quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Estados Unidos podem reconsiderar decisão de exportar GNL para países que não têm acordos de livre comércio


Os Estados Unidos estão reconsiderando sua decisão de exportar gás natural liquefeito (GNL) para países que não têm acordos de comércio livre (ACL), criando incerteza no futuro das exportações de GNL dos EUA. A administração Biden suspendeu temporariamente a aprovação de novos projetos de GNL, atraindo o apoio dos ambientalistas, mas levantando preocupações entre os fornecedores de GNL.

Aproximadamente 160 milhões de toneladas métricas por ano (mtpa) de projetos planejados aguardam uma decisão final de investimento (FID) em 2024 e 2025, com alguns exigindo aprovação da Comissão Federal Reguladora de Energia (FERC). As obras em andamento não serão afetadas, mas poderá haver desafios para projetos iniciados após 2028 devido a possíveis alterações regulatórias.

Espera-se que cerca de 120 mtpa de capacidade de GNL entrem em operação entre 2029 e 2032, e poderão enfrentar dificuldades na adaptação às novas regulamentações. As perspectivas da agência Drewry para o GNL dos EUA permanecem estáveis ​​até 2027-28, apesar do recente anúncio da administração Biden de suspender temporariamente as exportações de GNL. A boa notícia, porém, é que grande parte dos projetos que pretendem lançar em 2028 já estão em andamento.

A oposição da Câmara dos Representantes dos EUA poderia impedir a administração Biden de introduzir novos regulamentos para as exportações de GNL, proporcionando alívio aos projetos planejados. Além disso, a decisão do governo dos EUA de suspender os projetos de GNL está recebendo críticas de várias partes, incluindo promotores locais e compradores na Europa e no Japão. Esta medida gerou preocupações e opiniões divergentes no setor.

A Drewry prevê que a produção de GNL nos EUA atingirá 211 mtpa até 2028, mostrando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 18% de 2023 a 2028. A previsão baseia-se no pressuposto de que a pausa temporária nos projetos de GNL é imposta. Isto afetará os projetos que começarão a operar entre 2024 e 2028.

Como resultado, as perspectivas gerais são otimistas para os próximos anos em termos de produção de GNL nos Estados Unidos. Se a pausa nas exportações de GNL se tornar realidade, é pouco provável que afete significativamente os projetos programados para arrancar em 2027-28.

Aqueles que consideram um FID em 2024-25, com progresso na obtenção de contratos e aprovações necessárias da FERC e do Departamento de Energia (DOE), provavelmente passarão para a fase de construção nos anos subsequentes. Alguns projetos planejados que poderiam continuar apesar das mudanças regulatórias, incluindo capacidade mtpa, Data de Decisão de Investimento (FID) e data projetada de início das operações.

1)  Brownsville LNG Fase 1 (4,0 mtpa) FID: 2024, Operações: 2028; 2) Delfin FLNG 1 (3,3 mtpa) FID 2024, Operações 2027; 3) Delfin FLNG2 (3,3 mtpa) FID: 2024, Operações: 2028; 4) Freeport GNL T4: (5,1 mtpa) FID: 2024, Operações: 2028; 5) Cameron LNG T4: (6,8 mtpa) FID: 2024, Operações: 2029; 6) GNL Lake Charles: (16,5 mtpa) FID: 2024, Operações: 2029; 7) Gulfstream GNL: (4,0 mtpa) FID: 2024, Operações: 2029; 8) Rio Grande GNL T4-5: ​​​​(10,8 mtpa) FID: 2024, Operações: 2030; 9) Driftwood LNG Fase 1 (11,0 mtpa) FID: 2024, Operações: 2030.

