terça-feira, 31 de outubro de 2023

MSC supera principais competidores também nos resultados financeiros em 2022


A MSC alcançou US$ 36,2 milhões em lucros no ano passado, de acordo com o jornal italiano Il Messagero. A revelação dos dados foi considerada relevante pelo mercado, porque a  companhia não divulga costuma divulgar publicamente os seus resultados periodicamente, ao contrário dos seus concorrentes Maersk, CMA CGM e Hapag-Lloyd, uma vez que normalmente a indústria marítima mantém uma grande sombra de dúvida quanto ao seu desempenho.

A partir dos números fornecidos, pode-se fazer uma comparação com os resultados dos seus principais concorrentes e a partir daí avaliar o domínio que a MSC tem conseguido impor no segmento. Antes de analisar detalhadamente os dados, há que se considerar que os números apresentados pelos meios de comunicação italianos supostamente correspondem a toda a holding MSC, ou seja, não só a companhia marítima, mas também cruzeiros, terminais, logística, etc.

Por isso, para o analista da indústria marítima Lars Jensen, eles indicam que “a comparação mais sensata seria com todo o grupo Maersk e todo o grupo CMA CGM. Mas é claro que estes grupos não têm o mesmo portfólio de propriedades industriais [em comparação com o MSC].” Segundo dados da Maritime Analytica, considerando uma conversão de 1 EUR = US$ 1,06. As seguintes comparações são obtidas. Em Receitas a tabela seria a seguinte: MSC vence com US$ 91,6 bilhões; Segue-se a Maersk com 81,5 mil milhões de dólares, a CMA CGM com 74,5 mil milhões de dólares e a Hapag-Lloyd com 36,4 mil milhões de dólares. Em relação ao Ebitda, o MSC alcançaria US$ 45,8 bilhões; enquanto a Maersk marcou 36,8 bilhões e a CMA CGM: US$ 33,3 bilhões e a Hapag-Lloyd alcançou 20,4 milhões.

Na categoria Lucro Líquido: a MSC obteve US$ 38,2 bilhões, enquanto a Maersk atingiu US$ 29,3 bilhões; CMA CGM: US$ 24,8 bilhões e Hapag-Lloyd 17,9 bilhões. Os meios de comunicação italianos também fornecem a liquidez da MSC, que atingiria 66,8 mil milhões de dólares (não declarado, mas assumido como uma posição de caixa no final de 2022), enquanto a Maersk atingiria 10 mil milhões de dólares.

Além disso, indica as dívidas de médio e longo prazo que da MSC chegariam a US$ 27,6 bilhões, enquanto as da Maersk atingiriam US$ 15,3 bilhões em passivo não circulante e US$ 13,3 bilhões em passivo circulante; enquanto os da CMA CGM atingiriam US$ 7,7 bilhões em dívida líquida e US$ 11,6 bilhões em ativos financeiros de curto prazo. MSC De acordo com Splash247.com, os resultados financeiros da MSC foram inadvertidamente divulgados após a sua recente oferta bem-sucedida por uma participação de 50% na operadora italiana de transporte ferroviário de passageiros Italo, sendo rapidamente partilhada pelo Il Messaggero.

A MSC, grupo empresarial pertencente à família Aponte, foi fundada em 1970; Atualmente sediada em Genebra, controla a maior companhia marítima do mundo, que detém uma quota de mercado global líder de 19,7% e uma frota com capacidade de 5.467.805 TEUs. É seguida pela antiga número um do mundo, a Maersk, que tem uma participação de 14,8% e uma capacidade total de US$ 4.120.528 TEUs. Enquanto isso, a CMA CGM está em terceiro lugar com 12,6% de participação e uma frota de 3.494.135 TEUs. A Hapag-Lloyd está em quinto lugar, atrás da Cosco, com 6,9% e uma frota com capacidade de 1.929.726 TEUs.

Capacidade dos navios capsize no Brasil é absorvida pelas exportações de cereais e minério de ferro

Os proprietários de capesizes consideraram 2023 uma decepção. Muitos esperavam que as taxas decolassem no segundo trimestre. Em vez disso, estavam pouco acima dos níveis de equilíbrio. No entanto, setembro revelou-se um ponto de viragem e o custo do fretamento de um navio deste tipo subiu para o seu nível mais elevado em mais de um ano em muitas das principais rotas para navios deste porte, tanto no Atlântico como no Pacífico.

O fenômeno ocorre porque o aumento das exportações num contexto de maior procura chinesa e maior procura de carvão à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte, limitou a oferta global destes navios, relata Argus. Neste contexto e apesar das sanções, a Rússia continua a ser um importante exportador de carvão e a procura de navios capesize nos portos do noroeste da Rússia aumentou desde agosto à medida que os navios panamax (aqueles que normalmente transportam este mineral na região) se deslocavam para o Atlântico Sul para atender às altas exportações de grãos do Brasil.  

