A GruAirport,
concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (SP), há
cinco anos, apresentou, nesta semana, para representantes da imprensa as atividades e
perspectivas do maior aeroporto do Brasil. Para mostrar
as facilidades instaladas e o sistema de segurança, assim como a
interação entre as autoridades que operam no aeroporto, o Chefe de
Segurança da Gru Airport, Carlos Schmidt, trouxe um quadro explicativo
sobre as regras internacionais e sua forma de aplicação no Brasil.
Falando
sobre os motivos que levam o aeroporto a determinar novas rotas, e as
formas de inclusão desses novos destinos na grade do aeroporto,
estiveram a Gerente de Planejamento de Rotas da Latam, Gabriela Mundim, e
o Diretor de Negócios Aéreos do Aeroporto de Guarulhos, João Pita.
Já
para apresentar as perspectivas do setor de cargas, o evento convidou o
Diretor de Logística Aeroportuária da Kuehne Nagel, Angelo Dotto que
explicou as operações da carga aérea, seus trâmites alfandegários, a
estrutura para transporte internacional, doméstico e intermodal e, por
fim, comparou o mercado de carga aérea com os demais negócios da
atividade do aeroporto: “embora represente apenas 1% do volume
transportado no mundo, a carga aérea representa nada menos do que 35% do
valor das mercadorias que circulam comercialmente”, afirmou Dotto.
Entre
as perspectivas de futuro da carga aérea, o executivo trouxe
informações de que, assim como os demais mercados, a receita da
atividade tem passado por uma tendência de queda que já chega a 6% no
ano de 2016, levada tanto pela retração do fluxo global quanto pelas
baixas do preço de combustível. “No Brasil, em especial, o modal sofreu
particularmente com a crise. Hoje, além de a capacidade cargueira ser
muito maior do que a demanda, as empresas brasileiras estão com pouca ou
nenhuma autonomia para designar suas cargas ao transporte aéreo por
conta da crise”, ressaltou Angelo Dotto.
Embora a queda das
importações brasileiras também tenha sido um fator de grande impacto
sobre as atividades de transporte aéreo, o fato de o Brasil trocar o seu
perfil exportador nos últimos anos, focando mais em commodities, também
foi um golpe duro para o modal aéreo, segundo o executivo, que apontou
que, hoje, o volume de exportações da Kuehne Nagel é abundantemente
composto de cargas perecíveis, enquanto os produtos manufaturados
perderam espaço.
Dotto lembrou também das mudanças de consumo
pelas quais a indústria tem passado, como a introdução de produtos de
menor volume e maior valor agregado no setor de eletrônicos (o “efeito
iPhone), e os exemplos de empresas do varejo que têm assumido a sua
própria logística, como a Amazon, Alibaba, Zara. “Precisamos saber lidar
com essa nova tendência que coloca o cliente do operador logístico como
nosso concorrente”, explicou Angelo Dotto.
A
implantação do Programa OEA também foi apresentada pela Kuehne Nagel,
como opção de minimizar o impacto dos custos da operação e melhorar o
processo de liberação de cargas. Não ficaram de fora temas como a longa
greve da Receita Federal e a recente decisão da Anac de cobrança de
taxas para as bagagens de passageiros.
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