Os Estados Unidos, depois da China, são o novo foco dos “caixeiros
viajantes” de Brasília, no esforço de retomada de confiança da economia
brasileira e abertura de novos mercados. Enquanto Blairo Maggi, ministro
da Agricultura, ficou pela Ásia, depois de o governo fazer seu début de
vendedor no seminário empresarial em Xangai, no início do mês; o
presidente Michel Temer vai aproveitar a ida a Nova York na próxima
semana para a Assembleia Geral da ONU para conversar com empresários e o
mercado financeiro, acompanhado de sete ministros. Na ocasião, o foco
maior será a atração de investimentos.
Para essas reuniões, o governo preparou um resumo dos 34 projetos de
infraestrutura que vão a leilão, para entregar aos empresários.
Secretários dos ministérios estarão disponíveis para encontros privados
com investidores que os solicitarem.Na quarta-feira, o Council of the Americas oferecerá um almoço para a
comitiva brasileira e 400 empresários americanos. Antes, haverá um
encontro de Temer e ministros com 25 diretores executivos de grandes
empresas. Na quinta-feira, Moreira Franco deverá apresentar os
resultados dos encontros.
Estarão na comitiva de Temer aos EUA também os ministros da Fazenda,
Henrique Meirelles; Alexandre de Moraes, da Justiça; José Serra, de
Relações Exteriores; Sarney Filho, do Meio Ambiente; e Maggi. No
início de outubro, Meirelles aproveita a companhia do presidente do
Banco Central, Ilan Goldfajn, durante a reunião anual do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, para circular em
seminários.
As autoridades brasileiras também têm convites para eventos na Europa
nos próximos meses, mas ainda não há definição sobre as etapas
seguintes desse road show. Como na China, as autoridades deverão
apresentar um levantamento com o potencial de investimentos no país. Segundo dados do BNDES, apenas os setores de infraestrutura no país
têm uma perspectiva de investimentos de US$ 269 bilhões entre 2016 e
2019. Nesse total, estão, por exemplo, US$ 90,6 bilhões previstos para o
setor de petróleo e gás, US$ 65 bilhões para energia elétrica. Esses
números não se confundem com os projetos incluídos no PPI.
Em visita
recente a países da Ásia, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi,
conseguiu negociar a abertura dos mercados do Vietnã e da Coreia do Sul a
produtos brasileiros.
A informação foi dada ontem pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu
Padilha, que passou o dia em reunião com o presidente Michel Temer e o
secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI),
Moreira Franco, em São Paulo. "Blairo Maggi Conseguiu abrir o mercado do Vietnã, onde o Brasil
não tinha participação, para suínos, aves e bovinos, e na Coreia do Sul,
onde também não tínhamos participação, ele conseguiu estabelecer
mercado para suínos e aves", contou Padilha aos jornalistas.
Esses dois mercados, segundo Padilha, são “importantíssimos” para o
agronegócio brasileiro, e o acesso a eles, conseguido agora, significa a
inserção internacional do Brasil “de forma diferenciada”.
— Temos todas as condições de ampliar nossa participação na Ásia a partir da ida do presidente Temer à China — afirmou Padilha.
Depois da visita do presidente Temer à China, no início do mês,
Maggi, que fazia parte de sua comitiva, seguiu viagem liderando uma
missão comercial que visitou outros seis países da região, com o
objetivo de ampliar relações e conquistar novos mercados para o
agronegócio brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário