sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

CM Port vende parte de sua participação no Terminal de Contêineres de Paranaguá


         A China Merchants Port Holdings (CM Port)anunciou nesta quinta-feira, 30, que vendeu 22,55% de sua participação no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP)para o Fundo de Desenvolvimento de Cooperação China-Portugal (CPD) e o Fundo de Cooperação China-América Latina e Caribe (CLAC,) em proporção e preços não divulgados. Com isso, a participação passou de 90% para 67,50%, segundo a Alphaliner.
          A CM Port adquiriu sua participação majoritária na TCP em setembro de 2017. Aparentemente, o Grupo de Hong Kong decidiu iniciar negociações para reduzir sua exposição a uma maioria de dois terços por mais de um ano.
          Os comerciantes da China se manifestaram favoravelmente às manchetes depois de investir US$ 968 milhões para adquirir indiretamente participações adicionais nos terminais do grupo CMA CGM. De acordo com um contrato assinado em dezembro, a Terminal Link, uma joint venture da CMA CGM (51%) e China Merchants (49%), adquiriu ações de propriedade da CMA Terminals (100% de propriedade da CMA CGM) em dez terminais de contêineres em todo o país. mundo, inclusive nos principais centros de distribuição, como Cingapura e Roterdã.
          Em relação aos compradores das ações de Paranaguá, o CPD é um fundo que administra mais de US $ 1 bilhão em ativos na China e nos países de língua portuguesa. O Fundo CLAC, por outro lado, foi criado pelo Banco de Exportação e Importação da China e pela Administração Estatal de Câmbio da China para promover o investimento do país na América Central e do Sul. Ambos os fundos são veículos de motivação política estabelecidos para fortalecer a influência geopolítica da China em todo o mundo.

Terminal marítimo do Açu é escolhido para representar Américas do Sul e Central em organismo internacional do setor

          O Porto fluminense do Açu foi eleito vice-presidente da América Central e do Sul da IAPH – Associação Internacional de Portos. O mandato, exercido pela diretora de Negócios Internacionais & Inovação, Tessa Major, entrou em vigor nesta quarta-feira (29) e tem duração de um ano e meio.
         A IAPH é uma associação reconhecida globalmente. A entidade representa cerca de 200 dos maiores portos de 90 países do mundo, totalizando mais de 60% do comércio marítimo internacional.
          “O Porto do Açu é um porto jovem, com indicadores de crescimento robustos e que possui uma paixão genuína por desafios. O Açu e eu nos sentimos honrados por sermos eleitos para representar nossa região nesta associação proeminente", disse Tessa.
          "É gratificante ver que as potencialidades do Porto do Açu como player marítimo e nossa ambição de ser um porto conectado globalmente são reconhecidas. Estamos ansiosos para fortalecer as atividades da IAPH na América do Sul e Central, através da intensa colaboração com os portos membros, gerando contribuições positivas para o setor e para a comunidade marítima na região como um todo”, acrescentou a executiva.

