O armador Kawasaki
Kisen Kaisha, conhecido como K-Line, enviou carta aos clientes,assegurando serem falsas
as informações divulgadas em e-mail disparado pela APL Logistics dias
antes, segundo o qual o transportador japonês estaria à beira de uma potencial
falência. A empresa acrescentou ainda que as afirmações são infundadas e
não se baseiam em qualquer análise financeira, sendo, portanto, falsas.
“Em reunião realizada na quinta-feira, protestamos
veementemente contra a atitude da APLL, que admitiu que a declaração é
falsa e prometeu enviar a seus clientes uma mensagem de retratação.
Consideramos, ainda, a possibilidade de tomar medidas legais cabíveis
sobre as partes envolvidas”, declarou o porta-voz da K-Line ao Lloyd’s
Loading List.
O armador enfatizou que as condições financeiras da
empresa são saudáveis, apontando para os resultados mais recentes, que
as provam como tais. Mais especificamente, a K-Line mencionou o balanço
publicado em 30 de junho de 2016, que revela um caixa de US$ 2,14
milhões (214 bilhões de Ienes); com capital líquido de US$ 3,3 milhões
(330 bilhões de Ienes); solvabilidade de 29,1%; e rácio de liquidez de
154,5%.
Apesar dos números otimistas expostos pela empresa, o
Journal of Commerce lembra que, no ano fiscal de 2015, a K-Line reportou
um prejuízo de US$ 500 milhões, revertendo a boa situação do ano
anterior, quando chegara a obter lucro de US$ 263 milhões. Na
classificação da Moody’s, a empresa também teve queda, de Ba2 para Ba3.
Assim também ocorreu no primeiro trimestre de 2016, com queda de 27,1%
na comparação anual, e prejuízo de US$ 262 milhões no segundo trimestre –
nada diferente, no entanto, da situação da maioria dos armadores
mundiais.
Ao ser consultada pelo Lloyd’s Loading List, a
APL Logistics não se manifestou. Ação ou reação do controverso e-mail
publicado no dia 20 de setembro, os rumores sobre os problemas do
armador japonês tomaram o noticiário internacional durante toda a
semana, algo sobre o qual nem mesmo o instituto de análises Drewry quis
comentar.
Rahul Kapoor,
diretor de Pesquisas de Patrimônio da Drewry, disse que o instituto não
se baseia em comentários especulativos, porém, em termos de status
financeiro, afirma que, de fato, “a K-Line tem passado por alguns
momentos complicados, assim como outros armadores, embora, até o
momento, não haja qualquer sinal que indique risco de falência para a
companhia”.
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