A Ferrovia Transnordestina, o sonho de uma ligação férrea entre o litoral e o sertão, segue fora dos trilhos dez anos depois do
início das obras. Mas um novo capítulo dessa história se completa e
aparentemente esse cenário começa a mudar. O governo federal anunciou um
repasse que envolve cerca de R$ 430 milhões para a retomada da
ferrovia.
Com obras marcadas para começar imediatamente, “o cemitério de
trilhos” parece tomar forma. É que o investimento atende o
planejamento que prevê 1.728 quilômetros interligando os estados do
Piauí, Ceará e Pernambuco.
Nesse percurso, do total investido R$
300 milhões são do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste),
administrado pelo Ministério da Integração Nacional. Enquanto os outros
R$ 130 milhões são da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.,
órgão ligado ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
De
acordo com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, - que já
assinou o documento que autoriza a liberação da primeira parte dos
recursos por meio do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) – a primeira
parte do valor a ser liberada pelo Finor será de R$ 152,7 milhões e
permitirá a continuidade das obras. Outros R$ 150 milhões estão
condicionados à comprovação da execução dos serviços ao longo de 2017.
Já o montante de R$ 130 milhões da Valec também está previsto para
investimentos no ano que vem.
A concessionária Transnordestina
Logística S.A (TLSA), responsável pelas obras da ferrovia, também se
comprometeu a apresentar, em até 50 dias, um plano de trabalho com
informações sobre a aplicação dos recursos e as metas para dar mais
impulso à execução dos serviços em 2017.
A
paralisação da obra que também deixou um rastro de desemprego em
cidades como Salgueiro e Missão Velha, já recebeu cerca de R$ 6,3
bilhões, dos quais cerca de R$ 3,4 bilhões são referentes a
financiamentos federais. Os recursos dos Finam (Fundos de Investimentos
do Nordeste e da Amazônia) são oriundos de parcela do Imposto de Renda
de empresas que optam por deduzir em favor destes instrumentos, como
forma de incentivo para aplicação em projetos considerados prioritários
ao desenvolvimento socioeconômico das duas regiões.
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