Controladora do Porto Itapoá pede à CVM suspensão da oferta pública do Fundo BRZ


          A Porto Sul, acionista majoritária da Portinvest, controladora do Porto Itapoá (SC), pede à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a suspensão ou cancelamento definitivo da oferta pública do fundo BRZ Infra Portos FIP-IE. Em análise pela CVM, a operação pretende captar R$ 700 milhões para a aquisição de 22,9% do porto catarinense. A PortoSul alega que o prospecto é impreciso e que a BRZ atua em interesse próprio, para se perpetuar como gestora desse novo fundo. Em meio à oferta pública, a BRZ não comenta o imbróglio.
          Holding do grupo Battistella, a PortoSul tem 51% da Portinvest em sociedade com a LOG-Z – Logística Brasil. Por sua vez, a LOG-Z é formada por três fundos geridos pela BRZ Investimentos: Fundo Logística (66,82%), Fundo Portos (20,17%) e Fundo Empreendedor (13,01%). A oferta do BRZ Infra Portos se baseia na aquisição da fatia do Logística – que tem entre os cotistas Petros, Previ, Funcef e BNDESPar – em Itapoá. Como gestora do novo fundo, a BRZ receberia taxa de administração de 2%, o dobro do que recebia como gestora do Fundo Logística, diz a PortoSul à CVM. Também alega conflito de interesse pelo fato de a BRZ ser gestora do FIP-IE e do Logística, vendedor do ativo. O próprio prospecto da oferta, porém, alerta para esse ponto.
         Os três fundos que compõem a LOG-Z queriam vender Itapoá. A oferta pública do BRZ Infra Portos pegou de surpresa a PortoSul, que tinha interesse em comprar a parte dos fundos no porto. Uma oferta inicial da Portinvest chegou a ser cogitada para dar liquidez ao ativo. A PortoSul acusa a BRZ de não ter informado seu interesse aos cotistas dos fundos para não perder o contrato. Fontes de mercado veem a reclamação à CVM como “recalque” pelo Fundo Logística e a BRZ terem optado por estruturar uma oferta pública via fundo de infraestrutura, veículo em alta no mercado, de olho no potencial de valorização de Itapoá.
         A reclamação chegou à CVM no dia 14. Sete dias depois, a BRZ divulgou comunicado ao mercado com modificações no prospecto. Entre outros pontos, esclareceu que a venda da participação em Itapoá detida pelo Fundo Empreendedor e pelo Fundo Portos não foi aprovada pelos cotistas. Ou seja: uma futura aquisição da fatia desses fundos no porto pelo BRZ Infra Portos dependerá de nova deliberação. Foi incluído um novo fator de risco: uma dívida do Porto Itapoá garantida por alienação fiduciária de 100% de suas ações. Pelo cronograma, o registro da oferta pela CVM sai em 4 de fevereiro.

Superintendência dos portos gaúchos reforça cuidados por causa do coronavirus

          A Superintendência dos Portos RS realizou encontro nesta semana com diversos atores do sistema portuário, bem como, das autoridades locais, para debater o assunto do Coronavírus que preocupa globalmente as autoridades de saúde. A Superintendência reforçou todos os cuidados em relação ao problema e informou que está seguindo as orientações da Anvisa.
          Participaram órgãos como a Prefeitura Municipal, Sindanave, Sintermar, OGMO, Sindop, Anvisa, Marinha do Brasil e Coordenadoria de Saúde, juntamente com os Hospitais. “O Porto de Rio Grande tem se reunido com a Anvisa, agentes de Saúde do RS e do municípios e os terminais sob sua jurisdição, operadores e agências marítimas. Como seu Plano de contingência para eventos ligados à Saúde foi atualizado em novembro de 2019, todos estão seguindo as orientações da Anvisa diariamente”, garantiu o diretor de Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Henrique Ilha.
         “Os navios oriundos da China enviam seu itinerário dos últimos portos e a Declaração Marítima de Saúde 72 horas antes de entrar em Rio Grande, assinada pelo comandante da embarcação, atestando o estado de saúde dos tripulantes”, explicou Ilha. A Portos RS também enviou avisos a todos os usuários sobre os sintomas e cuidados a serem tomados e está ampliando os pontos para assepsia das mão com álcool gel. Além disso, está avaliando algumas alterações nos procedimentos de acompanhamento das tripulações que porventura efetuem trocas em Rio Grande, rastreando esses novos tripulantes , suas origens e estado de saúde.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Armadores temem impacto que o coronavirus pode ter no transporrte marítimo internacional

