As propostas elaboradas por um grupo de trabalho criado pelo
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC), para
destravar investimentos e reduzir a burocracia nos processos do setor
portuário, estão em análise na Casa Civil. A minuta ainda retornará à
pasta para uma nova apreciação de seu departamento jurídico. Em seguida,
ela já poderá ser publicada para que as novas regras sejam conhecidas
pela iniciativa privada.
O MTPAC criou um grupo de trabalho formado por representantes do
ministério e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para
a atualização da legislação do setor portuário. O objetivo é propor
novos procedimentos e adequar os atualmente estabelecidos, para permitir
o fomento das atividades portuárias no Brasil, incluindo captação de
investidores estrangeiros.
Segundo a pasta, foram três meses de trabalho e mais de 30 reuniões, que incluíram encontros com entidades do setor. Entre as propostas elaboradas, está a ampliação dos prazos de
concessão de terminais portuários por mais 10 anos. O plano é que as
áreas possam ser exploradas pela iniciativa privada por 35 anos,
prorrogáveis pelo mesmo período.
Hoje, os arrendamentos portuários têm uma vigência de 25 anos,
prorrogáveis pelo mesmo período. A expectativa é de que, a partir de um
decreto, o período de exploração das áreas salte para 35 anos, nas
mesmas condições.
A medida valeria apenas para os novos arrendamentos. Mas pode abrir
um precedente para que arrendatários que têm contratos mais curtos
tentem uma adaptação. Além desta questão, o grupo de trabalho da pasta avalia a
possibilidade de ampliar áreas e unificar contratos, desde que eles
tenham os mesmos arrendatários. Mas, neste caso, a licitação dos
terrenos separadamente não pode ser considerada viável.
Especialistas apontam que a ampliação dos
prazos de arrendamento dará maiores conforto, segurança e rentabilidade
aos investidores em um curto espaço de tempo. Mas a medida ainda precisa
vir acompanhada de adaptações.Uma delas é a possibilidade de adequar os contratos já existentes ao
novo prazo. Além disso, questões como a descentralização das decisões do
setor portuário e a profissionalização da gestão portuária foram
lembradas como necessárias para garantir avanços e aumento da
competitividade dos portos brasileiros.
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