terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Porto Açu quer se consolidar como centro de transição energética


O porto do Açu(RJ) foi projetado para apoiar a exploração e produção offshore de petróleo e gás e mineração. Isso a levou a se tornar um polo industrial reconhecido, com a implantação de infraestruturas e diversas empresas. atualmente aspira se tornar um centro de transição energética, com projetos de gás natural, solar e eólico offshore e hidrogênio verde coexistindo com a indústria de combustíveis fósseis, conforme relatado por BNamaericas.

A empresa responsável pela administração do porto, a Prumo Logística, é uma holding controlada pelo fundo norte-americano EIG - como acionista majoritário - e pelo fundo Abu Dhabi Mubadala. Rogério Zampronha, presidente executivo da Prumo logística, detalha que eles controlam diversas empresas, como a Ferroport, joint venture com a Anglo American na área de mineração; GNA [Gás Natural Açu], que possui 3GW de usinas termelétricas; Vast [antiga Açu Petróleo], que representa 40% das exportações de petróleo do Brasil; e NfX, um comerciante de combustível.

Ele explica que o porto do Açu foi criado com vistas à mineração e apoio à exploração e produção offshore. E, de fato, essa indústria se consolidou com base no porto com a instalação de diversas empresas. “Na minha opinião, é possível encontrar no Açu um conjunto de elementos que fazem do porto o melhor ponto de transição energética da América Latina. Para que haja uma transição, é preciso energia renovável abundante e barata, além de água potável”, detalha.

O executivo também destaca que o porto está localizado próximo à região sudeste, principal centro consumidor de energia elétrica do Brasil e que tem espaço para a instalação de uma indústria que fabrica pás, aerogeradores e bases de geradores eólicos offshore. No que diz respeito à energia solar, destaca-se que “temos um acordo de desenvolvimento conjunto com a Equinor. Esperamos que esta planta esteja operacional até 2025.”

Além disso, destaca que “estamos desenvolvendo projetos de biomassa para a produção de biogás e todos os produtos derivados: biometano, SAF [combustíveis de aviação sustentáveis] e outros derivados de biomassa”. “Também aprovamos um projeto para construir um terminal de armazenamento de combustíveis fósseis, biocombustíveis e eletrocombustíveis [como amônia e metanol verde] para a Vast”, acrescenta.

A energia eólica offshore não fica atrás: “temos acordos com a EDF, Neoenergia, TotalEnergies e Equinor, e para hidrogénio verde com Shell, Linde, Neoenergia, EDF e Comerc Eficiência”. Ele acrescenta que o novo propósito da Prumo “é ajudar o mundo a reduzir sua pegada de carbono e acelerar o melhor do Brasil, que são seus recursos naturais, sua gente, sua posição privilegiada e sua estabilidade”.

Quanto aos progressos ligados a esta transição energética, Zampornha destaca que "toda esta indústria vai definir o seu ritmo de construção a partir do momento em que for realizado o primeiro concurso para o direito de utilização de áreas offshore [para geração de energia], que esperamos que aconteça no final de este ano."

“A usina de hidrogênio da Shell, por exemplo, está programada para produzir seu primeiro volume em 2025. E isso pode acontecer com uma usina eólica onshore ou solar, por exemplo. Este é o primeiro. Enquanto isso, estamos concedendo licenças para uma área de 1 milhão de metros quadrados para abrigar projetos de hidrogênio no porto”, afirma.

Sobre a área de gás e óleo no porto, ele indicou que “em dezembro, anunciamos acordos com a [Transportadora Associada de Gás] TAG e [Nova Transportadora do Sudeste] NTS para trazer gás nacional para o porto do Açu, ambos para as plantas GNA I e GNA II e ainda para as demais instalações. Em relação ao petróleo, temos a maior base de apoio offshore do mundo, com cerca de 15 berços e há plantas [com dutos submarinos flexíveis] da TechnipFMC e da NOV. Temos muito espaço para expansão dos negócios de óleo e gás no porto, incluindo projetos para entrada em operação de plataformas e novos dutos para abastecimento de navios no porto”, observou.

Além disso, ele destacou o projeto Vast. “O transbordo de hidrocarbonetos é feito em área protegida, com segurança operacional e ambiental. A empresa planejou investimentos para aumentar a capacidade local de processar combustíveis locais e descarregar petróleo bruto para refinarias, plataformas de abastecimento e outras embarcações. Além disso, o porto do Açu também está se configurando como base logística para outras indústrias não relacionadas a petróleo, gás e energia, como a de fertilizantes, por exemplo. Nosso terminal multicargas ultrapassará a marca de 2 milhões de toneladas transportadas neste ano. Importamos os primeiros veículos pesados ​​pelo porto e podemos nos tornar o principal centro importador de veículos do país”.

Cancelamentos de serviços por armadores impactam com intensidade as rotas globais

As taxas de contêineres no comércio Trans-Pacífico diminuíram ligeiramente na semana passada, pouco antes do Ano Novo Lunar, em uma época do ano em que a demanda e as taxas tendem a aumentar. Os preços para a Costa Oeste têm estado relativamente estáveis, caindo 7% desde o início de dezembro, enquanto as tarifas da Costa Leste caíram 27%, apesar dos aumentos nas viagens em branco, de acordo com os números do índice Freightos Baltic (FBX).

No entanto, as linhas de navegação cancelaram ainda mais itinerários e cortaram cerca de 50% da capacidade na rota Trans-Pacífico programada durante o feriado do Ano Novo Lunar da China (21 a 29 de janeiro). Além do mais, o FBX cita relatórios indicando ainda mais cancelamentos nas próximas semanas. No início de 2020, quando o bloqueio chinês fez com que os volumes de importação no comércio transpacífico despencassem, extensas viagens em branco pelas companhias de navegação impediram o colapso das taxas.

Em março de 2020, por exemplo, os volumes de importação da China caíram cerca de 40% em relação ao ano anterior, mas o gerenciamento de capacidade manteve as tarifas para a Costa Oeste dos EUA apenas 5% menores do que em 2019 (isso é suficiente para medir o poder dessa ferramenta) . Portanto, agora as linhas de navegação esperam que a mesma estratégia nas próximas semanas se estabilize ou até mesmo aumente um pouco as taxas no comércio transpacífico, mesmo com a demanda continuando a cair.

De fato, de acordo com os últimos dados da Sea-Intelligence, as companhias marítimas conseguiram reduzir a capacidade programada em -18%, o que significa que, se a implantação atual continuar assim, a oferta na costa Ásia-oeste do Norte América durante o feriado do Ano Novo Lunar de 2023 estaria de acordo com a linha de base pré-pandêmica. Isso se deve ao aumento das vendas em branco de 7,6% para 35,8%. Houve uma tendência semelhante na Ásia - Costa Leste da América do Norte e Ásia - Norte da Europa, com implantação de capacidade programada para a semana 4 diminuindo em -11% e -6%, respectivamente, aproximando ambas as rotas da linha de base pré-pandêmica .