                    Os armadores temem o impacto que o coronavírus pode ter no transporte marítimo internacional. Um desses efeitos está relacionado ao atraso que a instalação de lavadores pode ter - no contexto da implementação da norma IMO 2020 - nos estaleiros chineses.
          O receito foi revelado pelo diretor geral da Scorpio Bulkers, Emanuele Lauro, que disse que o coronavírus foi incluído como parte da conversa sobre a instalação de lavadores de roupas. "Durante o fim de semana, começamos a planejar as medidas que tomaremos", disse ele.
          E sua preocupação é expressa no fato de que já havia um atraso na instalação de lavadores nos estaleiros chineses. Como, por exemplo, para seus graneleiros, apenas um número limitado foi instalado devido a atrasos. Nesse sentido, o Scorpio planejava instalar 40 depuradores, mas até agora ele completou apenas oito.
          "A carga de trabalho e a mão-de-obra nos estaleiros estão ocorrendo como de costume no momento, mas será esse o caso se o surto piorar? Quem sabe?", indagou Lauro.
         Por um lado, atrasos nas instalações de purificação foram considerados positivos para as tarifas, uma vez que eliminam a capacidade do mercado por um período mais longo. Por outro lado, para as empresas que fabricam as instalações, os atrasos são negativos, já que os barcos devem consumir VLSFO mais caro por mais tempo do que o esperado.


Grupo liderado pela Indra uniformizará tecnologia anti-drones para proteger aeroportos de todo o mundo

          A Eurocae, Organização Europeia de Equipamento de Aviação Civil, confiou à Indra a presidência do novo grupo de trabalho (WG-115) que irá uniformizar a tecnologia anti-drone para proteger os aeroportos de todo o mundo. Ficou definido que serão desenvolvidos padrões que suportem a implementação destes sistemas.
          A reunião de lançamento do grupo ocorreu em dezembro e contou com 44 especialistas de 36 organizações, entre elas a Comissão Europeia, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e o Eurocontrol. Após votação, o grupo decidiu incumbir a presidência ao representante da Indra, Jorge Munir El Malek, que dirige desde então o grupo de trabalho que definirá os requisitos mínimos que os sistemas devem cumprir para poderem ser implementados.
          Os Aeroportos, fornecedores de serviços de aviação, bem como os restantes atores envolvidos na segurança das operações procuram urgentemente implementar sistemas eficazes para fazer frente ao problema dos drones, através da deteção e impedimento que os drones voem sem autorização, nas proximidades das suas instalações.
         Os sistemas anti-drone são integrados por sensores de diferentes tipos que permitem detetar a presença de aeronaves de pequena dimensão a vários quilômetros de distância, identificando-as e aplicando contramedidas para impedir seu acesso à área que protegem.
          O grupo exercerá a sua atividade durante 2020 e 2021, tendo fixado como objetivo a elaboração de três documentos de referência: a definição do conceito operativo ligado a este tipo de sistemas (C-UAS), a especificação de requisitos de rendimento para a deteção de UAS não cooperantes e a especificação de requisitos de interoperabilidade com os sistemas já existentes.

Presidente do BNDES diz que auditoria externa não encontra irregularidades em contratos do Banco