Os navios capesize estão sendo cada vez mais atraídos pela demanda brasileira, que os viu transportar exportações recordes de grãos em agosto na rota de longo curso da costa oeste da América do Sul para a China, deixando os afretadores australianos com opções limitadas e aumentando as taxas para níveis recordes. Mas as taxas da Austrália e do Brasil diminuíram ligeiramente desde então.

As exportações brasileiras de minério de ferro em setembro também desaceleraram e diminuíram para 35,7 milhões de toneladas, em comparação com 36,1 milhões de toneladas em setembro de 2022, de acordo com dados preliminares, depois de aumentarem em agosto de 2023 para o nível mais alto desde 2002. No início de outubro, as exportações brasileiras de minério de ferro estavam diminuindo sazonalmente à medida que a estação chuvosa se aproximava e tempestades eram observadas no sul do país.

Mas em comparação com o ano anterior, os volumes permanecem fortes. As exportações estão agora no bom caminho para atingir 26,9 milhões de toneladas em outubro de 2023, acima dos 26,7 milhões de toneladas em outubro de 2022, de acordo com dados preliminares. Essas exportações se tornaram um fator-chave nas taxas de frete da capesize, absorvendo uma série de navios necessários no Brasil e aumentando as taxas, de acordo com o corretor naval Ifchor-Galbraiths.

Os produtores de carvão colombianos também estão aumentando a procura para o segmento capesize, que é subabastecido. A Colômbia deverá exportar entre 60 e 60,5 milhões de toneladas de carvão térmico em 2023, acima das 54,49 milhões de toneladas exportadas no ano passado, segundo o presidente da associação mineira da Colômbia. Uma parcela significativa deste carvão vai para a Ásia-Pacífico, Coreia do Sul e China. No final de setembro, a ST Shipping da Glencore fretou o Jag Anand para um itinerário de Puerto Bolivar à China ou Coreia do Sul por cerca de US$ 37 mil/dia, em comparação com pouco mais de US$ 30 mil/dia em meados de agosto.

Ministro discute na Indonésia ampliação de áreas de cooperação agrícola entre aquele país e o Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o embaixador do Brasil na Indonésia, George Prata, se reuniram com o vice-ministro de Relações Exteriores indonésio, Pahala Mansury, nesta segunda-feira (30), em Jacarta, para tratar do fortalecimento e ampliação das relações comerciais e de cooperação técnico científica entre os países.

Considerando o aspecto da segurança alimentar brasileira, um dos temas em debate foi a potencialização, tendo em vista o interesse recíproco de ambas as partes, das exportações de carne bovina e de bovinos vivos do Brasil para a Indonésia.

Na reunião, foram discutidas as possibilidades comerciais e a simplificação do modelo de exportação. “Isso garante competitividade e oportunidades tanto pro Brasil como também para povo da Indonésia, que vai ter a chance de ter acesso a produtos de qualidade com preços mais acessíveis, uma porta extremamente positiva”, destacou Fávaro.

Outro ponto discutido na reunião foi sobre o investimento do país asiático no processo de autossuficiência na produção de cana de açúcar. Desta forma, investe também na utilização do etanol na matriz energética.

Em novembro do ano passado a Indonésia aprovou a adição de 5% de etanol à gasolina - medida que só está em vigor em uma província atualmente. No entanto, o país pretende promover o aumento gradual da mistura até 30% em 2040 e, neste ponto, busca a cooperação técnica com o Brasil.

“O Brasil tem um domínio da tecnologia da produção de alimentos, de energia e de açúcar, através da Embrapa, uma das maiores empresas em pesquisa agropecuária. Nessa agenda tivemos a oportunidade de criar um grupo de trabalho para transferir esta tecnologia para que no futuro muito próximo a Indonésia possa ser autossuficiente na produção de açúcar”, afirmou o ministro.

O vice-ministro da Indonésia declarou que o Ministério das Relações Exteriores buscará se integrar ao grupo de trabalho criado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério da Agricultura da Indonésia para avanço das tratativas bilaterais.

 

MDIC defende diversificação de produtos e inclusão de MPEs na pauta exportadora

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lançou, nesta segunda-feira (30), o Núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) em Ribeirão Preto (SP), que será responsável por qualificar 175 empresas da região para atividades de exportação.

Ao lado do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Marcio França, e de representantes da ApexBrasil, que coordena o programa em parceria com o Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, o ministro destacou a necessidade de as empresas diversificarem as exportações. Também ressaltou a importância do programa especialmente para incluir as pequenas e médias empresas, uma vez que 60% das que serão qualificadas têm porte micro ou pequeno.

