O governador do Ceará, Camilo Santana (foto), anunciou que o Porto do Pecém, principal equipamento de infraestrutura do Estado e o ativo mais valioso
do seu pacote de concessões, se
prepara para abertura de capital. A declaração foi feita durante o almoço de confraternização realizado na sexta-feira
(9) pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Inicialmente, o
modelo de concessão estava previsto para ser anunciado em novembro, mas
devido ao momento econômico, o governo resolveu adiar para 2017. Segundo o titular da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra),
André Facó, a apresentação dos ativos deverá ocorrer no próximo
trimestre.
"A ideia é que a gente faça a apresentação dos ativos para os
investidores no melhor momento para o mercado, quando eles tiverem
maior disponibilidade. E que isso aconteça no primeiro trimestre de
2017, no Road Show. Então, a gente vai lançando os ativos que estiverem
mais aptos para o mercado", disse.
O presidente da Cearáportos, administradora do Porto do Pecém, Danilo
Serpa, afirmou que o modelo de concessão ainda está sendo tratado pela
Procuradoria Geral do Estado. A parceria poderá abranger não apenas o
Porto, mas a administração de todo o Complexo Industrial e Portuário do
Pecém (Cipp).
"O Porto de Roterdã (Holanda) demonstrou interesse não só no Pecém,
mas no desenvolvimento de um polo industrial, por meio de uma ZPE (Zona
de Processamento de Exportação). A expertise deles pode nos ajudar no
desenvolvimento do Estado. Então, são todas essas vantagens competitivas
que o Porto de Roterdã está vendo para ver como se concretiza essa
entrada deles, para o desenvolvimento do Estado", destacou.
Segundo o presidente da ZPE Ceará, Mário Lima Júnior, a expansão da
área alfandegada deverá sair nos próximos 8 ou 10 meses, o que deve
incrementar ainda a movimentação do Porto do Pecém, especialmente pelo
setor de granito, que deverá ocupar a área portuária.
Até novembro, o Porto do Pecém movimentou 9,88 milhões de toneladas
em cargas, volume 41% maior que em igual período de 2015. Apenas em
novembro, o crescimento foi de 142% ante igual mês de 2015, sobretudo
pelo início das exportações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
"Estamos chegando ao número de 500 mil toneladas de placas de aço
embarcadas pelo Porto, em quatro meses de exportações", disse Danilo
Serpa. Para 2017, é esperado um crescimento de 40% na movimentação total
do Porto.
Após sucessivos atrasos nas obras, a ferrovia Transnordestina aguarda
a liberação de recursos do governo federal referentes a trechos no
Ceará e no Piauí. Segundo Sérgio Leite, presidente da Transnordestina
Logística, a expectativa é que os recursos sejam liberados em breve para
que o empreendimento avance em 2017. "Estamos em plena discussão com o
governo federal no sentido de equacionar a liberação desses recursos. E
estamos com alguns recursos já para serem liberados", disse.
De acordo com Leite, representantes da Transnordestina Logística
passaram os últimos dias discutindo com o governo tanto o cronograma das
obras como o montante a ser liberado que, segundo ele, seria suficiente
para avançar com a obra em 2017. Leite ressaltou que no momento a
empresa está focada na otimização de recursos, no cronograma e no avanço
da obra. "Estamos negociando por etapa. E essa primeira etapa é muito
importante. Seria um trecho do Piauí e um do Ceará".
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