O País passa por um momento indispensável e de extrema importância:
reorganizar sua casa. A economia brasileira está uma bagunça e a
confiança dos investidores cada vez mais balançada. Pensando no setor de
comércio exterior, a infraestrutura é tema recorrente quando o assunto é
desenvolvimento. Nesse sentido os terminais portuários privados exercem
papel de grande importância graças ao seu desempenho. A previsão é que
investimentos da ordem de R$ 20 bilhões sejam realizados até o final
desta década, com a entrada em operação de pelo menos 50 novos
empreendimentos, contando com a ampliação dos já existentes.
Desde
a nova Lei dos Portos (nº 12.815/2013), foram autorizados 57
empreendimentos portuários de uso privado, mas muita coisa mudou. Hoje, o
sistema portuário conta com 183 instalações privadas, com investimentos
projetados de R$ 13,4 bilhões. Com 62 pedidos a serem autorizados –
sobretudo terminais de trasbordo de cargas – que somam R$ 7,3 bilhões em
investimentos, o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de
Transportes Aquaviários), Adalberto Tokarski, conta que os novos pedidos
estão em análise na Agência ou no poder concedente, para verificação da
viabilidade locacional ou celebração contratual.
“Há, neste momento, um
grupo de trabalho formado por técnicos da Antaq e do Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil com o objetivo de estudar e
apresentar propostas para flexibilizar os procedimentos e aumentar a
celeridade das autorizações”. Segundo ele, o resultado deste trabalho
será apresentado em dezembro ao Ministro dos Transportes, para, em
seguida, ser implementado.
De acordo com ele, os prazos são
definidos na legislação, sendo trinta dias referentes ao anúncio público
e noventa para apresentação dos documentos complementares. “Quando a
documentação entregue pelos interessados está em consonância com a
legislação, o procedimento tende a ser célere”, explica.
Enquanto
para alguns a nova lei trouxe facilitação, para outros só trouxe mais
burocratização. Porém, na opinião de Tokarski nesse quesito ela só
trouxe mais transparência ao procedimento de outorga de autorização,
“assim como criou os alicerces que permitem ampliar a concorrência no
setor portuário”.
Segundo ele, haverá aumento na oferta dos serviços, com
consequente melhoria e redução dos custos aos usuários. “A Lei 12.815
trouxe ganhos para a logística portuária, pois facilitou os
investimentos ao retirar dos TUPs a exigência de movimentação de carga
própria. Além disso, o novo regramento ordenou melhor os processos de
reequilíbrio econômico-financeiro dos terminais”.
Para Tokarski, a nova
lei contribuiu, ainda, para a renovação antecipada de contratos de
arrendamento, desde que os terminais realizem novos investimentos. Mesmo
assim, o diretor-geral da Antaq salienta algumas impedâncias trazidas
pela nova lei, principalmente em relação à burocracia. Mas salienta que
já existem trabalhos sendo realizados por um grupo de trabalho do
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, do qual a Agência
participa, “que está discutindo propostas para diminuir a burocracia e
tornar os processos mais céleres”. E afirma: “Os resultados deste
trabalho serão, em breve, apresentados à sociedade”.
Com
a entrada em operação de dezenas de TUPs nos últimos anos parte da
demanda reprimida foi equacionada, porém, sem, contudo, resolver
totalmente o problema. O setor ainda necessita de grandes aportes para
garantir recursos e total eficiência. Primordial para a economia
nacional, tendo em vista que passam pelos portos brasileiros mais de 90%
de toda mercadoria transacionada pelo país, o executivo destaca que o
setor portuário precisa sim de atenção. E salienta que “quanto maior os
investimentos no setor, menor serão os gargalos logísticos,
consequentemente maior será a competitividade”.
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