Qual é o impacto das navegações em branco? De acordo com a Sea-intelligence da semana 50 à semana 3, tanto nas rotas Ásia – Costa Leste da América do Norte como Ásia – Norte da Europa, o novo nível mais alto de viagens em branco foi alcançado mais ou menos na semana 1. No entanto, no Na rota Ásia – Costa Oeste da América do Norte, esse patamar foi atingido por aumentos constantes. Isso indicaria que as linhas de navegação não são tão decisivas na rota Ásia-América do Norte quanto nas outras duas.

A FBX parece concordar com a avaliação, mencionando relatos de navios asiáticos sobrevenda com destino à Europa que podem indicar que os programas de navegação em branco estão conseguindo equilibrar a oferta com a queda da demanda nesta rota. Essa tendência também pode se refletir nas taxas da Ásia - Norte da Europa, que aumentaram esta semana e permanecem quase o dobro do nível de janeiro de 2020.

De acordo com a FBX, os observadores geralmente apontam para a ação de alianças oceânicas estáveis ​​como uma das principais razões para o sucesso das linhas de navegação na gestão da capacidade e na prevenção de um colapso da taxa no início de 2020. No entanto, a MSC e a Maersk, as duas maiores companhias marítimas do setor, anunciaram que não renovarão seu acordo de aliança 2M quando expirar no final do ano que vem, gerando especulações de que a MSC pode tentar fazer isso sozinha e questiona sobre quais consequências a secessão vai significar para a Maersk e como isso pode abalar as outras alianças.

GolLog chega aos 22 anos com milhares de clientes atendidos no Brasil e no exterior

A GOLLOG, unidade de soluções logísticas da GOL Linhas Aéreas, completa hoje (30) 22 anos de história com muitas conquistas e desafios superados. Muitos acontecimentos marcaram a trajetória da empresa, que trabalha incessantemente para melhor servir seus Clientes de maneira transparente, ética e dedicada. Atualmente são mais de 1.400 Colaboradores prestando serviços de ponta para que o transporte seja sempre realizado de modo rápido, ágil e seguro. Aqui, trazemos um pouco sobre as novas conquistas da GOLLOG nos últimos dois anos e tecemos uma linha do tempo nestas mais de duas décadas de atividades.

Rafael Martau, novo diretor executivo da GOLLOG desde janeiro de 2023, reforça que “a GOLLOG vem se firmando a cada ano como uma empresa de ponta para soluções logísticas completas em transporte e entrega de produtos e mercadorias de forma integrada. A ampliação de nossas operações pelo Brasil vem crescendo rapidamente. Atualmente são 102 lojas com serviços de transporte diferenciados e especializados, como GOLLOG Saúde e GOLLOG Animais, para atender com mais comodidade todos os nossos Clientes em suas demandas específicas”.

Martau assume o cargo em um momento único nesses 22 anos da empresa: “Estou muito feliz em entrar para este time e muito confiante no potencial que a GOLLOG tem para crescer nos próximos anos, principalmente com a operação das aeronaves cargueiras iniciada recentemente com a parceria com o Mercado Livre”.

Uma das grandes novidades de 2021 foi a criação do GOLLOG Animais, projeto que veio reforçar o compromisso com a Segurança, não só nos transportes de produtos, mas também de pets e animais silvestres juntamente com o Ibama, acirrando assim o combate ao tráfico de animais. Na época, foram transportados 12 animais silvestres, sem cobrança de frete: 8 corujas e 4 araras que se encontravam no CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) de Porto Seguro, na Bahia, até o Paraná.

Vale ressaltar que, no ano passado, a GOLLOG transportou a menor espécie de tamanduá do mundo, do Ceará até São Paulo, em parceria com o Instituto Tamanduá e o ZooParque de Itatiba. Outra conquista foi o Espaço Pet em Congonhas (CGH), São Paulo, para o descanso dos animais no pré-embarque e após desembarcarem.

 

 

Porto Itapoá compra novo scanner para inspeção de contêineres

O Porto Itapoá (SC) adquiriu um novo scanner para inspecionar os contêineres que entram em seu pátio. O equipamento modelo HCVM XT, da empresa britânica Smiths Detection, é o primeiro em território brasileiro. A nova aquisição - um investimento de cerca de R$ 10 milhões – chegou em janeiro e deve entrar em operação até março.

A expectativa é que o novo aparelho traga um importante ganho de produtividade, segundo o diretor de Operações, Meio Ambiente e Tecnologia do Porto Itapoá, Sergni Pessoa Rosa Jr. O terminal catarinense passará agora a atuar com dois scanners. “Isso traz mais segurança para todos os envolvidos no processo: Receita Federal, Exportadores, Importadores, Transportadores e colaboradores do Porto Itapoá”.

O novo scanner, destaca o diretor, é de última geração e possui tecnologia que melhora a eficiência das atividades de inspeção. “Temos feito importantes investimentos em tecnologia para ampliar nossa segurança e capacidade operacional”, diz Sergni.

O delegado da Alfândega da Receita Federal de São Francisco do Sul, Claiton Meyer, responsável pela atuação da instituição em Itapoá, reforçou a importância dos equipamentos. “A utilização de dois escâneres significa um aumento da disponibilidade de equipamentos para as vistorias. Com a entrada em operação do novo escâner, além da maior quantidade de vistorias de contêineres em um tempo menor, a tendência é a diminuição da necessidade de vistorias físicas”.

Além disso, Meyer destaca o ganho qualitativo das vistorias. “O novo scanner a ser utilizado no Porto Itapoá trará melhor qualidade de imagem, dessa forma, facilitará a identificação das mercadorias constantes na unidade de carga e, consequentemente, ajudará na identificação de ilícitos”, explica o delegado.

Em 2022 o Porto Itapoá adquiriu do fabricante ZPMC um STS (Porteiner) de lança com alcance de 70 metros e dez RTGs (guindastes móveis sobre pneus) híbridos com consumo de combustível 3 vezes inferior a um RTG convencional além de serem controlados remotamente. Porto Itapoá será o primeiro porto do Brasil a utilizar este tipo de equipamento. Cinco equipamentos chegarão em maio e os demais juntamente com o STS em dezembro de 2023.

“Os objetivos da aquisição de RTGs controlados remotamente, além da inovação e sustentabilidade, é oferecer maior conforto e ergonomia aos operadores o que nos trará maior satisfação, eficiência e produtividade”, destaca Sergni.

Além do STS e dos RTGs em abril de 2022, o Porto Itapoá adquiriu duas novas empilhadeiras Reach Stacker, empregadas nas operações no pátio do Terminal. O objetivo é potencializar o atendimento das atividades de navio e pátio, complementando as operações com os RTGs.