“Nós não podemos ficar num produto só. Temos que diversificar. E queremos que as pequenas e médias empresas também exportem. Temos que criar uma cultura exportadora. A empresa que passa a exportar muda de patamar, dá um upgrade”, afirmou o vice-presidente.

Ele ressaltou que, mesmo com a economia mundial enfraquecendo, o Brasil vai bater recorde em exportações, o que contribui muito para a economia do país. No entanto, alertou que o desafio da diversificação persiste, uma vez que as vendas brasileiras para o mercado externo estão muito concentradas em três produtos: soja, petróleo bruto e minério de ferro. “É preciso diversificar mais”, repetiu.

Para o ministro Marcio França, vender mais a partir dos pequenos é também uma maneira de dividir renda. “É permitir que a renda seja dividida. E, além do fato de que os empreendedores passam a vender e lucrar, é também uma questão forte da autoestima para o negócio”, afirmou.

O PEIEX é oferecido pela ApexBrasil com o intuito de preparar as empresas brasileiras para iniciar o processo de exportação de forma planejada e segura. Em Ribeirão Preto, núcleo terá como objetivo qualificar 175 empresas com um investimento de cerca de R$1,81 milhão por parte das entidades envolvidas. O ciclo engloba os municípios de Ribeirão Preto, Araraquara, Franca e São Carlos, além de Ituverava, que já recebeu um Núcleo PEIEX em outra ocasião, e Porto Ferreira, polo cerâmico nacional.

“ Vejo o PEIEX como um dos programas principais da Apex porque é o primeiro passo para quem quer iniciar o processo exportador”, disse Márcia Nejaim, analista da ApexBrasil na região Sudeste.

No país, por meio da execução de 34 convênios, em 2023, o PEIEX já atendeu mais de 4.800 empresas. Desse total de empresas, quase 60% (2927) estão na categoria de micro e pequenas empresas. Até setembro desse ano, 703 empresas exportam, gerando mais de US$ 2,1 bilhões.

Atualmente, o PEIEX cobre todas as regiões do Brasil com núcleos presenciais em 21 estados e 57 municípios, sendo os demais estados atendidos de forma remota por um dos seus núcleos operacionais.

Em 2022, Ribeirão Preto exportou mais de US$ 680 milhões, apresentando uma pauta exportadora diversificada, na qual se destacam as vendas de estanho, amendoins não torrados e chapas de plástico. A Região Metropolitana de Ribeirão Preto é um polo prestador de serviços, com grande destaque para o setor de comércio e áreas de saúde e educação. São também relevantes as atividades industrial e agrícola, sendo o ramo sucroalcooleiro e a metalurgia as mais significativas, com importância regional e nacional.

 

Antaq autoriza quatro leilões para arrendamentos simplificados em Rio Grande, Porto Alegre e Vila do Conde

Quatro arrendamentos de terminais foram aprovados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) durante a Reunião Ordinária de Diretoria (ROD. As áreas estão localizadas no Porto de Porto Alegre (RS), no Porto de Rio Grande (RS) e Porto de Vila do Conde (PA).

Os arrendamentos aprovados são dos terminais VDC04, localizado no Porto de Vila do Conde; POA02 e POA11, que estão no Porto de Porto Alegre; e do RIG71, que fica no Porto de Rio Grande. A estimativa é de que os leilões sejam realizados no dia 13 de dezembro deste ano.

Todos os terminais serão leiloados na forma de arrendamento simplificado. Nessa modalidade, regulamentada pelo Decreto 8.033/2013, os arrendamentos prescindem de audiência pública e podem também ser dispensados da análise de mérito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em razão do pequeno porte e do reduzido risco apresentado.

O primeiro terminal aprovado pela Diretoria foi VDC 04. Entre as características do terminal, destaca-se que se trata de área brownfield de 32 mil m². Os investimentos previstos são de quase RS 10 milhões em um tempo de contrato de 10 anos.

O terminal visa operações de graneis sólidos minerais, em especial manganês e fertilizantes, e considera recepção marítima e armazenagem dentro do porto. O relator do processo, o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, ressaltou que a expectativa é que o terminal vá a leilão ainda este ano juntamente com outras áreas.

“Atualmente, o local vem sendo utilizada como estacionamento, armazenagem de materiais e atendimentos de demanda da receita e descarte de materiais. O terminal é uma das áreas que temos a expectativa de leiloar, na B3, no dia 13 de dezembro”, disse.

Nery relatou ainda o processo que tratou da aprovação do terminal POA 02. Trata-se de área voltada à operação de navegação interior e cabotagem por recebimento de via hidroviária, armazenagem e expedição por via hidroviária.

A área, classificada como brownfield, possui 21 mil m² com dois armazéns que juntos totalizam 6 mil m² e totalizam 32 mil toneladas de capacidade estática. Os investimentos para este terminal, que terá o tempo de arrendamento de 10 anos, são de mais de R$ 16 milhões.