2)  Por outro lado, a pausa da administração Biden nas licenças de exportação não-NAFTA poderá ter um impacto significativo em alguns projetos planeados de GNL, deixando cerca de 80 mtpa de capacidade em espera. Estes seriam: 1) Nova Fortaleza FLNG – Louisiana: (2,8 mtpa) FID: 2024, Operações: 2026; 2) CP2 GNL fase I: (10,0 mtpa) FID: 2024, Operações: 2027 3) Commonwealth LNG: (9,5 mtpa) FID: 2024, Operações: 2029; 4) Delta LNG Fase I e II: (20,0 mtpa) FID: 2024, Operações: 2029 5) Corpus Christi Fase 3 Midscale (Bloco 8-9): (3,3 mtpa) FID: 2024, Operações: 2030 6) Driftwood LNG Fase II : (16,5 mtpa) FID: 2025, Operações: 2030; 8) Expansão do Sabine Pass: (19,5 mtpa) FID: 2025, Operações: 2032.

3)  Apesar disso, de acordo com a Drewry, os EUA deverão quase duplicar a sua capacidade de liquefação até 2028, acrescentando cerca de 80 mtpa de capacidade em construção. Embora a pausa não afete imediatamente o fornecimento europeu de GNL, poderá afetar os planos a longo prazo, uma vez que a Europa adquire GNL dos Estados Unidos. Para os principais compradores asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul, que já estão a adoptar a energia nuclear, o impacto será provavelmente limitado.

China não renova medida antidumping às exportações brasileiras de carne de frango

O governo federal anunciou a decisão da China de não renovar a medida antidumping aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de produtos de carne de frango. A medida antidumping, que deixou de ser aplicada no dia 17, correspondia a uma sobretaxa sobre o valor do produto importado, variando entre 17,8% e 34,2%, de acordo com a empresa exportadora.

Além disso, 14 empresas brasileiras haviam celebrado “compromissos de preços” com o governo da China, obrigando-se a praticar preços superiores a um patamar mínimo preestabelecido. A reversão da medida exclui a tarifa adicional. Tais medidas prejudicavam a competitividade do produto brasileiro no mercado chinês. O Palácio do Planalto atuou junto a autoridades chinesas em diversos foros e durante a realização de mecanismos bilaterais de cooperação em 2023, até obter a decisão favorável.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, e a China é o segundo maior consumidor mundial do produto e também o principal destino dos embarques de carne de frango brasileira, que superaram U$ 1,9 bilhão e alcançaram mais de 679 mil toneladas no ano passado.

O fim da medida antidumping faz as exportações de frango do Brasil mais competitivas para aquele mercado e, além disso, abre novas oportunidades para outros produtores brasileiros que, mesmo com seus frigoríficos habilitados, não conseguiam ser competitivos em razão dos direitos antidumping impostos.

Trata-se de resultado positivo para o nosso setor avícola e para a relação econômico-comercial do Brasil com a China. O Brasil permanece dedicado a manter um diálogo aberto e construtivo com os parceiros chineses, buscando oportunidades de cooperação e desenvolvimento sustentável nas relações com

Movimentação de móveis cresce 113% no Tecon Santa Clara da Wilson Sons


Operador de logística portuária e marítima a Wilson Sons registrou crescimento de 113% nas movimentações de móveis, em 2023, quando comparado a 2022, partindo do Tecon Santa Clara, terminal de contêineres de navegação interior, em Triunfo (RS). A unidade apresentou o volume acumulado de movimentação de 298 TEU (unidade correspondente a um contêiner de 20 pés), o que corresponde a 149 contêineres ou 3.519 toneladas. No ano passado, este volume foi de 145 TEU, o equivalente a 75 contêineres ou 1.651 toneladas.

Localizado no Polo Petroquímico de Triunfo, o terminal realiza o transporte multimodal de cargas de importação, exportação e cabotagem, contando com duas barcaças e quatro escalas semanais para o Tecon Rio Grande, que leva os produtos para o restante do Brasil e para o mundo.

Segundo a Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), as exportações de móveis produzidos no Rio Grande do Sul movimentaram mais de 250 milhões de dólares, em 2023, com base no portal Comex Stat e análises do mercado. Ainda de acordo com a Movergs, o setor moveleiro gaúcho faturou R$ 12 bilhões ano passado, um aumento nominal de 4% em relação a 2022.

