O governo de Pernambuco autorizou Suape a vender imóveis com desconto
às empresas interessadas em se instalar no complexo. A medida vai
permitir atrair empresas-âncoras e fazer caixa em plena crise. Publicada
no último dia 30, a lei terá caráter transitório e vai vigorar por um
período de dois anos. Nos anos de bonança econômica, a diretoria de
Suape doou terrenos para atrair grandes empreendimentos como Refinaria
Abreu e Lima e Mossi & Ghisolfi (M&G).
Pela nova regulamentação, o desconto será concedido sobre o valor do
imóvel dependendo de alguns condicionantes. “O desconto pode chegar a
até 70% do valor do imóvel, levando em consideração o investimento, a
quantidade de empregos gerados e se a empresa terá movimentação no
porto”, explica o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e
presidente de Suape, Thiago Norões.
Os terrenos serão vendidos a preço de mercado, mas as empresas se
beneficiarão do desconto. A primeira empresa a receber incentivo da nova
regra foi a indústria farmacêutica Aché, que vai investir R$ 500
milhões na construção de uma fábrica para produzir comprimidos em Suape.
A unidade vai ocupar uma área de 250 mil metros quadrados e vai iniciar
a operação em 2021. Quando estiver em pleno funcionamento, a planta vai
gerar 500 empregos.
Norões adianta que o porto está em negociação com outras empresas e é
preciso lembrar que a lei tem validade de dois anos. “Suape é um
patrimônio imobiliário do Estado. A ideia é vender os terrenos a
empresas com papel estratégico e que agreguem valor à cadeia produtivo.
Uma indústria petroquímica, por exemplo, interessa para somar ao polo da
PetroquímicaSuape”, destaca. O interesse é estruturar e adensar as
cadeias produtivas, independente do porte da empresa.
Outras indústrias com caráter menos estratégico devem
se instalar no Território Estratégico de Suape, integrado por distritos
industriais nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão
dos Guararapes, Moreno, Escada, Sirinhaém, Ribeirão e Rio Formoso. A
diretoria de Suape entendeu que o patrimônio imobiliário é finito e
decidiu vender ao invés de doar ou arrendar os terrenos, como acontecia
em anos anteriores.
A crise também contribuiu para a decisão pela venda de terrenos em
Suape. Com três anos seguidos de queda no PIB, o momento não é adequado
para abrir mão de receita. A diretoria de Suape ainda não estimou quanto
poderá trazer para o caixa com a venda das áreas. “Mas esse não é o
principal objetivo. A intenção é trazer empresas-âncoras que agreguem
valor ao porto”, conclui Norões.
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