O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes)
restabeleceu o limite de crédito para o Badesul. A decisão ocorreu após
encontro nesta quarta-feira (28) entre representante da agência de
fomento e área do banco federal no Rio de Janeiro. Segundo a assessoria
de imprensa do Bndes, o plano de reestruturação apresentado pela agência
possibilitou a reativação do limite, que foi suspenso em 14 de
setembro.
A medida foi adotada devido a débitos milionários de tomadores,
muitos ligados ao polo naval gaúcho, e problemas em controles e aprovação de
créditos. Em 2015, já haviam sido feito apontamentos pelo Banco Central
(BC) e Tribunal de Contas do Estado. Na reunião, estiveram o secretário
do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, e a
diretora-presidente do Badesul, Susana Kakuta.
Em nota, o governo estadual confirmou o retorno do fluxo de
operações. Foram à reunião integrantes do conselho do Badesul e da
Secretaria da Fazenda do Estado. As liberações de recursos estarão
condicionadas ao plano, que deve assegurar ponto de equilíbrio
operacional e redução de dependência ao Bndes, que acompanhará a
aplicação. "Agora é mãos à obra na retomada das operações para a
reconstrução de uma nova vida no Badesul", disse a presidente.
Nesta quinta-feira (29), está prevista a primeira reunião da
Comissão de Sindicância instaurada pelo Badesul e Estado para averiguar
irregularidades na liberação de recursos no período da gestão indicada
pelo Governo Tarso Genro. O foco principal serão empréstimos sem as
garantias necessárias repassados às empresas Óleo e Gás, Wind Power
Energia e D’Itália, que ultrapassam rombo de R$ 140 milhões.
A instituição gaúcha já vinha sofrendo com perdas decorrentes de
projetos mal sucedidos, passou a enfrentar seu período de maior
fragilidade nas últimas semanas, com a perspectiva de quebra da relação
com o Bndes, que representa 95% das operações do banco de fomento. Nos
últimos dois anos, 25 empresas que tinham empréstimos junto ao Badesul
entraram em recuperação judicial, forçando a instituição a lançar R$ 355
milhões como prejuízo.
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