A contratação de empresa para realizar a da dragagem do Porto de Santos segue sem solução. As garantias
financeiras apresentadas pela EEL Infraestruturas, ganhadora da última licitação, ao Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil, foram rejeitadas pela comissão de
licitação. Agora, a pasta pretende convocar a segunda colocada no
processo licitatório que aconteceu em julho do ano passado. Caso a firma
não aceite as condições impostas pelo Governo, um novo certame será
aberto para a contratação do serviço.
O contrato para a dragagem do cais santista foi assinado pela EEL há
mais de três meses. A empresa venceu a licitação promovida pela extinta
Secretaria de Portos (SEP) ao pedir R$ 369 milhões pela obra.
Mas, de acordo com a pasta do Governo Federal, a empresa não havia
apresentado toda a documentação necessária para a assinatura da ordem de
serviço, que libera o início dos trabalhos. Faltava a apresentação das
garantias financeiras.
A sócia-proprietária da EEL, Cláudia de Carvalho Alves, afirmou que
já havia apresentado os documentos. Entretanto, na semana passada,
entregou novamente as exigências da pasta. O problema é que a documentação foi negada pela comissão de
licitação. De acordo com o assessor do Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil Luiz Otávio Campos, a EEL não apresentou
garantias válidas, “Foram as mesmas já apresentadas. Defasadas e sem
condições de serem validadas”, explicou o executivo. A Reportagem apurou
que a empresa chegou a oferecer um cheque como garantia, mas não houve
acordo com a pasta.
A saída para o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil
será convocar a segunda colocada na licitação. Trata-se da Van Oord
Operações Marítimas, a empresa responsável pela atual dragagem do Porto
de Santos. Na licitação ganha pela EEL, a firma pediu R$ 373,9 milhões
pelo serviço. Segundo Campos, se desejar ficar com o contrato, a empresa holandesa
terá de assumir as condições apresentadas pela primeira colocada, ou
seja, realizar a obra por R$ 369 milhões. Para o executivo, é muito
difícil que a Van Oord aceite esse preço, calculado há mais de um ano –
e, desde então, as condições econômicas do País se agravaram. Outra opção é a
abertura de uma nova licitação para a contratação do serviço. O
problema, neste caso, é a imprevisibilidade quanto ao tempo que este
processo levará.
Esta é a terceira tentativa do Governo de contratar o serviço,
fundamental para garantir a profundidade do canal de navegação e o
acesso de navios ao Porto de Santos. O processo licitatório se arrasta
há mais de um ano. A dragagem contratada pelo Governo Federal prevê o aprofundamento do
canal de navegação e das bacias de acesso aos berços de atracação do
Porto, dos atuais 15 metros, em média, para 15,4 e 15,7 metros pelos
próximos três anos. Já os locais de atracação terão uma nova fundura
variando de 7,6 a 15,7 metros.
Como previsto no edital de licitação, a partir da ordem de serviço, a
empresa vencedora terá cinco meses para realizar os projetos básico
(detalhes técnicos do serviço) e executivo (mais detalhado, indicando
como o serviço será realizado) da dragagem. Procurada, a EEL apresentou uma versão diferente da do Ministério
para o imbróglio da licitação. A empresa informou que a pasta solicitou
esclarecimentos sobre suas garantias, que já foram encaminhados. “Como a
equipe técnica já está mobilizada, a nossa expectativa é receber a
ordem de serviço para iniciar os serviços já no início da próxima
semana”, informou a sócia-proprietária da empresa, Cláudia Carvalho.
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