Os equipamentos da marca Kalmar têm capacidade de movimentar 45 toneladas e possuem uma série de tecnologias para a segurança do operador. O porto já contava com três equipamentos similares.

Outra importante aquisição foram nove caminhões terminal tractors (TTs) do fabricante nacional Rucker – que chegaram em julho de 22. Os veículos juntaram-se à frota de 40 unidades, e podem carregar, cada um, 65 toneladas, equivalente a dois contêineres de 20 pés.

 

 

 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Portonave instala mais 180 placas solares para geração de energia limpa

A Portonave, terminal em Navegantes (SC), concluiu a instalação de 188 placas de energia solar no Espaço de Convivência dos profissionais, local que chama atenção de quem passa pela cidade por sua arquitetura moderna. O sistema fotovoltaico garante a geração de, no mínimo, 10.600kWh/mês da energia do edifício, equivalente a 30%, capaz de atender o consumo mensal de 41 casas localizadas na região do Sul do Brasil.

A iniciativa do sistema fotovoltaico teve início com um projeto-piloto aplicado em 2021 na Portaria do Terminal, onde dez placas solares foram instaladas. Neste ano, o projeto foi realizado em uma área de 523 m², em parceria entre Portonave e SolarPro, especializada no segmento de energia limpa.

Essas iniciativas estão alinhadas às práticas ESG - Environmental, Social, and Corporate Governance (Meio Ambiente, Social e Governança, em português), assim como a eletrificação dos 18 Rubber Tyred Gantry (RTGs), guidastes com pneus de borracha, em português, gerando uma redução de 96,5% no consumo de diesel desses equipamentos.

Os últimos investimentos do Terminal foram a empilhadeira ecológica, que reduz em 40% a emissão de gases de efeito estufa, e a substituição de transpaleteiras e empilhadeiras da câmera frigorífica – Iceport e Armazém Portonave, por equipamentos com baterias de lítio.

Em 2017, o Espaço de Convivência do Terminal foi inaugurado para proporcionar um refeitório, vestiários, sala de leitura, sala de televisão e jogos e área de lazer aberta para o uso dos profissionais, além de um anfiteatro. Atualmente, cerca de mil profissionais frequentam o espaço diariamente. A estrutura é baseada em um navio, enquanto as janelas no formato triangular foram inspiradas nas escamas do peixe-borboleta.

 

China mantém liderança no mercado da construção naval com 47% da produção mundial


A China permaneceu como o principal construtor naval do mundo em 2022, conquistando a maior fatia do mercado e fazendo avanços em modelos de navios de última geração. O país lidera a lista mundial entre os três principais indicadores, contribuindo com 47,3% da produção mundial, recebendo 55,2% das novas encomendas, segundo dados do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, informa a Xinhua.

Para os estaleiros chineses, 2022 marcou o 10º ano consecutivo em que detêm a maior participação nos mercados globais. De fato, seis empresas do país figuraram entre os 10 melhores construtores navais do planeta. No contexto da pandemia de Covid-19, a China consolidou ainda mais a sua posição como o maior construtor naval do mundo, aproveitando as oportunidades decorrentes da crescente procura de transporte marítimo, sobretudo de petróleo bruto e gás natural.

Três grandes grupos de construtores surgiram nas regiões ao redor do Delta do Rio Yangtze, na região de Bohai Rim e no Delta do Rio das Pérolas. "Agora, a indústria de construção naval entrou em um ciclo de recuperação, mostrando uma tendência ascendente constante", disse Cao Bo, pesquisador da Associação Nacional da Indústria de Construção Naval da China.

Com a maior participação de mercado nesta atividade, a China avança rapidamente para se estabelecer como um fabricante de qualidade. Registaram-se sólidos progressos, especialmente na produção de petroleiros de gás natural liquefeito (GNL), um navio de gama alta equipado com tanques concebidos para garantir que o gás se mantém no estado líquido, a -160 graus Celsius. As empresas chinesas receberam 55 pedidos de navios-tanque de GNL em 2022, representando mais de 30% do total mundial, um recorde para o país.

"Este é um avanço", disse Cao. As encomendas à Hudong-Zhonghua Shipbuilding (Group), subsidiária da China State Shipbuilding Corporation, maior empresa de construção naval do país, acumulam números elevados, com produção já prevista até 2028. A empresa pretende iniciar a construção de novos navios-tanque de GNL e já entregou quatro .

Além das embarcações de GNL, a China também fez progressos na produção de outras embarcações de ponta e equipamentos de engenharia naval. Em 2022, iniciou a construção de seu segundo grande navio de cruzeiro e entregou a primeira embarcação inteligente de aquicultura de 100.000 toneladas do mundo, além de grandes navios porta-contêineres com capacidade de 24.000 TEUs.

Além disso, a indústria de construção naval chinesa está pressionando por ajustes estruturais em seus produtos e avançando na fabricação de ponta, de acordo com Li Yanqing, secretário-geral da Associação Nacional da Indústria de Construção Naval da China.

Indústria calçadista está mais cautelosa, mas prevê crescimento em 2023

Com a projeção de um crescimento mais tímido em 2023, de 1,6% em produção, a indústria calçadista brasileira está cautelosa e observando os próximos passos da economia nacional e internacional. O cenário no mercado doméstico é de desaquecimento, com endividamento recorde das famílias (80%) e inflação crescente. No âmbito internacional, o cenário não é muito diferente, com a escalada da inflação, impulsionada pelos problemas logísticos pós-Covid 19 e pelo conflito no Leste Europeu, somada ao desaquecimento de grandes economias mundiais, caso dos Estados Unidos e Zona do Euro.

A projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), no entanto, é de crescimento muito acima da previsão de incremento do PIB brasileiro para 2023 (0,7%). O presidente-executivo da entidade, Haroldo Ferreira, destaca que o setor calçadista, historicamente, cresce mais do que a economia brasileira, o que mostra a pujança de uma atividade que emprega, diretamente, mais de 300 mil pessoas em todo o País. “Será um ano de desafios, mas nada que o setor não esteja acostumado. Ao longo dos anos, passamos por crises, algumas mais outras menos graves, mas sempre saímos fortalecidos. Em 2023, as dificuldades maiores devem ser no mercado externo, sendo que as exportações devem perder espaço para o mercado interno. Em um país com um mercado doméstico como o nosso, isso está longe de ser terra arrasada”, comenta, ressaltando que os embarques devem registrar queda de 5,7% ao longo do ano (em pares).   

Algumas empresas estão otimistas para 2023, mesmo com todos os desafios pela frente. É o caso da Calçados Gonçalves, de Rolante/RS, que no final do ano passado anunciou a compra da marca Cravo & Canela. Com uma produção de 6 mil pares diários, 100% deles na modalidade private label - com a marca do cliente -, a Gonçalves cresceu 30% em faturamento em 2022. “Ano passado foi, de fato, o ano da retomada, principalmente no mercado internacional, onde comercializamos 50% da nossa produção - 95% delas para os Estados Unidos. Em 2021, ainda sentíamos os efeitos da Covid-19 e o mercado ainda estava receoso”, conta o diretor da empresa, Ademir Gomes Gonçalves.