O processo de arrendamento do segundo terminal portuário no Porto de Porto Alegre – o POA 11 – foi relatado pelo diretor Wilson Lima Filho. O almirante destacou algumas características do arrendamento de 3.380 m² de área brownfield com valor de investimento de mais de R$ 5 milhões.  

A área é dedicada à movimentação de graneis sólidos vegetais ou minerais. O critério de julgamento será de maior valor outorga com prazo de vigência de dez anos, sem a possibilidade de renovação.

Já o processo que tratou da área denominada RIG71 coube à diretora Flávia Takafashi, que detalhou as características da área brownfield, bem como seus valores e atribuições de movimentação. Os investimentos previstos para este terminal ultrapassam os R$ 27 milhões.

“É uma área destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, exceto soja, que possui 11 m² com prazo de vigência de dez anos e valor global de contrato de R$ 214 milhões. Já o valor de arrendamento mensal fixo será de cerca de 45 mil”, explicou.

 

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

ONE suspende sobretaxas de detenção e sobreestadia de contêineres em Israel por causa do conflito com a Palestina


A ONE (Ocean Network Express) anunciou as medidas comerciais que vem tomando em relação aos envios dos seus clientes em decorrência do atual contexto do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Os ataques bélicos na região já provocaram paralisações em terminais marítimos do país de cargas gerais de contêineres e de gás.

O armador, sediado em Cingapura, explicou como estão sendo aplicadas as sobretaxas de detenção e sobreestadia (D&D) tanto para detenção de entrada (CTIC) quanto para detenção de saída (CTOC). Esclareceu que para os contêineres elas estão temporariamente suspensas em todos os locais em Israel de 8 de outubro de 2023 a 8 de novembro de 2023.

“Pedimos desculpas por qualquer interrupção no serviço de/para Israel que esteja além do nosso controle. Agradecemos sua paciência enquanto trabalhamos com os operadores de terminal para restaurar prontamente os serviços. “Agradecemos também seu apoio e esperamos continuar a atender às suas necessidades globais de transporte”, divulgou a companhia de navegação em comunicado divulgado nesse final de semana.

Governo anuncia oficialmente fim do processo de privatização do complexo portuário de Santos

O ministro Silvio Costa Filho, dos Portos e Aeroportos, anunciou o fim do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) que previa a privatização do Porto de Santos, no litoral paulista, na sexta-feira, 27. O ministro disse que será preservada a autoridade portuária e que o capital privado será atraído para investimentos no terminal através de Parcerias Público Privadas (PPPs).

A confirmação ocorreu durante reunião do comitê de infraestrutura da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), quando Costa Filho adiantou que com obras de dragagem definitiva, construção de um túnel entre Guarujá e Santos, e outras reformas para aumento de capacidade, o Porto de Santos deverá receber investimentos de R$ 13,4 bilhões nos próximos oito a dez anos.

“Com o fim do PPI estamos desenhando uma modelagem de PPP com o governo de São Paulo para a construção do túnel Santos/Guarujá, uma obra que há cem anos não sai do papel”, disse o ministro, lembrando que o túnel é a maior obra prevista no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A privatização do Porto de Santos havia sido aprovada no final da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não avançar com a desestatização, optando por PPPs para ter a participação do capital privado no maior terminal marítimo da América Latina.

 

Segunda etapa da dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto do Rio Grande tem contrato assinado

A PortosRS prevê para novembro a realização da segunda etapa da dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto do Rio Grande  O objetivo da obra é manter a eficiência do calado operacional e assim trazer segurança às operações de entrada e saída de navios na área do complexo portuário rio-grandino.

De acordo com a Diretoria de Infraestrutura da Empresa Pública, serão contempladas com essa obra as áreas dos canais externo, interno e do Porto Novo. A estimativa é de retirar 2,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos, com o uso de equipamentos modernos e em aproximadamente 80 dias de trabalho.

O diretor de infraestrutura da Portos RS, Lucas Meurer, disse que “o principal objetivo desta obra pelo segundo ano consecutivo é, além de aumentar o calado operacional para permitir que embarcações maiores possam cada vez mais utilizar Rio Grande como uma rota frequente, é também mostrar ao mercado que a cidade tem planos de se tornar o principal hub do Conesul para o recebimento de navios de contêineres”.

O contrato entre a Autoridade Portuária e a empresa Van Oord Serviços de Operações Marítimas, vencedora da licitação, foi assinado nesta quinta-feira (26), em cerimônia que contou com a presença do governador do estado, Eduardo Leite, secretário de Logística e Transportes Juvir Costella, Ernani Polo secretário de Desenvolvimento econômico e Danielle Calazans secretária de Planejamento, Governança e Gestão.

