Os países que formam as 20 maiores economias do mundo repetiram a avaliação de que a
economia global cresce, mas em ritmo mais fraco do que o desejado. O comunicado final da reunião, realizada, em Hangzhou, na China (foto), repetiu os
riscos já mencionados pelo presidente chinês, Xi Jinping, como
volatilidade financeira, flutuação do preço das commodities e fraqueza
no comércio exterior.
O grupo reafirmou a avaliação de que a política
monetária não pode fazer todo o trabalho para a retomada do crescimento
equilibrado, reforçando a importância das reformas estruturais e
execução de ajustes para reduzir desequilíbrios.
"O crescimento continua mais fraco que o desejado. Riscos
permanecem diante do potencial de volatilidade dos mercados financeiros,
flutuações do preço das commodities, fraqueza no comércio e
investimento, e lenta produtividade e crescimento do emprego em alguns
países", citou o comunicado divulgado pela União Europeia.
Até 1h40min da
madrugada da terça-feira na China (14h40 em Brasília), o texto final
não havia sido divulgado na página oficial do G-20 na internet, nem
distribuído aos jornalistas. Além dos riscos globais, o G-20 reconhece que há desafios "nos
desenvolvimentos geopolíticos, aumento do fluxo de refugiados assim como
terrorismo e conflitos que também complicam a perspectiva econômica
global".
Diante dessa avaliação, o grupo das 20 maiores economias do mundo
diz que "a política monetária não pode liderar sozinha o crescimento
equilibrado" da economia. Por isso, o grupo reforça a importância das
reformas estruturais e insta líderes a executar ajustes para reduzir os
desequilíbrios.
O comunicado final reconheceu o problema do excesso de capacidade na
produção global de aço. Além de o potencial de produção disponível ser
maior que a demanda existente, o problema é agravado pela fraca
atividade econômica global. A China é apontada como principal razão para
o problema. Para combater a questão, o grupo anunciou a criação de um
Fórum Global sobre o excesso de capacidade da indústria mundial.
"Nós reconhecemos que há problemas estruturais, inclusive excesso
de capacidade em algumas indústrias, fato exacerbado por uma recuperação
econômica fraca e a demanda do mercado deprimida. Isso tem causado
impacto negativo no comércio e nos trabalhadores", cita o texto. O
comunicado indica que o problema atinge "o aço e outras indústrias", o
que é um entrave global que requer respostas coletivas".
O excesso de produção de aço é registrado especialmente na anfitriã
China, onde a capacidade excede em muito a demanda do mercado, que tem
desacelerado ano após ano. Em julho, algumas siderúrgicas chinesas
anunciaram o início de processo de consolidação que deve reduzir o
parque industrial do setor no país. O problema tem gerado "fábricas
zumbis" - que não produzem por simples falta de compradores - e também
atinge de maneira menos evidente outros setores, como de cimento, carvão
e vidro.
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