Com a aquisição da marca Cravo & Canela, a Calçados Gonçalves espera seguir em crescimento em 2023. O empresário conta que ao longo do ano corrente será realizado um planejamento da nova marca, com adequações no perfil dos consumidores. “Em 2023, nossa projeção é de crescimento de 10% sobre 2022, que foi um ano muito bom. Mas, será a partir de 2024, com a marca própria adequada, que esperamos crescer mais, em torno de 30%. Em 2023 e 2024, planejamos investir mais de R$ 15 milhões em estrutura, desenvolvimento de marca e tecnologia”, projeta Gonçalves. 
O diretor da Randall, de Nova Serrana/MG, Pedro Gomes da Silva, revela que o ano de 2022 foi de crescimento expressivo para a empresa, que passou de uma produção de 372 mil pares, em 2021, para mais de 554 mil pares produzidos, um incremento produtivo de quase 50%. Segundo ele, os desafios de 2023, que não são poucos, ensejam mudanças, adaptações para os calçadistas. “Agora precisaremos ir ao mercado vender. Em 2022 fomos - muito - comprados”, afirma o empresário, ressaltando que, no ano passado, em agosto, empresas do polo mineiro já tinham vendas até o final de dezembro.

Exportando cerca de 2% da produção para países da América Latina, nos próximos anos, a Randall buscará aumentar a presença internacional. “Nossa meta é fechar em 10% para exportação. Sabemos da importância do nosso mercado interno e por isso não queremos aumentar muito mais essa fatia”, diz. Para Silva, 2023 será um ano para manter as conquistas de 2022. “O cenário não está tão positivo, percebemos que os lojistas estão mais receosos. Por exemplo, nesta fase do ano já teríamos 30 mil pares em fevereiro, mas estamos com 12 mil”, revela o empresário.  

Outra empresa que está cautelosa com as projeções é a Redeplast, de Novo Hamburgo/RS. Segundo os diretores da indústria, Juliano Martins e Maurício Martins, após crescer cerca de 50% nos dois últimos anos (35% em 2021 e 15% em 2022), impulsionados, principalmente, pelas exportações, a empresa trabalha para manter os números positivos ao longo do ano corrente. “Sentimos que o comprador está mais cauteloso, principalmente no e-commerce. Na pandemia, ocorreu um boom das vendas on-line, mas que caiu rapidamente assim que abriram as lojas físicas. Algumas empresas pensaram que íamos seguir assim. Foi um erro de planejamento por parte de alguns empresários, que agora estão sofrendo com estoques elevados”, opina Juliano Martins. A exportação, segundo ele, deve seguir crescendo de importância, embora o cenário internacional se mostre ainda mais desafiador para a empresa.

Entre os principais desafios para a atividade nos próximos anos, o empresário destaca o aumento dos custos com insumos, provocados pela alta inflação internacional, e o aumento dos custos logísticos, com fretes. O cenário de incertezas também fez com que a empresa colocasse o pé no freio com relação aos investimentos. “Viemos investindo bastante nos últimos dois anos. Para 2023, no primeiro semestre não temos previsão. Conforme for o andamento, iremos voltar a investir a partir da segunda parte do ano”, conta Juliano Martins, ressaltando que a empresa, que hoje produz 17 mil pares de calçados diariamente, tem capacidade para produzir 26 mil. “Temos espaço para crescer”, conclui.

 

 

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

ANP assina acordo com autoridades da Bolívia para utilização do terminal de Fray Bento no regime de "puerto Libre"


A Administração Nacional de Portos (ANP) do Uruguai assinará um acordo com a Administração de Serviços Portuários da Bolívia (ASP-B) para que a navegação daquele país possa utilizar o porto de Fray Bentos sob o regime de "porto livre". Isso implica que com a ajuda de barcaças poderão transportar mercadorias bolivianas e descarregá-las no porto de Fray Bentos sem passar pela alfândega.

Além disso, poderão mobilizar essa carga dentro do porto e até industrializá-la. Ao retirá-lo pelo porto, carregando em navios com capacidade para transportar cerca de 32 mil toneladas, apenas a Alfândega atuará. A Bolívia movimenta atualmente cerca de 10 milhões de toneladas, a maior parte pelo Pacífico. Mas para chegar a esse oceano é preciso usar o transporte rodoviário que sobe até 5.000 metros acima dos Andes e percorre 2.500 quilômetros.

E, nos últimos meses, tanto as importações quanto as exportações foram prejudicadas pelos conflitos políticos e sociais que o Peru vive. Alberto Lasarte, capitão do porto de Fray Bentos, explicou que ao revisar e-mails com informações específicas, descobriu que a ASP-B havia recebido da Argentina a necessidade de transferir a zona franca que possui em Rosario para os portos de La Plata , Ibicuy e Concepción del Uruguai.

“Dito isso, pensei que se eles pudessem vir para Concepción [dd Uruguai], eles também poderiam vir para Fray Bentos. Aí começaram as buscas de contatos e as negociações começaram. Eles nem sabiam que havia um porto em Fray Bentos. Enviamos muitas informações, a partir de fevereiro ou março de 2022,”disse.

Ele explicou que “após várias reuniões com as autoridades portuárias bolivianas e com o prefeito de Río Negro, chegamos a um acordo, que é feito com base em anteriores entre a ANP e a ASP, mas se refere aos portos de Nueva Palmira e Montevidéu. Ou seja, se chegam aos portos uruguaios, vão apenas para o sul. Então fizemos um projeto específico para Fray Bentos em regime de porto franco”.

No caso de Fray Bentos – o mesmo de Paysandú – “a limitação que temos é a profundidade dos degraus. Assim, os navios que partem de Fray Bentos o fazem com 16.000 ou 18.000 toneladas e carregamento completo no terminal de Montevidéu ou mesmo alguns em portos argentinos”, explicou Lasarte.

Desta forma, as zonas de transbordo passariam a ser utilizadas a jusante do porto de Fray Bentos (devido ao calado insuficiente para plena carga) e ali as embarcações seriam completadas por barcaças, que na verdade seriam as utilizadas para transportar os produtos de Bolívia para Fray Bentos, enviado por exportadores bolivianos. Será utilizado o terminal portuário de Busch [Bolívia], no rio Paraguai, terreno cedido pelo Paraguai à Bolívia em 1903 para ter saída portuária.