A atividade está orçada em R$ 94,5 milhões e é considerada essencial para as operações do Porto do Rio Grande, cuja realização está prevista na Licença de Operação do cais público rio-grandino.

É a dragagem que permite a navegabilidade do canal, fazendo com que não existam obstáculos capazes de causar danos às embarcações, como encalhes, por exemplo. A realização do processo de forma anual tem como benefício a redução do volume de sedimentos e a diminuição do tempo de obra. Além disso, o canal dragado garante competitividade ao Porto do Rio Grande e fortalece o sistema hidroportuário como um todo, a partir do aumento das movimentações.

A quantidade de material que será retirada foi estabelecida por meio de uma batimetria prévia que auxiliou no planejamento da obra. Já durante sua realização, o sedimento dragado será descartado em área licenciada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o monitoramento desse sedimento sendo feito pelo sistema SiMCosta. 

Toda obra com essa finalidade é autorizada pela autoridade ambiental competente, nesse caso o Ibama, e precedida de um processo documental denominado Plano de Dragagem. Já os ciclos de dragagem, que consistem na sucção do material e o descarte, serão acompanhados por técnicos ambientais da Portos RS, do Ibama e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, comentou que "esses investimentos fazem parte do planejamento estratégico e do Plano Orçamentário da Portos RS. No ano passado, o governador executou a extinção da Autarquia e efetivou a criação da Empresa Pública para que tivéssemos a capacidade de fazer os investimentos necessários. O que nós viemos fazendo é a execução desses importantes investimentos em infraestrutura, inovação e tecnologia para a melhoria do complexo portuário do Rio Grande do Sul".

 

Porto fluvial que atende a Zona Franca de Manaus não recebe navios há um mês devido à seca recorde

seca recorde tem afetado a navegação no Amazonas, incluindo o transporte de cargas. O Super Terminais, um porto privado que atende a Zona Franca de Manaus (ZFM), está entre os locais que precisaram se readequar à realidade. Após mais de um mês de dificuldades, o porto recebeu o primeiro navio cargueiro, ainda assim, com apenas 10% da capacidade.

A estiagem deste ano atinge a maior parte do Amazonas. Dos 62 municípios que formam o estado, 60 estão em situação de emergência, incluindo Manaus. Situado no bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul de Manaus, o Super Terminais não recebia navios desde o dia 19 de setembro. Após mais de um mês, apenas um navio atracou no porto, o Izmir, da MSC, com apenas 10% da sua capacidade de carga. O Izmir chegou ao porto no sábado (21) com 140 contêineres abastecidos com insumos para a Zona Franca de Manaus. Nesta semana, o navio deixou a capital abastecido com 110 contêineres.

De acordo com Marcello Di Gregorio, diretor do Super Terminais, a chegada do navio exigiu uma operação complexa. "Este navio conseguiu chegar ao terminal portuário devido às suas características: ele é menor do que os navios convencionais (tem 184 metros, enquanto em média os navios têm 220 metros)", disse. "Para essa operação foram necessários diversos cálculos para permitir que o navio conseguisse passar nas áreas mais críticas do rio", completou.

Gregorio afirmou que as secas costumam afetar o transporte de cargas, mas não chegam a impedir a navegação. "É comum que na época das secas, os navios que vêm para Manaus cheguem à cidade com a capacidade reduzida, com cerca de 40% da carga normal. Mas neste ano, devido à seca histórica, essa situação é um pouco diferente", afirmou. Em condições normais, mesmo durante a seca, porto recebe uma média de cinco navios por mês.  

 

Brasil e Alemanha debatem parceria para descarbonização e mais eficiência energetica da indústria

Neoindustrialização, descarbonização da indústria, eficiência energética e o potencial de melhoria de negócios entre Brasil e Alemanha. Esses foram alguns dos temas debatidos, em audiência do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, com a secretária executiva Parlamentar do Ministério Federal da Economia e Ação Climática da Alemanha, Franziska Brantner.

O secretário Márcio Elias propôs a criação de três grupos de trabalho, com representantes do Brasil e Alemanha, para debater temas estratégicos para a redução da emissão de carbono: hidrogênio sustentável, combustível sustentável de aviação (SAF) e descarbonização da indústria. Além disso, Brasil e Alemanha vão discutir a possibilidade de ampliação nacional do Programa PotencializEE. Realizado atualmente apenas no Estado de São Paulo, o programa é uma importante ferramenta para o aperfeiçoamento da eficiência energética em pequenas e médias empresas.

A ideia é aprimorar as políticas nacionais a partir dessa troca de experiências, com foco no aumento da competitividade da indústria brasileira. “Os instrumentos da Alemanha coincidem com os projetos concebidos e desejados pelo governo federal, como a descarbonização da economia”, ressaltou Márcio Elias, que destacou que 83% da matriz de energia elétrica brasileira é baseada em fontes renováveis.

