O presidente da Petrobras, Pedro Parente (foto), recebeu uma comitiva do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira para tratar da situação do Estaleiro Rio Grande, no Sul do Estado, que, por falta de novas encomendas da estatal, demitiu mais de três mil empregados. A reunião aconteceu na sede da companhia, no Rio de Janeiro. Na oportunidade, os gaúchos reivindicaram a continuidade do Polo
Naval do Estado.
O superintendente
do Porto do Rio Grande, Janir Branco, participou do encontro,
representando o governador José Ivo Sartori. do Estado no encontro com o Presidente da Petrobras,
Pedro Parente. Ele estava acompanhado de autoridades da cidade de Rio Grande.
“Fomos muito bem recebidos pela direção da
Petrobras, mas o assunto é extremamente sério e delicado para a Cidade e o
Estado”, avaliou Branco. Participaram da comitiva além de Branco, o
vereador Julio Cesar Pereira Silva representando a Câmara de Vereadores, o
vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande Danilo Giroldo, assessor
especial da Casa Civil da Presidência da República Eduardo Krause e o prefeito
de Rio Grande Alexandre Lindenmeyer. “Foi-nos relatada a situação da indústria
naval brasileira e a realidade encontrada na Petrobras que foi muito abalada
pelos casos de corrupção conhecidos por todos”, relatou Branco.
Parente explicou as atitudes tomadas para garantir o pagamento dos
trabalhadores da Ecovix – Engevix Construções Oceânicas. “A Petrobras garantiu
o pagamento da rescisão aos trabalhadores criando uma conta conjunta e depositando
valores para esse fim especifico”, salientou Branco. Além disso, a Petrobras irá
garantir a manutenção do Estaleiro Rio Grande pelo período de um ano com cerca
de 300 funcionários que seria o tempo necessário para que os acionistas do
empreendimento busquem novos parceiros, clientes e investidores.
“A situação financeira da Petrobras também
não é favorável a investimentos de alto risco e, segundo informações repassadas
pela direção da estatal, estão sendo realizados contratos de leasing para novas
plataformas”, conclui Branco. A direção da Petrobras reafirma a importância do
Estaleiro Rio Grande para o país visto possuir um dos maiores diques-secos do
mundo. Por fim, o vereador Julio Cesar solicitou a empresa que mantivesse uma
pessoa como elo com as autoridades municipais. “Eles designaram um dos
diretores presentes para que possamos estar mais próximos da direção da
empresa, com um canal de diálogo rápido e permanente”, ressaltou
Cesar.
Dificuldades
O Polo Naval de Rio Grande foi criado em 2005
com a instalação da empresa QUIP (atual QGI) para a construção dos módulos da
plataforma P-53. Desde o inicio, o complexo de indústria naval esteve dentro da
área do Porto Organizado do Rio Grande. Após a chegada da QUIP, deu-se inicio
ao processo de construção do Estaleiro Rio Grande que pertencia ao grupo
WTorre.
O Estaleiro passou a ser administrado posteriormente pela Engevix
Construções Oceânicas conquistando um contrato para a construção de oito cascos
de plataformas. Em dezembro deste ano foi realizada a entrega da terceira
encomenda à Petrobras e após, o anúncio do encerramento do contrato e demissão
de mais de três mil funcionários. Nesta semana foi aceito pela Justiça o pedido
de recuperação judicial da empresa.
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