“A ideia é acumular barcaças e depois fazer viagens de trem barcaça de aproximadamente 24”, disse o comandante. Em todo o caso, Lasarte alertou que “será um movimento gradual, não será a panaceia nem a salvação do porto de Fray Bentos”. Por outro lado, destacou que a Bolívia está realizando um projeto de US$ 10 milhões em Puerto Busch, localizado no extremo leste daquele país, na província de Germán Busch, departamento de Santa Cruz, para melhorar e modernizar aquele terminal portuário.

 

Feira Inspiramais na Fiergs tem como foco a sustentabilidade e internacionalização da indústria de base brasileira

A 27ª edição do INSPIRAMAIS, salão que lança mais de mil materiais e insumos para produção de calçados, confecções, móveis e bijuterias entre os dias 24 e 25 de janeiro, no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), tem como tônica a sustentabilidade nos produtos e a internacionalização da indústria de base brasileira. O foco foi destacado na coletiva de imprensa realizada hoje, 24, pelos dirigentes da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), realizadora do evento. 

Na oportunidade, o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, ressaltou que o evento conta com 31 compradores internacionais, trazidos por meio do By Brasil Components, Machinery and Chemicals, programa de apoio às exportações do setor mantido pela entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil). “No INSPIRAMAIS, além dos compradores, que vieram da América Latina, Europa e Ásia, temos jornalistas internacionais de 18 veículos segmentados que ajudarão na promoção da imagem do nosso produto nos seus respectivos países”, disse. O dirigente da Assintecal destacou também que a palavra de ordem desta edição, mais uma vez, é sustentabilidade. “A cada edição que passa percebemos mais produtos sustentáveis sendo lançados. É uma demanda crescente da indústria”, ressaltou. 

Na sequência, a superintendente da Assintecal, Silvana Dilly, destacou que o INSPIRAMAIS apresenta materiais de 150 expositores de todo o País e deve receber, nos seus dois dias, mais de 7 mil visitantes. “As expectativas são positivas, estamos percebendo uma ótima movimentação neste início de evento”, avaliou. Segundo ela, contribui para o sucesso do salão a sinergia com entidades parceiras de longa data - CICB, Abit e Abimóvel - e também o engajamento de novas parcerias para esta edição. “Neste evento, temos a parceria inédita com a Animaseg, que realiza conosco um projeto comprador com produtores de calçados de segurança, além do Senai, um dos principais institutos formadores de mão de obra do mundo”, pontuou. 

Mercado internacionalDestacando a presença internacional no INSPIRAMAIS, Silvana ressaltou o crescimento das exportações de componentes e químicos no último ano. “Em 2022, crescemos 12% nas exportações, chegando a US$ 422 milhões, um recorde histórico. Para este ano, vamos seguir trabalhando para seguir a trajetória de crescimento. E tudo começa aqui, com alguns dos principais compradores internacionais do mundo”, salientou a superintendente. 

O coordenador do Núcleo de Pesquisa e Design da Assintecal, Walter Rodrigues, falou sobre a relevância do salão como lançador de materiais inovadores e em consonância ao desejo dos consumidores do Brasil e do mundo. “Sempre digo, moda é 50% inspiração e 50% negócios. Aqui, vemos a junção de ambos. Os visitantes certamente poderão conferir produtos inovadores e que trazem na sua criação a capacidade do design brasileiro”, disse o estilista, que coordena as pesquisas que dão origem aos materiais que são apresentados no salão e que estarão nas coleções de calçados, bolsas, acessórios, vestuários, móveis e bijuterias durante os próximos seis meses. 

O INSPIRAMAIS é uma promoção da Assintecal em parceria com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel). A realização é do programa By Brasil Components, Machinery and Chemicals e a parceria do Sebrae Nacional. 

 

Porto de Imbituba bate recorde anual de movimentação e cresce 3,6% na comparacação com 2021

O Porto de Imbituba, no Sul de Santa Catarina, com movimentação de 7,1 milhões de toneladas, alcançou um novo patamar operacional em 2022, consagrando o melhor resultado anual de sua história. Em relação ao recorde anterior, celebrado em 2021, houve crescimento de 3,6% no volume movimentado. Ao todo, foram atendidos 280 navios.

As principais cargas movimentadas no último ano são do tipo granéis sólidos, especialmente o coque de petróleo, com 28,6% da movimentação total. Também apresentaram expressiva participação no grupo graneleiro, os fertilizantes, o sal, o farelo de soja, o minério de ferro e a hulha betuminosa. Além dos granéis, destaque para a operação de contêineres, cujo volume operado garantiu o segundo lugar no ranking de produtos transportados. Nas cargas gerais, grupo com maior crescimento dentre os segmentos operados em relação ao ano anterior (+34,6%), sobressaiu a movimentação de toras de madeira.

A maioria das operações foram de importação, fluxo que apresentou queda de 7,3% na quantidade transportada. Comparado a 2021, as exportações aumentaram significativamente sua participação nas operações, com alta de 21,3% na tonelagem destinada ao exterior.

Excelente desempenho, também, nos resultados financeiros da SCPAR Porto de Imbituba, que estão em fase de fechamento e auditoria, podendo sofrer alterações. Os números preliminares apontam faturamento de R$ 78,1 milhões em 2022, representando um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior. A projeção de R$ 19,2 milhões no EBITDA e saldo em caixa de aproximadamente R$ 116 milhões disponíveis para investimentos.

Dentre os destaques de gestão, 2022 ficou marcado pela assinatura do contrato de arrendamento do Terminal de Granel Líquido, para um período de 10 anos, com a aplicação prevista de cerca de R$ 25 milhões da iniciativa privada na modernização do terminal, e pela assinatura do arrendamento transitório do Terminal de Granéis Minerais, com expectativa de leilão para um contrato de maior prazo em 2023. Ao longo do ano, também foi realizado chamamento para doação de Estudos de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) para subsidiar a modelagem de futuros arrendamentos de oito áreas públicas operacionais disponíveis no Porto Imbituba.

“Estamos muito gratos por poder concluir mais um ciclo de crescimento e desenvolvimento, que foi projetado não apenas no resultado operacional da comunidade portuária, mas também nos significativos avanços na infraestrutura e ampliação dos arrendamentos”, destaca Fábio Riera, diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba.

Em 2022, o Estado de Santa Catarina completou 10 anos com a delegação do porto organizado, período em que o Porto de Imbituba vivenciou um desabrochar operacional: crescimento de cerca de 250% se comparado ao resultado de 2012, a soma de mais de 49 milhões de toneladas movimentadas e 2.500 navios atendidos, em operações que superam os US$ 11,6 bilhões em mercadorias.

A Autoridade Portuária investiu em torno de R$ 40 milhões nesses 10 anos que, agora, serão incrementados com a maior e mais importante obra a ser realizada pela SCPAR Porto de Imbituba: a recuperação, reforço e ampliação do Cais 3. A obra deve iniciar em breve e será custeada totalmente com recursos da Autoridade Portuária, um aporte de cerca de R$ 100 milhões na infraestrutura do Porto.