          O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, reafirmou nesta quarta-feira, 29, que a auditoria externa contratada pela instituição não encontrou irregularidades nos contratos com o grupo J&F. Segundo Montezano, “não há nada mais esclarecer” em relação às operações do banco.
         “Com relação aos casos escandalosos de corrupção que houve no Brasil e que o BNDES emprestou recursos para eles, a gente tem que esclarecer que até hoje nada de ilegal foi encontrado no BNDES”, disse Montezano. A investigação se concentrou em apurar evidências de violação de leis anticorrupção no Brasil e nos Estados Unidos, envolvendo oito contratos do grupo com o BNDES, firmados entre 2005 e 2018, que totalizaram R$ 11,34 bilhões (R$ 20,1 bilhões, em valores atualizados pelo IPCA).
         Durante entrevista à imprensa para tratar do tema, Montezano corrigiu o valor que teria sido pago com a investigação, de R$ 48 milhões para R$ 42,7 milhões (em valores pagos em dólar tendo como base a data em que cada contrato foi firmado). A auditoria foi contratada em 2017 e 2018, durante o governo do então presidente Michel Temer, com custo inicial total de R$ 23,4 milhões, e recebeu dois aditivos. De acordo com Montezano, em 2018, em razão da ampliação do volume de trabalho nas investigações, houve uma suplementação no valor de R$ 5,067 milhões, realizada em novembro daquele ano.
         Em julho de 2019, em decorrência das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES e da Operação Bullish, da Polícia Federal, que investigou o favorecimentos do banco ao grupo J&F, foi aprovado o aumento do escopo da auditoria, com um novo aditivo de R$ 11,9 milhões no valor do contrato. Segundo Montezano, a decisão ocorreu antes de sua posse como presidente do banco, no dia 3 de julho.
         “O escopo adicional da Bullish e da CPI foi aprovado no BNDES em diretoria no dia 2 de julho e no conselho [diretor] no dia 22 do mesmo mês. Não participei como diretor-presidente na aprovação do dia 2 e também não participei da aprovação do conselho porque, na regra de governança do banco, o presidente não faz parte do conselho”, disse.
         Montezano disse que o aditamento era necessário em razão das novas informações trazidas pela CPI e pela operação. Segundo ele, se não houvesse o aumento no escopo da investigação, o relatório final da auditoria ficaria praticamente sem valor e jogaria dúvidas sobre a extensão dos procedimentos de compliance do banco. “Se isso não tivesse sido feito, o relatório seria publicado com a ressalva existência das duas investigações o que praticamente o tornaria invalido [como instrumento de investigação]”, afirmou.
         As explicações do BNDES ocorrem após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter criticado a auditoria ao dizer que "tem coisa esquisita". “Entendi que ele quis dizer com 'raspar o tacho' que parecia que alguém queria gastar todo o dinheiro [do BNDES] e a gente provou aqui que não foi o caso, que o banco gastou o necessário para cumprir o escopo da investigação”, disse Montezano, que logo após assumir o cargo se comprometeu a abrir a "caixa-preta" do BNDES.
         Para Gustavo Montezano, é “razoável” as pessoas terem dúvidas sobre as operações do banco, especialmente as que envolveram empresas pegas em casos de corrupção. "É legítimo que o cidadão brasileiro se pergunte como você pode liberar R$ 20 bilhões para uma empresa, R$ 50 bilhões para outra e essas empresas participaram de grande escândalos de corrupção e não tem nada ilegal? É legitimo que o cidadão tenha essa dúvida e pergunte para onde foi o meu dinheiro", disse.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Porto de Paranaguá volta a receber cargas nos silos públicos


          O Porto de Paranaguá volta a receber cargas nos silos públicos, movimentando 120 mil toneladas de farelo de soja durante os primeiros três meses de 2020. A informação é confirmada por Luis Douglas Henrique, da Divisão Silos do Departamento de Operações dos Portos do Paraná.
         "Depois de trabalhar nos armazéns, o que temos são melhores condições de higiene e armazenamento, que mantêm a qualidade dos produtos. Além disso, garantimos um ambiente melhor para os trabalhadores ", esclareceu Douglas Henique.
         Atualmente, existem quatro armazéns com capacidade para 15 mil toneladas cada. Essas estruturas são utilizadas pelas empresas Céu Azul, Grano, Gransol, Marcon, Sulmare, Tibagi e Transgolf para a mobilização de farelo de soja. Os armazéns 13F e 13A já foram liberados para receber o farelo e os outros dois devem estar prontos em 10 de fevereiro.
         Em 2019, cerca de 750 mil toneladas de farelo de soja passaram por silos públicos. Do total, 192.445 toneladas correspondem ao primeiro trimestre. Para descarregar em silos públicos, os caminhões devem ser registrados através do sistema de carregamento on-line. Em seguida, são verificados pela Codapar e depois vão para os moinhos de silo para serem descarregados. Posteriormente, o produto continua em correias transportadoras para as lojas do cais.