O secretário executivo do MDIC também ressaltou o trabalho do Centro de Bionegócios da Amazônia para a promoção de uma economia sustentável na região e a criação dos selos Verde e Amazônia, propostas do MDIC para certificação de produtos e serviços brasileiros, com foco da sustentabilidade ambiental e social.

A secretária executiva alemã, Franziska Brantner, disse que a nova estratégia de desenvolvimento da Alemanha, lançada neste mês, tem muitas coisas em comum com as do Brasil, sobretudo quanto ao desenvolvimento verde. “Nós temos muito o que aprender um com o outro e progredir juntos”, disse a secretária.

A Alemanha foi o quarto país com maior fluxo comercial com o Brasil, de janeiro a setembro deste ano. Foram US$ 4.282 milhões em exportações e US$ 10.110 milhões em importações.

 

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

ZIM anuncia novo serviço conectando o Golfo dos EUA, o México e a Costa Leste da América do Sul


A ZIM anunciou o lançamento de um novo serviço chamado 'ZIM Gulf Toucan' ou 'ZGT' que conectará o Golfo dos EUA, o México e a Costa Leste da América do Sul a partir de janeiro. Ele vai operar por meio do centro caribenho de Kingston, na Jamaica.

O serviço oferecerá um itinerário semanal que abrangerá diversas escalas estratégicas, incluindo os portos de Houston, Mobile, Kingston, Cartagena (Colômbia), Santos, Buenos Aires, Montevidéu, Navegantes (ou Itapoa), Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Cartagena, Kingston, Veracruz, Altamira e Houston.

Os navios porta-contêineres utilizados deverão ter 2.800 TEUs. Esta iniciativa surge na sequência do lançamento de outro serviço em Abril, o ‘Colibri Express’ (‘ZCX’), que liga a Costa Leste dos Estados Unidos à Costa Oeste da América do Sul (USEC - WCSA). Além disso, em meados de novembro, a ZIM planeja lançar o serviço 'Albatross' ('ZAT'), que conectará a Ásia com a Costa Oeste da América do Sul (Ásia - WCSA).

Estes novos serviços também se destinam a ajudar a ZIM a otimizar a utilização de uma série de navios que afretou a longo prazo durante o aumento da procura pós-pandemia. No entanto, após a recente reestruturação, estas embacações ficaram inativas.

Exportadores de grãos que usavam o Arco Norte estão migrando para terminais do Sudeste devido à seca que dobrou o preço do frete

Exportar grãos pelos terminais do Arco Norte ficou mais caro porque o transporte que era feito por barcaças passou a ser realizado em caminhões devido à seca na região, dobrando o preço do frete. ”Muitas cargas estão migrando principalmente para o porto de Santos”, revelou Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.

O relatório que analisa o impacto do clima adverso para as exportações de grãos pelos portos do Arco Norte da instituição aponta que a situação piorou neste ano. É que os níveis dos rios da Bacia Amazônica passam por um período sazonal de baixa, agravado pelos efeitos do El Niño e do aquecimento do Atlântico Tropical Norte, mostra o documento.

Além do impacto no escoamento, a falta de chuvas no Norte também pode provocar o recuo nos prêmios de exportação para o milho, segundo o especialista. “Os prêmios do Arco Norte teriam um desconto maior diante dessa dificuldade logística momentânea. Mas isso deve acontecer de forma localizada e não teria um reflexo para o preço do milho no Brasil, por exemplo”, explicou Queiroz.

Com a dificuldade para enviar mercadorias ao Norte do país, a demanda por fretes diminuiu, assim como os preços, destacou Fernando Bastiani, pesquisador da Esalq-Log. Os valores de Sorriso (MT) para Itaituba (PA) passaram de R$ 302,98 por tonelada em setembro, para R$ 276,64 a tonelada neste mês.

Apesar dessa nova dinâmica para a logística do milho, Queiroz, do Itaú BBA, não acredita que o Brasil terá dificuldades para embarcar as 55 milhões de toneladas previstas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para este ciclo. Ele avalia que as vendas acontecerão normalmente, apesar de o tempo de espera para o embarque no porto de Santos ter subido de nove dias no começo do mês para 16 atualmente.

“No acumulado do ano até setembro, o Brasil já exportou 28 milhões de toneladas, e outras 9 milhões deverão ser embarcadas neste mês. As exportações vão testar a capacidade de operação [do porto] de Santos, mas o produto não deixará de sair, por isso acredito em volumes recordes”, projetou o analista.