Para os próximos anos, a Autoridade Portuária planeja investir R$ 244 milhões em obras como a ampliação da área de acostagem, o reforço do molhe de abrigo, ampliações e reformas no sistema viário, para citar alguns investimentos que, certamente, irão impactar na ampliação da capacidade operacional do Porto de Imbituba.

 

 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Fulltruck lança novo serviço de transporte de cargas com destino à Bolívia


A companhia de transporte terrestre Fulltruck, do Grupo D&C,responsável pelos serviços ferroviários e rodoviários prestados pela empresa em todo o país, fez importantes inovações em sua gestão. Durante o mês de dezembro, a operadora reforçou sua equipe executiva, buscando dar novos impulsos comerciais e ao trabalho que complementa outros serviços de carga que o Grupo oferece em seus diferentes terminais e divisões no Chile.

Nessa linha, de mãos dadas com essa nova liderança, a empresa agregou um novo serviço de transbordo terrestre de cargas, que consiste na consolidação da carga com destino à Bolívia de diversos importadores, sua transferência para os portos do norte do país e finalmente seu embarque para seu destino final no país serrano. No âmbito deste serviço, a carga é recebida no terminal extraporto, armazenada, depois consolidada em contêiner Fulltruck lacrado pela Alfândega e desde Valparaíso é coordenado seu transporte para o norte, para que seja entregue ao recintos aduaneiros nos portos de Antofagasta, Iquique e Arica.

A partir daí, a Alfândega da Bolívia (ASPB) assume o controle da carga, que é desconsolidada do contêiner e transportada até seu destino final. Conforme detalhou o novo gerente geral da Fulltuck, Gastón Bastías, o serviço oferece importantes benefícios aos clientes, em termos de segurança, gestão e rastreabilidade.

“Antes desse serviço, esse tipo de carga ficava exposto, por exemplo, a fenômenos climáticos como chuva e também a possíveis furtos; por outro lado, como era complexo lacrar cargas cobertas por lona, ​​a Alfândega não conseguia controlar os furtos”, explicou.

“Neste novo modelo de operação, busca-se uma operação com maior nível de eficiência, que começa desde o recebimento da carga nos portos de San Antonio e Valparaíso, seu armazenamento e posterior enchimento do contêiner de forma simultânea e sequencial, minimizando o manuseio , e, portanto, danos.

Posteriormente, o caminhão é carregado para ser despachado logo que esteja concluída a operação de consolidação da carga no contentor Fulltruck, que é despachado para o norte de imediato, previamente ao cumprimento dos trâmites aduaneiros inerentes a estas operações”, referiu o executivo. O serviço será iniciado nesta quinta-feira, tendo como foco inicial da operação os escritórios do Armazém Extraporto de Puerto Columbo em San Antonio e Valparaíso, pretendendo com isso contribuir para as necessidades de apoio logístico exigidas pelos agentes de carga.

 

Redução de preços nas taxas spot provoca diminuição nos tempos de trânsito partindo da China

Um dado interessante quanto ao comportamento das taxas spot é marcado pela rota Ásia-Costa Oeste dos EUA (determinante para o transporte marítimo global), dado que se mantiveram estáveis ​​por aproximadamente seis semanas consecutivas, caindo abaixo dos níveis de 2019 nas últimas duas semanas com a ausência - como foi comentado - do aumento típico da demanda antes do Ano Novo Chinês (22 de janeiro).

Segundo dados do índice Freightos Baltic (FBX) Na semana passada a taxa registrou queda semanal de 3% para US$ 1.361/FEU. Essa taxa é 91% menor do que no mesmo período de 2022. Os preços para a Costa Leste dos Estados Unidos (outra rota líder) também ficaram praticamente estáveis ​​por cerca de um mês e estão 83% mais baixos do que há um ano, caindo 2% na semana passada para US$ 2.812/FEU, em comparação com a semana anterior.

Por outro lado, as tarifas subiram na semana passada na rota Ásia-Norte da Europa, embora também sejam quase 80% mais baixas do que há um ano. Na semana passada cresceram 10% para US$ 2.978/FEU, ante a semana anterior e estão 79% abaixo do mesmo período de 2021. Assim, eles oscilaram em torno do nível de US$ 4.000/FEU desde o início de dezembro, mais que o dobro da norma pré-pandêmica, embora as taxas diárias para esta semana indiquem que essas taxas também podem começar a cair aqui.

De acordo com o FBX, a queda na demanda e a diminuição do congestionamento estão resultando não apenas em uma mudança de capacidade (retirada de rotas comerciais regionais e menores conforme a demanda aumentou fora da Ásia) de volta para rotas intrarregionais, mas também uma redução nos tempos de trânsito. Por exemplo, os dados de tempo de trânsito do mercado da Freightos.com entre a China e os EUA indicam que a duração média das remessas diminuiu 5% em dezembro em comparação com novembro e 35% ano a ano.

As taxas do Freightos Air Index da China para a América do Norte e Europa têm estado praticamente estáveis ​​nas últimas semanas. no Oceano. No entanto, apesar dessas quedas de preços, os custos de combustível e mão de obra estão mantendo as taxas de carga aérea mais do que o dobro dos níveis de 2019. Expectativas macroeconômicas Já foi comentado anteriormente que a tendência de queda das tarifas do transporte marítimo é uma resposta à baixa demanda, sintoma, por sua vez, de uma série de processos macroeconômicos que refletem o impacto de uma possível recessão.

No entanto, este último aspecto ainda não está definido. Nesse campo você pode ter duas perspectivas: uma das sensações dos atores e outra da perspectiva dos economistas. Segundo pesquisa do Goldman Sachs, 57% de seus clientes esperam uma recessão nos EUA, enquanto economistas especializados não esperam uma recessão nos EUA e indicam que há apenas 35% de chance dessa economia entrar em recessão.

Os sinais a favor da indústria marítima são aqueles de que a inflação persistentemente alta em 2022 pode estar diminuindo, de acordo com o relatório anual de ideias de investimento da Goldman Sachs Asset Management. No entanto, isso não significa que a inflação cairá uniformemente. Por exemplo, um risco premente é que os mercados de trabalho apertados não consigam aliviar a pressão sobre os salários e os preços dos serviços. Além disso, são possíveis novos choques de oferta, principalmente de commodities.

Presidente da CNI diz que Brasil e Argentina devem aprofundar relações bilaterais

O Brasil e a Argentina são parceiros econômicos estratégicos e é preciso adotar um conjunto de medidas que contribuam para ampliar o estimular suas indústrias e ampliar o intercâmbio entre os dois países. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, é imprescindível que os governos evoluam em agendas como as de facilitação de comércio, de redução da burocracia e de comércio exterior, por exemplo, pelo avanço na formalização do Acordo Mercosul-União Europeia.

