tem risco de não prorrogar", disse, citando
sinalizações dadas por agentes governamentais, particularmente pelo
TCU, de uma preferência por relicitação.
"Até 2009, havia mais liberdade para o arrendatário tomar decisão e a
partir de então houve um aumento significativo da interferência",
disse, considerando que características específicas do setor, como o
fato de haver competição entre os arrendatários e de o preço praticado
pelos terminais ser livre exigiria um maior grau de liberdade. No caso
de novos investimentos, Sepúlveda explicou que até 2009, o projeto
deveria ser apresentado apenas para autoridade portuária, agilizando a
aprovação.
O executivo lembrou que a situação setorial levou os diferentes
agentes a se unirem para defender junto ao atual governo uma nova
mudança do marco regulatório do setor portuário, com foco principal na
diminuição da intervenção do Estado, no aumento da segurança para o
arrendatário para investir, e na maior flexibilidade para fazer mais
prorrogações dos arrendamentos. "Isso geraria oportunidade grande para
atrair investimentos não só para novas licitações, mas para os ativos
existentes", disse, considerando que essa opção seria mais eficaz e
eficiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário