O projeto do Canal Interoceânico da Nicarágua está fora da
agenda de prioridades de desenvolvimento econômico de curto prazo, tanto do
Conselho Superior da Empresa Privada (Cosep), como da Câmara de
Comércio Americana do país (Amcham). A posição foi confirmada pelos presidentes das duas entidades nesta terça-feira.
A Cosep e a Amcham são membros do Comitê Técnico Assessor da Comissão do
Projeto de Desenvolvimento do Grande Canal Interoceânico da Nicarágua. As duas organizações têm a tarefa de dar a à Comissão as perspectivas das empresas privadas
nicaraguenses por esta obra.
“Nossa ênfase está na Agenda Cosep 2020, e nesse sentido, em impulsionar um
porto no Atlântico. O Grande Canal não está incorporado em nossa
agenda de médio prazo”, afirmou José Adán Aguerri, presidente da Cosep ao
Diario La Prensa, de Manágua, capital do país.
Declaração similar
deu Roberto Sansón, presidente da Amcham, a respeito da possibilidade de construção do Gran Canal. Ele revelou que a entidade “não contempla
em um futuro próximo este projeto por falta de conhecimento suficiente a respeito dele”.
Consultado
pelo La Prensa sobre se a Cosep descarta a construção do Gran Canal, Aguerri disse: “o que consideramos é que o Governo indicou que o projeto está seguindo um processo, porém sem detalhar de
que tipo”.
Já Sansón destacou que a “Amcham espera que se construa o
Gran Canal, mas não há informações sobre isto.” Segundo ele, a
infraestrutura oferecida pelo Governo para tirar a Nicarágua, como um todo, não é clara. “Somos parte de um conselho assessor, contudo, não temos sido convocados nos últimos meses para discutir as questões envolvidas”, desabafou Aguerri. A mesma opinião foi manifestada por sansón.
"A única coisa que se vê no local onde deveria estar sendo aberto o canal são vacas e não máquinas e homens trabalhando na primeira fase do que seria o grande projeto nicaraguense". O projeto previa que o Gran Canal, seria em uma área de águas profundas na localidade de Brito, Rivas.
No dia
14 de junio de 2013, o presidente da República, Daniel Ortega, assinou o "Acuerdo Marco de Concesión para la Construcción del Gran Canal de
Nicaragua" com o empresário chinês Wang Jing, presidente da empresa HK Nicaragua
Canal Development Investment Company (HKND Group), que seria responsável pela maior obra já erguida na NIcarágua. Ortega
prometeu que com as riquezas que seriam geradas pelo projeto se resolveriam as necessidades econômicas da Nicarágua. “Vamos ter a
maiores possibilidades de erradicar totalmente a pobreza e a extrema
pobreza”, declarou então o presidente.
O Governo da Nicarágua informou de forma triunfal, em 2013, que o o Canal ficaria pronto no final de 2016. E que, a partir de 2017, iria gerar
1.303.784 empregos. Otimista, o governo projetava que esta cifra até poderia chegar a
1.608.403 e, em 2018, alcançar o espetacular número de 1.927.527 empregos criados. A realidade, no entanto, está se mostrando bem diferente e o sonho do pleno emprego no país deverá ser adiado por prazo indefinido.
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