"Com políticas adequadas e iniciativas conjuntas eficazes, teremos integração econômica e regional mais consistente e estável, que estimule o crescimento duradouro e sustentável dos nossos países. Brasil e Argentina precisam estimular ainda mais as suas indústrias e aprofundar as relações bilaterais e a integração regional no Mercosul", disse Andrade, que participou do encontro entre empresários com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires.

 

No encontro, a CNI e sua contraparte argentina, a União Industrial Argentina (UIA), entregaram a Lula e Fernández uma declaração conjunta contendo uma agenda comum das representações empresariais para dinamizar as relações bilaterais e fortalecer o Mercosul. Ao todo, são sete ações em áreas que incluem estabilidade macroeconômica, integração produtiva, comércio, transformação digital, infraestrutura e sustentabilidade.

 

Entre essas medidas, o presidente da CNI avalia como indispensáveis a eliminação de barreiras comerciais e convergência regulatória para aumentar o fluxo de mercadorias e investimentos; a conclusão do protocolo de facilitação de comércio; a negociação de acordos comerciais com mercados estratégicos para a indústria, com destaque para a celebração formal do Acordo Mercosul-União Europeia; e a revitalização da Comissão de Produção e Comércio Brasil-Argentina.

 

"Ações nessa direção são imprescindíveis para os dois países aproveitarem as oportunidades criadas pelos rearranjos das cadeias globais de valor e pelas novas tendências produtivas. As exportações e os investimentos do setor são fundamentais para expandir a capacidade produtiva, gerar inovações, criar empregos de melhor qualidade e estimular o crescimento econômico", afirmou Robson Andrade.

 

O presidente da CNI lembrou que, nos últimos anos, no entanto, as relações entre os dois países têm estado aquém de seu potencial, com ambos perdendo relevância no comércio mundial de bens industriais e no mercado global como um todo. "Isso é resultado de vários fatores, alguns de dimensão interna, como os problemas econômicos que reduzem a competitividade das nossas empresas", disse.

 

 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Complexo portuário de Itajaí alcança movimentação de 1,3 milhão de toneladas em dezembro

O Complexo Portuário de Itajaí (SC) encerrou o ano de 2022, e, apenas em dezembro, foram movimentadas 1.363.463 toneladas, gerando ao acumulo do ano um número de 17.338.848 toneladas. Em TEU’s (unidade de medida para um container de 20 pés), foram 123.871 TEUs – o que resultou em um acúmulo de 1.523.875 TEUs.

Apenas em dezembro, 83 embarcações foram operadas no complexo, enquanto o ano encerrou com o resultado total das atracações anuais em 981 navios operados. Nas áreas das Bacias de Evolução, 01 e 02, somente no mês de dezembro registraram um total de 78 giros. Já no acumulado do ano, de janeiro a dezembro, foram registrados 900 giros nas duas áreas de bacia, em frente ao porto e na Baia Affonso Wippel (Saco da Fazenda).

No Porto de Itajaí (Berços públicos e APM Terminals/área arrendada), o mês de dezembro encerrou com 15.464 TEU’s. Na tonelagem, a movimentação registrada foi de 192.842, com 22 navios operados. Para o acúmulo do ano, a movimentação janeiro a dezembro foi de 350.083 TEU’s e 4.154.695 toneladas.

“O Complexo Portuário de Itajaí iniciou em 10 de dezembro com a Temporada de Cruzeiros 2022/2023, que pretende receber 25 atracações no Porto de Itajaí, sendo 6 apenas em dezembro e 19 até o final de fevereiro de 2023. Aliado a isso, ainda recebeu a atracação do navio do tipo Roll on roll of, com 1.374 veículos da BMW e General Motors, operados pela SC Portos, em 29 de dezembro de 2022”, informa o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.

Na Portonave, o mês de dezembro encerrou com 108.389 TEU’s. Na tonelagem, a movimentação registrada foi de 1.140.074, com 57 navios operados. Para o acúmulo do ano, a movimentação janeiro a dezembro foi de 1.173.594 TEU’s e 12.820.899 toneladas.

O TUP Teporti, registrou 2 escalas no mês, com 13.793 em movimentação de toneladas. De janeiro a dezembro, obteve 35 navios operados e 178.891 toneladas movimentadas.

O TUP Poly Terminais não registrou movimentação no mês. Porém, de janeiro a dezembro, obteve 6 navios operados e 30.591 toneladas movimentadas.

O TUP Braskarne registrou 2 escalas no mês, com 12.578 em movimentação de toneladas. De janeiro a dezembro, obteve 19 navios operados e 83.631 toneladas movimentadas.

O TUP Barra do Rio registrou 2 escalas no mês, com 4.176 em movimentação de toneladas. De janeiro a dezembro, obteve 14 navios operados e 70.141 toneladas movimentadas.

“A Superintendência do Porto de Itajaí finalizou o ano de 2022 compromissada com as pautas sustentáveis e agraciada pelo programa do Selo Social, concedido às empresas que estiveram de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dessa forma, por meio de seus projetos e desempenhos ambientais, foram reconhecidos e devem continuar seguindo este caminho para um município solidamente ligado ao meio ambiente”, destaca o Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni.

 

Autopeças, calçados e maquinários são os itens mais transportados pela Latam Cargo no Brasil


Autopeças, calçados e maquinários são os itens mais transportados internacionalmente pela LATAM Cargo no Brasil em 2022. Este tipo de carga representa mais da metade do volume exportado a partir do Brasil para o exterior e 70% da importação ao mercado nacional pela unidade de transporte de cargas do Grupo LATAM. Na sequência do ranking aparecem itens com diferentes características e diversidade, como frutas, flores, vegetais, pescados, têxteis, medicamentos e vacinas.

De acordo com Otávio Meneguette, diretor da LATAM Cargo no Brasil, desde 2019 (antes da pandemia de Covid-19) autopeças, calçados/têxteis e maquinários são os itens mais transportados entre o País e o mercado internacional pela empresa, que reforça seu compromisso em oferecer conectividade logística aos seus clientes. “Esse levantamento mostra que conectamos o Brasil ao mercado exterior, abastecendo as cadeias de suprimentos e consumo, oferecendo soluções em transporte que entreguem a rapidez, segurança, confiabilidade e prazos que estes produtos demandam”.

Ao todo, a LATAM Cargo transportou entre o Brasil e 19 aeroportos no exterior, quase 130 mil toneladas de janeiro a outubro de 2022 nos compartimentos de carga de aviões dos passageiros e de aeronaves cargueiras. Esse volume corresponde a 2.600 aeronaves cargueiras e uma frequência de mais de 8 voos diários para o transporte entre o Brasil e o mercado internacional em 2022.