“A localização possibilita um fácil escoamento das mercadorias para as indústrias gaúchas. Já sua eficiência oferece serviços capazes de otimizar custos logísticos e gerar segurança para as cargas”, avaliou o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti.

 

Porto de Imbituba volta a ter escala semanal de navio de contêineres

O Porto de Imbituba, no sul de Santa Catarina, voltou à rota internacional de contêineres com o navio Hans Schulte, de linha de longo curso que fará escala semanalmente no porto. No total serão 52 escalas por ano.

A ação acontece em parceria com a operadora portuária e logística Santos Brasil e o armador francês CMA CGM. A linha de longo curso da Brazil Express (BRAZEX), fará escalas no terminal de contêineres operado pela Santos Brasil, o Tecon Imbituba.

A rota original liga EUA, Caribe e América Latina e com a alteração passará pelos portos de Veracruz (México), Houston e Nova Orleans (Estados Unidos), Kingston (Jamaica), Cartagena (Colômbia), Santos, Paranaguá e Imbituba no Brasil.

“Hoje demos um passo muito importante para o desenvolvimento do comércio exterior da região sul de SC e que se utilizam deste modal”, afirma o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF), Robison Coelho.

“Além dos resultados operacionais positivos que o Porto vem desempenhando ao longo dos anos, esta conquista visa a ampliação da capacidade de atendimento à demanda do mercado e um registro importante na história do Porto de Imbituba”, avalia o diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Urbano Lopes de Sousa 

 

Dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande é concluída

A Portos RS concluiu a obra de dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto do Rio Grande, dentro do cronograma estabelecido. Iniciado em novembro do ano passado, o serviço foi realizado em sua totalidade pela draga Utrecht, equipamento da frota da empresa Van Oord Serviços de Operações Marítimas.

A embarcação, de bandeira holandesa, deixou o município no dia 30 de janeiro, depois de retirar 3,1 milhões de metros cúbicos de sedimentos nas áreas dos canais interno, externo e do Porto Novo. Para a realização da obra, a autoridade portuária gaúcha realizou um investimento de mais de R$ 105 milhões com a utilização de verbas próprias.

O planejamento de dragagens anuais só foi possível a partir da transformação de Autarquia para Empresa Pública, oportunidade em que houve a concentração de recursos no caixa portuário. Além disso, a manutenção constante das profundidades permite a redução do volume a ser dragado e dos valores empregados para a execução da obra.

Ao longo dos dois meses de trabalho, a draga Utrecht realizou 431 ciclos completos, que consistem na retirada do sedimento no trecho de dragagem e nos movimentos de navegação com a cisterna cheia e retorno vazia do sítio de descarte.

O material retirado foi depositado em uma área de descarte oceânica devidamente licenciada pelo Ibama, órgão que acompanhou todo o desenvolvimento do projeto para a garantia da execução das condicionantes ambientais. Peças informativas sobre a obra foram distribuídas os bairros ribeirinhos, com a disponibilização de números de contato com a Portos RS.

Para o presidente da Autoridade Portuária, Cristiano Klinger, “a conclusão dessa obra é fundamental na manutenção da competitividade do nosso complexo portuário, bem como quanto à segurança da navegação, buscando assim, a concretização da visão estratégica de sermos o hub do Conesul”.

Conforme o diretor de meio ambiente da Empresa Pública, Henrique Ilha, “a dragagem teve os mais modernos sistemas de acompanhamento ambiental e obteve um grande sucesso nos controles, demonstrando que a técnica utilizada pela Portos RS é muito adequada e garante a segurança ambiental do empreendimento”.

De acordo com o diretor de infraestrutura da Portos RS, Lucas Meurer, “os resultados obtidos nesta campanha foram extremamente satisfatórios, o que nos possibilitará ganhos de calado que serão informados para o mercado ainda em fevereiro”.

