As companhias sul-coreanas Kogas (Korea Gas Corporation) e o Grupo Posco E&C/Daewo mostraram interesse em investir US$ 600 milhões em um projeto para substituir a atual unidade do terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, no Porto de Pecém, no Ceará. A posição dessas empresas foi manifestada, apesar dos riscos de desativação da unidade. Elas revelaram ainda que estão mapeando oportunidades de negócios no Estado, por considerarem a perspectiva positiva.
O terminal de GNL de Pecém está sob reavaliação desde que o
Ministério Público do Estado entrou com uma ação civil pública pedindo a
desmobilização da base da BR Distribuidora do Porto de Mucuripe - uma
área densamente povoada, em Fortaleza. Com a decisão, a Petrobras estuda liberar o berço ocupado pelo navio
de regaseificação, no complexo portuário de Pecém, para as novas
instalações da BR.
As obras exigiriam a mudança de local da unidade de
gás e, consequentemente, novos investimentos da Petrobras, num momento
em que a empresa aperta o cinto para reduzir custos. A petroleira ainda
não definiu o futuro da unidade.
O terminal de regás de Pecém chegou a ser oferecido pela petroleira,
dentro de seu programa de venda de ativos, mas o presidente da estatal,
Pedro Parente, já sinalizou que o imbróglio envolvendo as operações da
unidade tem afetado a venda do ativo - que possui capacidade para
transferir 7 milhões de metros cúbicos diários de gás natural dos navios
importadores para a malha de gasodutos.
"Tem uma demanda para mudar [o atracamento do navio de
regaseificação], mas isso tem custos. A questão que se coloca é como os
custos serão cobertos. Enquanto não se resolve isso, não teremos como
fazer [a venda do terminal de GNL]", disse o executivo, a jornalistas,
após apresentação do novo plano de negócios da Petrobras, a empresários,
em São Paulo, na segunda-feira.
Diante das incertezas em torno da operação do terminal,
representantes do governo cearense assinaram, este mês, na Coreia do
Sul, um memorando de entendimento com a Kogas para a instalação de uma
unidade de regaseificação em terra, no Complexo Industrial e Portuário
do Pecém. Além da Kogas, participam da elaboração do projeto a
distribuidora cearense de gás canalizado (Cegás) e o Grupo Posco E&C
e Daewoo.
O próximo passo será a realização de um estudo de viabilidade do
projeto. O novo terminal terá capacidade para 12 milhões de m3/dia - que
possivelmente será desenvolvida em duas fases de 6 milhões de m3/dia.
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