Segundo Flávio Acatauassú, diretor-presidente da Associação de Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), os grãos, que são escoados pelo Rio Madeira ou Tapajós, continuam a ir para os portos do Arco Norte sem maiores transtornos. Com a queda no calado do rio, as barcaças tiveram que passar com 50% menos peso pelo rio Madeira e 40% menos no Tapajós. Mas nos últimos dias, ambos os rios já subiram 70 centímetros.

“As empresas que se programaram entram e saem dos portos. Agora, quem não fez medição de altura dos rios ou quis passar navios maiores, não conseguiu”, disse Acatauassú. No relatório, o Itaú BBA destacou ainda que as chuvas no Norte do Brasil devem seguir abaixo da média até janeiro de 2024.

 

 

Terminal de Contêineres em Fortaleza triplica número de scanners agilizando a fiscalização das cargas

A Companhia Docas do Ceará está atuando para agilizar a fiscalização das cargas transportadas dos caminhões para os navios atracados, no Porto de Fortaleza. Uma das medidas adotadas para melhorar o desempenho foi passar o número de scanners utilizados de um para três.

Os equipamentos adicionais estão sendo disponibilizados pela companhia de navegação CMA CGM, que opera no Porto de Fortaleza, desde abril deste ano. A armadora francesa é uma das três maiores líderes mundiais em transporte marítimo e logística.

O uso dos scanners é uma conquista, segundo o diretor-Presidente da Companhia Docas do Ceará, Lucio Gomes. "Fiscalizávamos, em média, 50 contêineres por hora, agora a capacidade subiu para 175 unidades, no mesmo tempo”, disse.

Ele explicou que o porto acelerou a movimentação das cargas no interior do pátio, uma vez que 100% delas são scaneadas. Dessa forma, o complexo está proporcionando eficiência e segurança no processo operacional", acrescentou Gom

 

Antaq lança o Plano Geral de Outorgas Hidroviário

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciaram, nesta seamana, a aprovação do primeiro Plano de Geral de Outorgas (PGO) Hidroviário, elaborado pela agência aprovado pela pasta supervisora. Na oportunidade, Agência e Ministério anunciaram a abertura de chamamento público voltado ao recebimento de estudos para o Rio Paraguai.

O plano hidroviário tem como principal objetivo aumentar a competitividade e o desenvolvimento do Brasil. O documento aprovado estabelece que a exploração das vias navegáveis ou potencialmente navegáveis será feita por meio de concessão ou por meio de licitação.

O PGO Hidroviário é instrumento de planejamento aderente às diretrizes do planejamento nacional de transportes, e às políticas formuladas pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI). Integra as políticas de transportes e pelo MPor com a finalidade de orientar investidores e consolidar projetos de outorga de exploração das vias navegáveis ou potencialmente navegáveis; e de prestação de serviços de transportes aquaviário.

O anúncio contou com a presença de toda a diretoria colegiada da ANTAQ, do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, da secretária de Portos do MPor, Mariana Pescatori, do senador, Luiz Carlos Heinze (RS), e dos deputados federais Leônidas Cristino (CE) e Dagoberto Nogueira (MS).

Em seu discurso, o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, ressaltou que o desenvolvimento das hidrovias é ação prioritária tanto do MPor, pasta supervisora, quanto da Agência, poder concedente do modal.

"Esse primeiro plano aprovado também demonstra a preocupação do Governo Federal em estabelecer o modal hidroviário no país", disse.

Nery ressaltou ainda a necessidade de investimentos para instalação de hidrovias no país, afirmando que o transporte por hidrovias é imprescindível para o equilíbrio da matriz de transportes brasileira. Também explicou sobre a metodologia estabelecida para construção do PGO Hidroviário.

"Hoje temos somente 19 mil km de vias navegáveis que existem graças a mãe natureza e expertise dos órgãos envolvidos. O PGO se baseia em uma metodologia de multicritérios estabelecida que definiu prioridades e rios mais suscetíveis a concessões hidroviárias", falou.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, por sua vez, fez um agradecimento público à Agência por elaborar o planejamento. Segundo o titular da pasta, o documento será imprescindível para atração de investimentos privados para o país.

“Eu quero agradecer publicamente em nome do Governo Federal à ANTAQ e todo o seu quadro de servidores por esse plano que dará um planejamento e segurança jurídica para investimentos nesse setor hidroviário que é muito importante”, ressaltou.

A previsão é que o Plano de Geral de Outorgas Hidroviário seja publicado no Diário Oficial da União desta semana.

Já o chamamento público anunciado trata do recebimento de estudos para o projeto da Hidrovia do Paraguai. Neste primeiro momento, os estudos a serem captados compreenderão o trecho da futura hidrovia localizado entre a cidade de Cáceres/MT e a foz do Rio Apa, na divisa com o Paraguai.