 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Exército dos EUA diz que ataque houthi ao Rubymar desencadeou derramamento de petróleo de 29 quilômetros


 

Um relatório do exército dos Estados Unidos divulgado nessa semana revelou que o ataque ao “Rubymar” pelos rebeldes Houthi desencadeou um derramamento de petróleo de magnitude considerável. O graneleiro, com bandeira de Belize, foi atingido em 18 de fevereiro enquanto transportava mais de 41 mil toneladas de fertilizantes.

O ataque, caracterizado pelo Comando Central norte-americano (CENTCOM) como “não provocado e imprudente”, causou tanto danos significativos ao navio como o referido derrame, que abrange uma área de 29 quilômetros. Ressaltou que existe a possibilidade de o fertilizante ser despejado no Mar Vermelho e piorar o que já está sendo descrito como um “desastre ambiental”.

O operador do navio indicou que ele deverá ser rebocado para Djibuti em breve. Em um documento separado, o CENTCOM informou que as suas forças destruíram sete mísseis de cruzeiro antinavio móveis em áreas controladas pelos Houthi no Iémen, que estavam prontos para serem lançados no Mar Vermelho. Segundo o comando regional, sua destruição foi realizada devido à ameaça iminente que representavam para os navios mercantes e para a frota naval dos EUA na região.

 

Navio polar búlgaro é recepcionado em Rio Grande pela embaixadora daquele país no Brasil

Os diretores da Portos RS, Romildo Bondan, de Operações e do complexo de museus da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Lauro Barcelos, e a embaixadora da Bulgária, Bojidara Sartchadjieva, acompanharam a chegada do navio polar São Cirilo e São Metódio ao Porto do Rio Grande, no domingo (25). 

A recepção ao navio búlgaro contou com a participação da Banda do Corpo de Fuzileiros Navais do 5º Distrito Naval (NV) que executou os hinos nacionais brasileiro e da Bulgária, além da canção Cisne Branco, considerada o hino da Marinha. Após a finalização da atracação e conclusão dos procedimentos protocolares, as autoridades presentes foram recebidas pelo comandante.

Com o retorno da 32ª Missão Antártica, a Bulgária conclui a construção de um novo laboratório na base mantida pelo país nas Ilhas Livingston. O navio pertence a um consórcio formado pela Marinha búlgara, pelo Instituto Antártico Búlgaro e pela Universidade St Kliment Ohridski, sediada na capital Sofia.

A atracação também coincidiu com as comemorações dos 90 anos de relações diplomáticas estabelecidas entre Brasil e Bulgária. A convite do comandante do navio, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, participou de um jantar de integração que contou com a presença da embaixadora e demais autoridades. (Fonte: PortosRS)

Certificado digital facilita exportações de carne de aves para a União Europeia

Exportações brasileiras de carnes de aves à União Europeia já podem utilizar o Certificado de Origem Digital (COD), que resolve em poucos minutos uma operação que, até aqui, levava até nove dias para ser concluída – da solicitação à emissão do documento. A novidade traz redução de custos e mais segurança jurídica aos exportadores.

Nesta segunda-feira (26) foi realizada a primeira exportação já utilizando o certificado digital, que se deu pelo porto de Rotterdam, na Holanda.

O certificado de origem é documento necessário para que as exportações brasileiras usufruam das cotas tarifárias europeias, estabelecidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele já havia sido implementado junto ao Reino Unido no ano passado e agora passa a valer para os 27 países do bloco europeu.

Por ano, são expedidos cerca de 14 mil certificados para União Europeia e Reino Unido, ao custo de R$ 166 cada. A digitalização das operações elimina também essa taxa, o que representa uma economia de R$ 2,3 milhões anuais aos exportadores brasileiros.

Em 2023, as exportações desses produtos para a União Europeia alcançaram US$ 490 milhões, equivalentes a 55% do total das exportações para o mundo. A emissão digitalizada deve ser feita pelo Portal Único de Comércio Exterior.

