Os futuros gates (portões) de acesso ao Porto
de Santos, que serão instalados pela Companhia Docas do Estado de São
Paulo (Codesp) na entrada da cidade, devem estar preparados para lidar
com caminhões que cheguem fora do horário agendado ou com problemas de
documentação. O alerta é do vice-presidente do Ergos Group, Maxwell
Rodrigues, responsável por implantar um projeto semelhante no Porto de
Vitória (ES).
Para o
executivo, a localização dos gates deve levar em consideração a reforma
do sistema viário na entrada de Santos, a ser realizada pela Prefeitura,
pelo Governo do Estado e pela União. O empreendimento garantirá novos
acessos ao cais santista – hoje, há apenas um.
O
Portolog permitirá o acompanhamento das cargas das zonas produtoras, no
Interior de São Paulo e em outros estados, até os terminais marítimos.
Ele é implantado em etapas. Além de áreas públicas do Porto, terminais e
pátios, o programa cobre os corredores rodoviários do País. Para tanto,
a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional
de Transportes Aquáticos (Antaq) e a Empresa de Planejamento e
Logística (EPL) participam da iniciativa.
Segundo
informações iniciais, a ideia é que o sistema a ser instalado no Porto
seja integrado aos programas de agendamento dos pátios reguladores e o
das câmeras da Ecovias, concessionária que administra o Sistema
Anchieta-Imigrantes (SAI). As imagens das câmeras de vigilância da
Docas, espalhadas na área portuária, também farão parte do programa.
Para
Rodrigues, o gerenciamento adequado das exceções nos gates – que inclui
a chegada de veículos não motivados ou com divergências – é fundamental
para evitar problemas na cadeia logística.
“E
surgem as perguntas: como tratar aquele caminhão sem a devida
motivação? Como tratar o caminhão fora de agendamento previsto? Como
tratar caminhões com divergência documental? Como tratar caminhões com
informações conflitantes? Além destes pontos, o importante é saber o que
fazer e como fazer, destinando estes veículos ao local adequado para
que estas divergências sejam tratadas e sanadas para não comprometer a
inteligência do processo daqueles que possuem 100% de exatidão da
informação fornecida pelo sistema”, explicou o executivo.
A
Codesp ainda não definiu como fará essa gestão e nem o edital da
licitação da próxima fase de implantação do Portolog, gerando dúvidas no
setor. “A comunidade portuária fica um pouco confusa quando esses
anúncios não são feitos e quando esse planejamento não é evidenciado.
Quando a gente fala da integração de terminais através de sistemas e com
o sistema desenvolvido pela Serpro (Serviço Federal de Processamento de
Dados), nós não sabemos se é uma via de duas mãos porque o bloqueio vai
ser feito no gate do terminal. E não necessariamente em um gate
público, como deveria ser feito, uma vez que a obrigatoriedade de
fiscalização é da Codesp”, destacou Rodrigues.
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