segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Crise no polo naval leva Ecovix a demir 3,2 mil funcionários em Rio Grande

         "A quadrilha de Brasília está vendendo o País", afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande (STIMMMERG), Sadi de Oliveira Machado, lamentando a demissão de 3,2 mil trabalhadores do polo naval de Rio Grande. A dispensa pegou todos de surpresa no começo da manhã desta segunda-feira (12) e causa comoção na cidade. Oliveira vinculou as causas da crise no polo naval às investigações da Operação Lava Jato sobre corrupção na Petrobras, com envolvimento de políticos e integrantes do governo federal e empresas. 
         Em meio a especulações de que a Engevix Construções Oceânicas (Ecovix) entraria com pedido de recuperação judicial, a empresa proprietária de um complexo de estaleiros em Rio Grande anunciou nesta segunda-feira (12) o processo de demissão em massa.
         Os desligamentos foram confirmados pelo Sindicato. Machado lamentou o fechamento dos postos e afirmou que o cenário na cidade é o pior possível. "Não existe qualquer possibilidade de trabalho. O descaso do governo federal e o desmonte da Petrobras criaram essa situação. Estão vendendo o País".
         Na quinta-feira, o casco da plataforma de petróleo P-68 deixou o Estaleiro Rio Grande, seguindo para o Estaleiro Jurong, em Aracruz (ES). O presidente do Sindicato, Benito Gonçalves, chegou a afirmar que apesar da finalização do empreendimento, a maior preocupação era quanto à possibilidade da Ecovix entrar em processo de recuperação judicial e determinar a paralisação das operações em Rio Grande.
         A Ecovix é um braço de construção naval da empreiteira Engevix, investigada na Lava Jato. Atualmente, cerca de 3,8 mil pessoas estavam trabalhando no polo naval de Rio Grande. A Ecovix estava discutindo com a Petrobras valores e aditivos de contratos para que o complexo não fosse fechado. 
         Segundo o vice-presidente do STIMMMERG, benefícios aos trabalhadores estavam sendo negociados desde a semana passada. Machado afirmou que o sindicato conseguiu garantir quatro meses de vale refeição e plano de saúde até março aos trabalhadores. Outras ações devem ser tomadas pelo sindicato. "Vamos avaliar o que pode ser feito para reverter o caso. São mais de 3 mil pais e mães de família desempregados em pleno dezembro. É um sentimento de derrota", afirmou. Ainda nesta segunda-feira, o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, se reúne com a equipe do governo municipal para tratar da situação da indústria naval no município.

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