Por se tratar de uma das mais antigas vias navegáveis do país, com movimentação de carga consolidada e potencial para aumentar em pelo menos quatro vezes o atual volume, a futura concessão da Hidrovia Paraguai impulsionará o transporte de commodities agrícolas e minério de ferro. 

De acordo com o PGO, são também ações prioritárias os estudos que fundamentarão a concessão das hidrovias:

- Rio Madeira, com previsão de leilão para dezembro de 2024, de acordo com o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) a ser firmado, em breve, com a INFRA S.A.

Importante destacar que a futura concessão dessa hidrovia resultará em uma maior confiabilidade na navegação deste importante rio para a região amazônica, especialmente em períodos de crises hídricas.

- Lagoa Mirim, parte da Hidrovia do Sul, cujos estudos estão sendo coordenados pelo MPor.

 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Consumo baixo em todo o mundo prejudica a indústria de transporte marítimo de contêineres


 

A indústria de transporte e logística de contêineres sempre foi um negócio cíclico, no entanto, o analista do setor Jon Monroe destaca que “nunca vimos extremos como os vividos entre 2019 e 2023” Ele acrescenta que “embora muitos acreditem que se voltou à normalidade pré-Covid, isso está longe da verdade.” Segundo o analista, as interrupções continuaram a ocorrer neste ano, como mudanças nos itinerários dos navios (navegações em branco), excesso de capacidade, diminuição de volumes, seca que reduz os níveis de água do Canal do Panamá e paralisações de obras.

Ao mesmo tempo, os custos macroeconómicos aumentaram, tornando os valores de fazer negócios mais caros. Por outro lado, as pressões inflacioniárias, o aumento dos preços laborais e o aumento das taxas de juro deixaram as empresas em dificuldades como nunca antes. Então, “para onde vão os proprietários de cargas benéficos a partir daqui?”, pergunta Monroe.

Segundo ele, as empresas que se dedicam à importação de produtos de consumo sazonal são as que correm maior risco. “Estamos vendo isso no fechamento de lojas e, em alguns casos, no fechamento de empresas ou na falência”, diz. Ele descreve que os consumidores parecem estar gastando mais em mudanças de estilo de vida, serviços e experiências. Isso resulta em uma abordagem muito conservadora para reposição de estoque.

“Os varejistas estão sendo mais cautelosos e atrasando os pedidos de produtos das fábricas até verem uma forte demanda”, ressalta. Acabamos de entrar no quarto trimestre do ano e muito provavelmente terminaremos 2023 sem alta temporada. Geralmente, explica Monroe, o varejo corre para conseguir capacidade de transporte marítimo antes do Festival do Meio Outono que continua com a Golden Week (celebrações chinesas que acontecem de 29 a 6 de outubro. No entanto, isso não se repetiu este ano e como nunca antes não há atrasos nas encomendas do Ocidente.

“Alguém precisa de outra árvore de Natal artificial?”, ironiza o analista. De acordo com Jon Moroe, a estratégia do varejo é aproveitar as condições fracas do mercado e a incerteza para reduzir custos sempre que possível. Ele indica a esse respeito que “é difícil encontrar um varejista que não tenha anunciado demissões ou fechamento de lojas. Embora a maioria dos ajustamentos se deva à lentidão ou ao declínio das vendas, mesmo as empresas que estão tendo bom desempenho estão utilizando o mercado fraco como desculpa para reduzir a sua presença.”

Ele especifica também que, de acordo com a Retail Dive, mais de 50 retalhistas anunciaram dispensas e encerramentos de lojas durante o primeiro semestre deste ano. “As demissões afetam todos os cargos, inclusive os dos centros de distribuição e atendimento ao cliente. Eles estão se preparando para os anos difíceis que virão?”, pergunta ele.  Olhando para trás, Monroe postula que ninguém esperava que, à medida que 2023 se normalizasse, os desafios enfrentados seriam tão difíceis como se revelaram.

 Monroe ressalta que os consumidores são a raiz do problema quando se trata de obstáculos econômicos ao varejo. “Eles simplesmente não estão gastando o suficiente. Deixando de lado as mudanças no estilo de vida, os consumidores estão sendo mais cautelosos em tudo o que fazem, impulsionados pela incerteza da economia. Além disso, as mudanças geopolíticas no mundo apenas acrescentam mais incerteza à mentalidade do consumidor”, sustenta.

Para o analista, a economia passou de um extremo sob a Covid para um extremo oposto no mundo pós-Covid. A este respeito, cita um estudo recente da McKinsey que concluiu que apenas 33% dos consumidores nos Estados Unidos responderam que se sentiam optimistas no terceiro trimestre de 2023. “A McKinsey considerou que os consumidores estavam cautelosamente otimistas com estes números. Acho que precisamos de entrar numa recessão total para que a empresa de consultoria coloque um rótulo pessimista nos seus resultados”, conclui Monroe.