quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Companhias sul-coreanas mostram interesse em investir no terminal de GNL da Petrobras em Pecém

         As companhias sul-coreanas Kogas (Korea Gas Corporation) e o Grupo Posco E&C/Daewo mostraram interesse em investir US$ 600 milhões em um projeto para substituir a atual unidade do terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, no Porto de Pecém, no Ceará. A posição dessas empresas foi manifestada, apesar dos riscos de desativação da unidade. Elas revelaram ainda que estão mapeando oportunidades de negócios no Estado, por considerarem a perspectiva positiva. 
         O terminal de GNL de Pecém está sob reavaliação desde que o Ministério Público do Estado entrou com uma ação civil pública pedindo a desmobilização da base da BR Distribuidora do Porto de Mucuripe - uma área densamente povoada, em Fortaleza. Com a decisão, a Petrobras estuda liberar o berço ocupado pelo navio de regaseificação, no complexo portuário de Pecém, para as novas instalações da BR.
        As obras exigiriam a mudança de local da unidade de gás e, consequentemente, novos investimentos da Petrobras, num momento em que a empresa aperta o cinto para reduzir custos. A petroleira ainda não definiu o futuro da unidade.
        O terminal de regás de Pecém chegou a ser oferecido pela petroleira, dentro de seu programa de venda de ativos, mas o presidente da estatal, Pedro Parente, já sinalizou que o imbróglio envolvendo as operações da unidade tem afetado a venda do ativo - que possui capacidade para transferir 7 milhões de metros cúbicos diários de gás natural dos navios importadores para a malha de gasodutos.
         "Tem uma demanda para mudar [o atracamento do navio de regaseificação], mas isso tem custos. A questão que se coloca é como os custos serão cobertos. Enquanto não se resolve isso, não teremos como fazer [a venda do terminal de GNL]", disse o executivo, a jornalistas, após apresentação do novo plano de negócios da Petrobras, a empresários, em São Paulo, na segunda-feira.
         Diante das incertezas em torno da operação do terminal, representantes do governo cearense assinaram, este mês, na Coreia do Sul, um memorando de entendimento com a Kogas para a instalação de uma unidade de regaseificação em terra, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Além da Kogas, participam da elaboração do projeto a distribuidora cearense de gás canalizado (Cegás) e o Grupo Posco E&C e Daewoo.
         O próximo passo será a realização de um estudo de viabilidade do projeto. O novo terminal terá capacidade para 12 milhões de m3/dia - que possivelmente será desenvolvida em duas fases de 6 milhões de m3/dia.

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