A inovação foi resultado dos esforços conjuntos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE) junto à Comissão Europeia, iniciado a partir de proposta brasileira para facilitar o fluxo de comércio bilateral, aperfeiçoar os controles e integrar plenamente as operações ao Portal Único, eliminando etapas burocráticas.

“Este marco não apenas fortalece a posição do Brasil como o principal exportador de carnes de aves no mundo, mas também demonstra nossa capacidade de inovar e desburocratizar o comércio”, destaca o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. "O governo do presidente Lula segue trabalhando em parceria com o setor produtivo para promover a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global", conclui.

Durante o processo de transição para o modelo digital, o MDIC disponibilizará um canal de comunicação dedicado a eventuais dúvidas ou dificuldades encontradas por exportadores e importadores: codigitalue@mdic.gov.br. O regulamento da União Europeia que confere base legal para a aceitação do certificado digital pode ser acessado aqui.

 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Especialista diz que crise no Mar Vermelho logo vai repercutir no comércio com a América Latina


A crise no Mar Vermelho, rota vital para o comércio global, surgiu como um desafio sem precedentes para a indústria marítima. Segundo Lars Jensen, CEO e sócio da Vespucci Maritime e especialista com mais de duas décadas no setor, esta situação forçou uma reavaliação estratégica das rotas comerciais e expôs a interconectividade e a vulnerabilidade do transporte marítimo global.

O especialista fez esta avaliação na última edição do seminário Carta Náutica, “Crise do mar vermelho: como a geopolítica afeta o transporte marítimo”, organizado pelo Departamento de Direito Comercial da Universidade Externado da Colômbia. O ator-chave, segundo Jensen, são os rebeldes Houthi, que operam no Iémen, no extremo sul da Península Arábica, que, após o início das ações militares de Israel em Gaza, começaram a pressionar por um cessar-fogo.

“É chantagem política, basicamente pressionam Israel para parar, senão atacam os navios”, explica. Segundo o especialista, embora os ataques Houthi tenham começado em novembro, só ganharam força em meados de dezembro. Desde então, as companhias marítimas optaram por desviar as suas rotas em torno de África, uma medida que, embora aumente os custos e os tempos de trânsito, garante a continuidade do comércio marítimo.

De acordo com ele, a partir dessa situação, “a decisão foi tomada, especialmente pelos EUA e depois pelo Reino Unido, e gradualmente por mais e mais países, de enviar navios de guerra para o sul do Mar Vermelho para proteger os navios. “Isso inicialmente levou a MSC, a CMA e a CGM a decidirem navegar novamente pelo Canal de Suez porque seriam protegidos pela Marinha.” Contudo, os ataques continuaram, levando os navios a retomarem a rota através de África.

A crise atual é um reflexo de profundas tensões geopolíticas e de uma guerra assimétrica no mar. Jensen compara esta situação com a pandemia, destacando que, apesar de os desafios serem diferentes, ambos os eventos exigiram adaptações significativas na indústria. Embora a pandemia tenha afetado a capacidade e a eficiência do comércio global, a crise do Mar Vermelho desafia diretamente a segurança e a logística do transporte marítimo.

“Demora mais. Da Ásia para a Europa leva mais 7 a 14 dias e da Ásia para a Costa Leste dos EUA até mais cinco dias. São necessários mais navios, custa mais dinheiro, mas o resultado final é que temos navios suficientes. Pode ser feito. É caro, leva tempo, mas é perfeitamente possível. Não foi possível fazer isso em 2021 porque naquela altura não tínhamos o suficiente”, compara Jensen. Efeito na América Latina.

Segundo Jensen, a América Latina será em breve afetada pela crise do Mar Vermelho porque a frota mundial mal tem navios suficientes para cobrir a rota em torno de África: “Se tivermos rotas marítimas onde as taxas de frete são baixas, as companhias marítimas irão contratar navios delas e irão transferi-los para rotas em torno da África, que são muito mais lucrativas. Isso é o que eu chamaria de ‘taxa de contágio’”, explica ele.

