A situação do setor naval segue indefinida desde a deflagração da Operação Lava-Jato pela Polícia Federal, em março de 2014..A
PF investiga um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a
Petrobras, onde grandes empreiteiras são suspeitas de pagarem propinas
para executivos da Estatal e também a outros agentes públicos. Alguns
projetos, que estavam previstos para serem realizados no Brasil,
acabaram sendo enviados para outros países. Outros seguem com a situação
incerta, pois ainda não há perspectiva de quando e se devem chegar aos
estaleiros Brasileiros, onde estavam previstos para serem construídos.
O jornal Agora, de Rio Grande (RS) informou que estão
sendo realizadas várias demissões no ERG 1, estaleiro administrado pela
empresa Ecovix. Em contato com a assessoria de imprensa do Banco Brasil
Plural, que assumiu a gestão da Ecovix em dezembro do ano passado,
para auxiliar no processo de reestruturação, a publicação foi comunicada
que a empresa não irá se manifestar sobre a situação dos projetos
previstos para o Município, nem sobre as possíveis demissões que estão
ocorrendo.
Para Rio Grande, até o ano passado, a Ecovix e a Estatal tinham
contratos firmados para a construção de oito FPSOs (sigla em inglês para
plataforma flutuante que produz, processa, armazena e escoa petróleo)
para o pré-sal. Atualmente, dentro do estaleiro da Ecovix, encontra-se
apenas a P-68, a qual, segundo uma fonte que prefere não ser
identificada, pode sair do estaleiro até o próximo mês de outubro.
Conforme o presidente interino do Sindicato dos Trabalhadores das
Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José
do Norte (Stimmmerg), Sadi Machado, as demissões que estão ocorrendo no
ERG 1 fazem parte do contexto. "A obra é por fases, então as demissões
fazem parte e o trabalhador sabe", explica. De acordo com Machado, a
Ecovix tem três projetos já garantidos para Rio Grande. “Eles (Petrobras
e Ecovix) já estão fechados com a P-69, P-70 e P-71. A Petrobras fechou
um acordo com um banco da China que dá continuidade no setor por mais
dois anos. Para esses dois anos, as obras estão completamente
garantidas”, destaca.
Ele conta que, segundo informações repassadas da Ecovix ao sindicato,
atualmente a empresa passa por uma situação econômica delicada. “A
única atividade do setor naval, que está em andamento, é em Rio Grande.
Não recebemos nenhuma informação sobre prazos. Por enquanto, não temos
perspectivas”, enfatiza. O presidente interino do Stimmmerg afirma que o
sindicato vê a situação e o futuro do setor naval com muita cautela.
“Vivemos uma incerteza porque, querendo ou não, estamos atrelados com o
momento político que vive o País", salienta. Ele conta que hoje, dentro
da Ecovix, são cerca de 4,5 mil trabalhadores, no Estaleiro EBR em São
José do Norte são aproximadamente 1,4 mil e, no Estaleiro QGI, em torno
de 250.
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