Das 130 mil toneladas transportadas internacionalmente pela LATAM Cargo no Brasil, 40% corresponde à exportação em 2022. Desse volume, 54% são de autopeças, calçados e maquinários, seguido de frutas, flores, vegetais e pescados. Na exportação, 90% das cargas são provenientes de São Paulo/Guarulhos (54% de participação), Campinas/Viracopos (33% de participação) e Porto Alegre (3% de participação). Os principais destinos concentram 33% dessa carga e são México (13% de participação), Bogotá (12% de participação) e Miami (8% de participação).

Do volume de cargas movimentadas entre o Brasil e o exterior, 60% correspondem à importação em 2022. Desses transportes, 70% são de autopeças, calçados e maquinários, seguido de têxteis e matérias-primas. Na importação, as cargas têm origem principalmente dos Estados Unidos (55% de participação) e da Espanha (13% de participação). Os principais destinos correspondem que recebem 86% das cargas, são: São Paulo/Guarulhos (45% de participação), Campinas/Viracopos (33% de participação) e Manaus (9% de participação).

Ministro Márcio França reafirma que Porto de Santos não será vendido em hipótese alguma

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, reafirmou, em entrevista coletiva, que descarta a venda de autoridades portuárias, como no caso do Porto de Santos (SP). "Não concordo que autoridade portuária seja vendida em hipótese alguma", defendeu ele.

Antes, em outra entrevista, ele revelou também que o governo tem "alternativas mais rápidas" para tirar do papel a obra do túnel seco para ligar Santos a Guarujá. A construção do túnel é uma antiga reivindicação da região e dos operadores de comércio exterior

Na modelagem de privatização do Porto de Santos criada no governo anterior, a construção do túnel seco era uma das obrigações do operador que arrematasse o ativo. "Então o túnel vai dar, temos alternativas mais rápidas e mais fáceis do que foi pensado no governo que saiu", garantiu França.

Yang Ming vai equipar oito embarcações de mais de 8,6 mil teus com depuradores


A companhia marítima Yang Ming seguirá com a adaptação de suas outras três unidades desse porte. A armadora é atualmente a oitava maior usuária de depuradores, depois da Hapag-Lloyd, mas bem atrás dos três primeiros, MSC, Evergreen e Maersk.

É importante a pena destacar que a segunda maior empresa de navegação de Taiwan comemorou recentemente seu 50º aniversário, com um evento em dezembro com a presença de vários funcionários do governo. A empresa foi fundada em 1972 como operadora de carga a granel antes de se dedicar aos serviços de contêineres.

Como outras companhias de navegação, a Yang Ming começou a diversificar investindo em terminais e logística, e também foi a primeira taiwanesa a investir em transportadores de GNL bicombustíveis. Os volumes da transportadora atingiram o pico em 2020, com 5,1 milhões de TEUs, antes de recuar durante a pandemia.

MAN Energy Solutions cria sistema de otimização inteligente de propulsão em navio gaseiro

A MAN Energy Solutions anunciou que sua divisão de pós-venda MAN PrimeServ, com sede em Frederikshavn, realizará uma otimização radical e extensa do trem de força de propulsão de um transportador de gás 2007/2008 em sua próxima doca seca. A solução para o navio, de propriedade da Solvang ASA, permitirá cumprir o regulamento EEXI ao limitar a potência do motor principal e adequar a propulsão do navio à eficiência de um navio moderno graças, entre outras iniciativas, à otimização inteligente de sua hélice CP e seu sistema de popa.

O projeto LNG 2007/2008 incluirá a introdução de pás de hélice otimizadas, uma carenagem de cone de cubo de hélice e integração de bulbo de leme EcoBulb, desenvolvido em estreita colaboração com Becker Marine Systems, Solvang ASA e especialistas em hidrodinâmica da MAN. Além do fornecimento pela MAN Energy Solutions, o navio também será permanentemente desenergizado, com limitação de energia EEXI e equipado com uma instalação de conduíte Mewis.

O trabalho posicionará a Solvang ASA como pioneira em otimização avançada e holística de navios. Tor Øyvind Ask, gerente de frota da Solvang ASA, afirmou: "Prevemos que este grande investimento verde não terá apenas um impacto ambiental positivo, mas também aumentará significativamente a eficiência e a vida útil da embarcação. Este investimento melhorará a eficiência operacional de o transportador de GNL, minimizando sua pegada de carbono e emissões de acordo com nossas melhores práticas de negócios."

Por seu lado, Michael Muff Jensen, diretor de vendas da MAN Energy Solutions, Frederikshavn, afirmou que "do ponto de vista da propulsão, a solução é perfeita em termos de desempenho, eficiência e redução de emissões de CO2. Este é apenas o mais recente investimento da Solvang em frota atual, confirmando sua posição no mercado como líder comprometido com o transporte eficiente e ecologicamente correto de GLP e gases petroquímicos."

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Principais portos dos EUA aceleram eletrificação dos caminhões que transportam contêineres


Os portos da Califórnia vão aceler o processo de eletrificação dos altamente poluentes caminhões pesados ​​a diesel que transportam contêineres para armazéns no interior, informa a Bloomberg. De acordo com um regulamento proposto, que provavelmente será aprovado nos próximos meses, apenas os com emissão zero serão adicionados a um registro estadual de veículos autorizados a trabalhar em alguns dos portos mais movimentados dos Estados Unidos a partir de 2024.

Os 34.000 caminhões de transporte de mercadorias a diesel ativos na Califórnia serão desativados até 2035 para ajudar a atingir as ambiciosas metas climáticas do estado. Os caminhões Drayage, por exemplo, são responsáveis ​​por 40% das emissões de gases de efeito estufa nos portos gêmeos de Los Angeles e Long Beach, e seus gases tóxicos têm sido associados a problemas de saúde em comunidades de baixa renda que cercam os portos.

O problema é que a maioria dos caminhões na Califórnia pertence a operadores independentes, que geralmente não têm capital para comprar caminhões elétricos de US$ 300.000 ou US$ 400.000, que podem custar mais que o dobro dos modelos a diesel. Apesar do grande número de descontos que o governo oferece para compensar grande parte desse custo, os motoristas de transporte público que trabalham longas horas podem não ter tempo ou meios para navegar em um labirinto de incentivos.

Uma nova empresa de Oakland (Califórnia). A Forum Mobility, por exemplo, oferece descontos na compra de caminhões elétricos de grande tonelagem e na construção de pontos de recarga que a empresa fornece para os armadores mediante o pagamento de uma mensalidade. A empresa faz parte de um novo grupo, incluindo Zeem Solutions e WattEV, oferecendo soluções de "caminhões como serviço" para o problema do transporte de mercadorias.

A operadora de transporte de Long Beach, Hight Logistics, assinou contrato para cinco caminhões elétricos pesados ​​e três estações de carregamento de porta dupla da Forum Mobility. “Esse é o rumo que o setor está tomando e para nós é uma forma de colocar esses caminhões na estrada”, diz Rudy Díaz, presidente da empresa.