O especialista salienta que não é possível, ao longo do tempo, manter esta situação em que uma rota comercial é extremamente rentável e outra não, e por isso as companhias marítimas vão mudar de rota. “Em qualquer rota marítima do mundo, inclusive todas as latino-americanas, eles precisam levar isso em conta. Se você ainda está aproveitando os bons fretes baixos que via antes da crise, aproveite porque não vai durar, não se a crise continuar”, afirma.

Devido à seca e à consequente escassez de água no Canal do Panamá, o número de navios que podiam transitar pelo canal por dia já estava sendo restringido. Em novembro do ano passado, antes da crise do Mar Vermelho, várias grandes companhias marítimas tomaram alguns dos serviços que costumavam ir da Ásia para a costa leste dos EUA e redirecionaram-nos para o Canal de Suez. Como resultado da subsequente crise do Mar Vermelho, estes navios têm agora também de contornar a África.

Como o Panamá está limitando o número de trânsitos, a única alternativa será interromper alguns serviços. Um exemplo prático: “Digamos que eu precise enviar produtos do Brasil para a Califórnia.
Se eu fizer isso, deveria passar pelo Canal do Panamá, mas agora estou competindo com esse espaço por alguém que envie da China para a Costa Leste dos EUA e, no geral, quem ganha essa batalha? “Os importadores que estão dispostos a pagar mais e os bens de consumo de rápido movimento da Ásia para os EUA tendem a ser os que estão dispostos a pagar mais.” O resultado será que a capacidade relacionada com a América Latina que tem de atravessar o Canal da Mancha será limitada, aumentando assim a

Porto do Rio Grande realiza operação de descarga de 500 caminhonetes vindas de Zarate

O Porto do Rio Grande recebeu os navios Sirius Leader e Tanabata. As embarcações, do tipo Roll-on Roll-off, atracaram no cais público rio-grandino para a movimentação de cargas rodantes.

Em uma das operações foram descarregadas 500 unidades de caminhonetes, vindas do terminal de Zarate, na Argentina. No complexo gaúcho ocorreu o desembaraço aduaneiro para a distribuição nas concessionárias da marca.

O segundo navio do dia embarcou 859 unidades de automóveis sedans. Os veículos, produzidos na fábrica da GM de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, terão como destino os portos de Manzanillo, no México, e de Cartagena, na Colômbia. As duas embarcações seguiram de Rio Grande em direção ao Porto de Paranaguá, no Paraná, para a sequência da viagem.

 

Movimentação expressiva de açúcar faz Porto de Santos bater recorde no volume de cargas em janeiro

O Porto de Santos iniciou o ano com recorde de movimentação de cargas, já no primeiro mês do ano, com 11,9 milhões de toneladas de cargas movimentadas. O expressivo volume de açúcar que chegou ao complexo santista em janeiro elevou os embarques do produto em 71,1%, em comparação com mesmo período do ano passado, totalizando 2 milhões de toneladas, desempenho determinante para o crescimento de 16,9% em relação a janeiro de 2022.

“É uma satisfação começar o ano batendo recorde, não pelo número em si, mas porque demonstra que o Porto de Santos mantém a capacidade de atender a demanda do comércio exterior brasileiro”, celebrou o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini.

Soja em grãos, café, carnes e óleo combustível nos embarques, e adubo e óleo diesel, nas descargas, também se sobressaíram com crescimento de, respectivamente, 51,8%, 69%, 6,1%, 159,9%, 28,9% e 115,3%.

O total de embarques foi de oito milhões de toneladas, aumento de 17,8%, e de desembarques 3,9 milhões de toneladas, crescimento de 15%.

A carga conteinerizada somou no mês de janeiro 410.878 TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), também recorde para o mês, com aumento de 16,4% se comparado ao mesmo período de 2023.

Os granéis sólidos somaram 5 milhões de toneladas, aumento de 13,9% sobre o mesmo período de 2023 e melhor marca para o período. Ganharam destaque nesse segmento o açúcar e a soja.

