O ministro das Relações Exteriores, José Serra, confirmou nesta sexta-feira (2) a
suspensão da Venezuela do Mercosul. Ele disse que o país tinha sido
advertido quanto a essa possibilidade. "Já tinha sido anunciado [que a
Venezuela seria suspensa do bloco econômico] se não cumprisse certos
requisitos e foi", explicou, mas evitando comentar ou dar detalhes sobre o
assunto. O ministro participou do lançamento da campanha contra a dengue
em uma escola na zona oeste de São Paulo.
A decisão sobre a Venezuela está relacionada ao vencimento do
último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse suas
obrigações de adesão ao Mercosul. Os chanceleres dos países fundadores bloco - Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai - elaboraram um comunicado no qual explicam que a
Venezuela não cumpriu seus acordos.
A marginalização da Venezuela se desenhava desde que os demais
sócios bloquearam, em julho passado, o acesso do país à presidência
semestral do bloco. Em setembro, os quatro países fundadores decidiram
ocupar o posto de forma colegiada e intimaram o governo do presidente
Nicolás Maduro a adotar até 1º de dezembro todos os compromissos de
adesão. Entre eles, a livre circulação de mercadorias entre os países do
Mercosul e a cláusula democrática.
Na última terça-feira (29), a Venezuela se declarou disposta a
aderir a um dos acordos comerciais pendentes - aquele relacionado às
tarifas comuns e à livre circulação de bens. "Finalizadas as revisões
técnicas, a Venezuela se encontra em condições de aderir ao Acordo de
Complementação Econômica", afirmou a ministra das Relações Exteriores,
Delcy Rodríguez, em uma carta dirigida aos governos da Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai.
Serra disse ainda que o Brasil está acompanhando as investigações
do acidente aéreo que matou delegação da Chapecoense e jornalistas que
viajavam a Medellín para a final da Copa Sul-Americana. "É muito
importante para evitar que no futuro tragédias como essa se repitam",
ressaltou. O governo brasileiro está, de acordo com o ministro, fazendo todos
os esforços necessários de modo a prestar atendimento aos quatro
brasileiros sobreviventes do desastre.
"Mandamos para lá de tudo, inclusive Força Aérea. Mas a verdade é
que os colombianos estão preparadíssimos para isso. A gente fez mais foi
acompanhar, providenciar todas as condições de transporte e
acompanhamento daqueles que ficaram hospitalizados", acrescentou.
Para o chanceler, a solidariedade do povo colombiano, que inclusive
homenageou as vítimas em uma cerimônia no estádio do Atlético Nacional,
em Medelin, na noite em que o time deveria enfrentar o Chapecoense,
aproximou os dois países. "Realmente nos aproximamos muito da Colômbia.
Já éramos países amigos, mas agora vamos ser muito mais. Foram muito
humanos, muito generosos", finalizou.
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