A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) projeta
para 2017 uma "mudança de ciclo" para as economias da região, com um
crescimento de 1,3% ante uma retração de 1,1% em 2016. Para a América do
Sul, é esperado um crescimento de 0,9%, depois de um encolhimento de
2,4% este ano.
Nas estimativas da Cepal, a economia brasileira crescerá 0,4% no
ano que vem, ante uma retração de 3,6% este ano. Também a Argentina
passará do campo negativo para o positivo, de -2% para 2,3%.
O organismo estima uma expansão de 2,7% para a economia mundial em
2017, ante 2,2% este ano, puxada novamente pelas economias emergentes. A
Índia deverá avançar 7,7% e a China, 6,5%.
Por causa do ambiente mais benéfico na economia mundial, a
expectativa é que o comércio mundial se recupere e apresente uma
expansão entre 1,8% e 3,1%, depois de uma expansão modesta de 1 7% em
2016 - inferior à taxa de crescimento dos PIBs dos países, um fenômeno
que não se via há 15 anos, com exceção de 2009. A expectativa é que haja
recuperação de preços de produtos básicos e de petróleo, o que
beneficia economias da região.
A ligeira recuperação da economia prevista para 2017 poderá ser
afetada por alguns fatores. O relatório da Cepal diz que a expansão
esperada no comércio internacional pode ser afetada por políticas
protecionistas. Um exemplo dessa tendência é o resultado do referendo
que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia. As economias da
região poderão ser afetadas também pelas novas políticas comerciais
norte-americanas.
A normalização das taxas de juro, com movimentos de alta nos
Estados Unidos, pode levar a "aumentos de incerteza e volatilidade
financeira, dada a dinâmica de preços dos ativos financeiros", diz o
relatório. Esse fenômeno pode afetar o fluxo de capitais para países
emergentes e também prejudicar aquelas economias em que houve expansão
do crédito.
Para melhorar o perfil das contas públicas, a Cepal recomenda
medidas para reduzir a evasão e elisão tributárias, "que alcançam
magnitude muito significativa na região". O organismo estima que esses
mecanismos provoquem perda de 2,4 pontos porcentuais do PIB no caso dos
impostos sobre o valor agregado e 4,3 pontos no caso dos impostos sobre a
renda, o que representou US$ 340 bilhões na região no ano de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário