A Maersk Line divulgou nota visando a acalmar temores do
mercado de que os 98 navios porta-contêineres da Hanjin Shipping estejam
sujeitos a retenção por parte de seus credores, depois do anúncio
público de que o armador coreano declarou falência. As embarcações Os
navios estão espalhadas pelo mundo todo.
Alguns deles encontram-se parados em portos, outros estão funcionam como armazéns flutuantes, sem destino determinado.
Segundo
a publicação Fairplay, até o momento, acredita-se que três navios foram
retidos, um em Cingapura e dois na China, mas não há indicativos de
que outros casos devam ocorrer. O que se sabe é que há trâmites de
reabilitação judicial atualmente em andamento, que deverão colocar os
navios de volta em operação, embora nenhuma informação tenha sido ainda
confirmada.
No seu comunicado, a Maersk declarou ter recebido
questionamentos acerca de dois navios operando em sistema de charter:
Hanjin New Jersey e Hanjin Florida. Os dois barcos estão navegando na rota Mashariki
entre a Ásia e o leste africano.
“Reiteramos que, apesar
dos nomes que levam, nenhuma das embarcações mencionadas são de
propriedade da Hanjin Shipping, e tampouco operadas pela companhia;
tratam-se de navios exclusivamente operados pela Maersk Line, e, como
tal, os clientes podem continuar a realizar seus embarques sem
preocupação alguma”, argumentou a nota.
A mesma situação
acontece com outros armadores e NVOCCs: das 98 embarcações
porta-contêineres da frota da Hanjin, 61 estão comprometidas com serviços
charter. No entanto, em casos nos quais os navios são de propriedade dos
arrendatários, como Season e Danaos, apenas com operação da Hanjin, os
credores não podem proceder com a retenção dos navios para saldar
dívidas do armador coreano. “Para tal, o navio precisa de fato pertencer
à Hanjin, e não apenas ser operado pela companhia”, explicou Anthony
Woo, da empresa britânica de navegação Clyde & Co.
O mesmo acontece com os contêineres: mesmo quando sinalizados com a marca de uma
determinada companhia, muitos dos equipamentos usados pelos armadores são
alugados e não podem ser retidos apenas por conter um logotipo da
Hanjin. Menos ainda estão sujeitas a retenção as cargas contidas nos
equipamentos, uma vez que não pertencem ao armador.
No
entanto, tomados pelo desespero e pela falta de informações, alguns
credores estão “se agarrando ao que podem”, informou a Fairplay, para só
depois verificar a legalidade das ações, o que tem causado atrasos e
comprometimento à cadeia de suprimentos.
O
processo de reabilitação judicial da Hanjin Shipping já teve início, o
que deve permitir ao armador trilhar um caminho de volta à saúde
financeira, algo que ainda é bastante questionável, dado o montante da
dívida declarada da companhia. O armador coreano soma US$ 5,4 bilhões em
compromissos, o que justifica toda a preocupação de seus credores,
temerosos pela subscrição do prejuízo.
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