Os líquidos a granel atingiram 1,7 milhão de toneladas, aumento de 23,2% em relação ao acumulado nesse período do ano passado. Na composição dos líquidos a granel destacam-se óleo combustível e óleo diesel.

As atracações de navios no ano somam 439, crescimento de 10%.

A participação do Porto de Santos na corrente comercial brasileira apresentou aumento ao registrar 28,4% (em janeiro de 2023 foi de 27,6%). Com relação às transações comerciais nacionais com o exterior por meio do Porto de Santos, 23,3% tiveram a China como parceiro. O Estado de São Paulo teve a maior participação nas transações comerciais com o exterior por meio do complexo portuário santista (55,6%).

 

Noruega constrói primeiro túnel para navios do mundo no Mar do Norte

A Noruega está construindo o primeiro túnel para navios do mundo, um projeto que promete transformar a navegação marítima e reforçar a segurança no transporte comercial e turístico. Localizado no trecho de mar de Stavet, onde o Mar do Norte encontra o Mar da Noruega, o túnel é uma resposta direta aos desafios impostos pela natureza nesta área difícil de navegar.

Com 1.700 metros de comprimento, 37 metros de largura e 50 metros de altura, o túnel impressiona por suas dimensões e pelo seu propósito inovador. Ao permitir uma passagem segura por uma das áreas mais tempestuosas e imprevisíveis, a construção busca minimizar os riscos enfrentados pelos marinheiros e otimizar o fluxo de comércio marítimo. A região do Mar de Stavet, conhecida por suas condições adversas que podem prevalecer por até 110 dias ao ano, tem sido um obstáculo significativo para a navegação segura, com histórico de naufrágios que datam de séculos.

A construção do projeto, que está previsto para ser inaugurado em 2026, enfrenta desafios únicos, desde a perfuração e explosão necessárias para abrir caminho no terreno rochoso até a implementação de sistemas técnicos capazes de suportar as condições marítimas extremas. A obra requer a remoção de aproximadamente 3 milhões de metros cúbicos de rocha, utilizando métodos de construção que respeitam o delicado equilíbrio ambiental da região.

A ideia de um túnel desse tipo remonta a 150 anos, com propostas que evoluíram desde a transposição de barcos por vias ferroviárias até o atual conceito de túnel navegável. Após diversos estudos de viabilidade e inclusão no plano nacional de transportes em 2013, o governo norueguês concedeu permissão para o início dos preparativos em 2021, com a licitação do projeto programada para 2024.

O túnel Stad promete revolucionar a logística marítima ao encurtar rotas e economizar combustível e tem ainda o potencial de se tornar uma nova atração turística, atraindo visitantes fascinados pela engenharia e pela beleza natural da Noruega. Além disso, a utilização das rochas removidas em projetos comerciais locais indica um compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.

Ao conectar dois mares turbulentos através do primeiro túnel para navios do mundo, a Noruega assegura um futuro mais seguro para a navegação marítima e também abre novos horizontes para o turismo e o desenvolvimento econômico local.

 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

DP World se orgulha de defender sustentabilidade em projetos como o que mantém no seu terminal no Equador


A DP World Posorja anunciou em comunicado que se orgulha de defender a sustentabilidade ambiental em todas as suas operações portuárias e terminais. Neste sentido, explicou que, no Equador, a sustentabilidade ambiental é essencial devido à sua rica biodiversidade e à vulnerabilidade dos seus ecossistemas às mudanças climáticas. Por isso, a empresa decidiu apoiar uma estratégia abrangente de descarbonização das suas operações no país.

 “Na DP World estamos empenhados em equilibrar o crescimento econômico com a gestão ambiental, ao mesmo tempo que trabalhamos para liderar o caminho na redução das emissões de CO2 e na melhoria da eficiência operacional”, defendeu a companhia em comunicado. “A nossa abordagem é abrangente e holística, uma vez que as nossas iniciativas se estendem a diversas áreas, desde a adoção de energias renováveis ​​e otimização energética até à gestão de resíduos e parcerias estratégicas”, acrescentou a nota.

