A Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(SMA) de São Paulo decidiu estreitar relações com as empresas portuárias e, assim,
identificar os pleitos e as ponderações das instalações relacionados ao
cumprimento das legislações ambientais. Para isso, foi criada uma
parceria entre o órgão e o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), a Federação das Indústrias do Estado de SP (Fiesp) e
a Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP). Neste domingo, o
secretário estadual Ricardo Salles esteve no cais santista e visitou
terminais portuários.
A
primeira instalação onde Salles esteve foi a da ADM do Brasil, que fica
no Corredor de Exportações, na Margem Direita do complexo marítimo, nas
proximidades da Ponta da Praia. Em seguida, o secretário seguiu para a
Margem Esquerda (Guarujá) do Porto, onde visitou o Terminal de
Contêineres (Tecon), administrado pela operadora Santos Brasil.
“Daqui,
sairão ideias, iniciativas que vão ser implementadas. Mas o mais
importante disso é abrir o canal de diálogo e deixar claro que, como
talvez aconteça em outros segmentos da economia, aqui nós poderemos ter
conciliação extrajudicial, uma solução dos problemas sem entulhar ainda
mais o Judiciário com questões controvertidas que poderiam ser
resolvidas por consenso”, destacou o secretário.
Urgência |
As
entidades se reúnem desde o mês passado. Na pauta, o tema principal é a
conciliação entre o desenvolvimento das atividades econômicas e o
respeito ao meio ambiente e às legislações que tratam sobre o assunto.
Salles
disse estar atento à poluição causada pela emissão de partículas
decorrente das operações com granéis sólidos (grãos) na Ponta da Praia.
Questionado sobre as diversas autuações já sofridas por terminais
portuários nessa região, ele afirmou que a SMA pretende estabelecer um
ponto de consenso entre a Cidade e as instalações de forma a garantir o
desenvolvimento da Cidade.
“A
autuação visa corrigir distorções. O que a gente precisa fazer nessa
hora? Verificar quais são os temas estruturantes, quais são as questões
principais que os terminais entendem. E cabe ao Estado ser um
facilitador da solução, não um criador de uma restrição absoluta. Tem
que ouvir, pois conciliar a proteção ao meio ambiente é perfeitamente
possível à luz do desenvolvimento econômico que os terminais estão
encarregados de fazer, com geração de emprego e renda”, explicou
O
presidente da Comissão de Infraestrutura e Logística da OAB - Seção de
São Paulo, Carlos Sanseverino, acompanhou a visita do secretário ao
Porto. E defendeu medidas de prevenção e educação da população. Para
ele, é fundamental a definição de um cinturão de proteção ambiental, um
plano de emergência na área do estuário e na área portuária e, ainda, um
plano de reversão do quadro de poluição.
“Já
na área corretiva, é preciso identificar os problemas, convocar os
órgãos, alinhar as propostas e propor medidas que são urgentes. O meio
ambiente não pode esperar mais. Passamos do tempo da reversão”,
destacou.
Segundo
Sanseverino, o caminho começa pelas cidades litorâneas. “Ha informações
de que, se nós não corrermos para a reversão, o mar pode avançar, nos
próximos 20 anos, um metro. E se ele subir um metro, caminha um
quilômetro. É muito importante o trabalho de proteção das nossas costas.
E o Porto de Santos, na cidade de Santos, é absolutamente relevante e
único no País. Portanto, a OAB, a Fiesp, o Ministério Público e a ABTP
estão aqui para se unir nesse projeto”.
Também
presente na visita, o presidente da OAB Santos, Luiz Fernando
Rodrigues, destacou a parceria da entidade local com a da capital e a
interlocução com outros órgãos, em prol do desenvolvimento sustentável.
“Estamos
trabalhando em conjunto porque os problemas de meio ambiente e as
ideias de desenvolvimento sustentável não são só de Santos. São
regionais, estaduais e até nacionais. Então, quanto mais unirmos forças,
mais tivermos um projeto unificado, teremos mais força e não perderemos
tempo com várias ideias”, afirmou Rodrigues.
Nenhum comentário:
Postar um comentário