Com a queda nos preços do petróleo, aumento das exportações e queda
nas importações, as vendas de petróleo ao exterior podem superar as
compras em 2016 pela primeira vez na história. De janeiro a novembro, a conta petróleo foi superavitária em US$
426 milhões. No mesmo período do ano passado, era de déficit de US$
5,511 bilhões. No ano, as exportações de petróleo bruto aumentaram
12,3%, enquanto as importações caíram 48,1%.
"Há uma queda significativa no preço de petróleo que impacta as
exportações, mas também um aumento no volume de exportações e redução
nas importações relacionado com desempenho mais fraco na economia",
explica o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto.
Neto ressaltou que o superávit recorde acumulado na balança
comercial até novembro, que é de US$ 43,282 bilhões, reforça a previsão
do governo brasileiro de superávit entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões
neste ano. O maior superávit já registrado foi em 2006, de 46,5
bilhões.
O resultado deste ano, no entanto, é reflexo da queda nas
importações (-22%) derivada da atividade mais fraca. Até novembro, as
exportações também caíram (-3,3%). "As demandas mundial e doméstica
desaquecidas influenciaram nossos desempenhos de exportação e
importação. No lado das exportações, há um aumento nas quantidades
vendidas, mas, em razão da queda dos preços, temos uma pequena queda no
valor", ponderou.
O secretário avaliou que, mesmo com o discurso protecionista de
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, a expectativa é
fortalecer o comércio bilateral com o país e continuar com resultados
positivos para os dois lados. "As vendas de automóveis para os EUA, por
exemplo, crescem a taxas interessantes", ressaltou.
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