Esta abordagem, ressaltou, não só destaca a dedicação à gestão ambiental (“estamos orgulhosos de informar que os nossos esforços reduziram com sucesso mais de 42.300 toneladas de emissões de CO2”, destacam), mas também ajuda a posicionar a DP World Prosorja como líder. em operações portuárias e serviços logísticos sustentáveis Inovações em energia renovável.

A DP World Posorja tem 74 painéis solares, “o que nos permite gerar a nossa própria energia solar, evitando que mais de três toneladas de CO2 entrem na atmosfera todos os anos”. Além disso, destacou a nota. “Investimos em energia hidrelétrica. Desde agosto de 2020, nosso terminal portuário de Posorja é alimentado por energia renovável de uma usina hidrelétrica, evitando mais de 17 mil toneladas de CO2 por ano”, esclareceu o comunicado.

“Essas iniciativas reduzem significativamente as emissões de CO2, contribuindo para a nossa visão de operações portuárias sustentáveis e apaecem em ações como a Restauração de Manguezais.  A empresa considera que os manguezais são importantes para a restauração de ecossistemas porque produzem grandes quantidades de oxigênio e armazenam grandes quantidades de carbono.

Foi assim que, no âmbito do projeto “Semeando Vida”, plantou mais de 230.000 mudas de mangue em 105 hectares de terras em El Morro e na Ilha Puná, capturando mais de 2.900 toneladas de CO2. Este projeto combate as alterações climáticas e contribui para mais de 400 famílias que vivem nas comunidades envolventes. A iniciativa permitiu receber o prestigiado Prêmio IAPH de Sustentabilidade 2022 na categoria Clima & Energia, um dos maiores prêmios de sustentabilidade da indústria portuária”, destacou a naota.

A DP World Posorja é atualmente o segundo porto mais eficiente da região e ocupa o 19º lugar no mundo, segundo o Banco Mundial. A eficiência operacional levou à redução de emissões, “o que demonstra o nosso compromisso com a otimização energética e a gestão ambiental”, salientam. Sistema de correspondência de frete: Da DP World Posorja eles indicam que seu Sistema de correspondência de frete (FMS) otimiza movimentos de carga dupla (entrada e saída) para reduzir viagens desnecessárias:

“Desde que o terminal portuário de Posorja iniciou as operações em 2019, evitamos mais de 64.725 terrenos viagens de e para DP World Posorja. Isto, por sua vez, evitou mais de 22.000 toneladas de emissões de CO2, demonstrando a nossa abordagem inovadora à logística sustentável”, afirmam. Gestão de resíduos orgânicos: uma iniciativa de duplo impacto: Esta colaboração com a comunidade local destaca benefícios sociais e ambientais, ao permitir que os resíduos alimentares no porto sejam reutilizados na suinocultura local

“Ao desviarmos os resíduos dos aterros, evitamos a geração de mais de 24 toneladas de CO2 e apoiamos a comunidade.  “Temos orgulho de sermos aliados estratégicos do Programa Carbono Zero do Equador (PECC), que foi desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica para reconhecer empresas através de três níveis de ação em quantificação, carbono redução e neutralidade. Esta parceria sublinha a nossa liderança em sustentabilidade e mitigação de carbono”, mencionou a empresa.

Acrescentou que, “em novembro de 2023, foram reconhecidos com uma prestigiosa distinção pelo Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica pela Quantificação da pegada de carbono do nosso terminal em Posorja, o que lhes permitiu tornar-se o primeiro porto de contentores do Equador a medir a sua pegada de carbono e o primeiro porto DP World na região a fazê-lo através de três âmbitos internacionais. Mantemos nosso compromisso com a sustentabilidade é uma prova da sua abordagem inovadora à responsabilidade ambiental. " concluiu o comunicado.