segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Maersk Line nega risco de retenção dos 98 navios da Hanjin Shipping

         A Maersk Line divulgou nota visando a acalmar temores do mercado de que os 98 navios porta-contêineres da Hanjin Shipping estejam sujeitos a retenção por parte de seus credores, depois do anúncio público de que o armador coreano declarou falência. As embarcações Os navios estão espalhadas pelo mundo todo. Alguns deles encontram-se parados em portos, outros estão funcionam como armazéns flutuantes, sem destino determinado.
         Segundo a publicação Fairplay, até o momento, acredita-se que três navios foram retidos, um em Cingapura e dois na China, mas não há indicativos de que outros casos devam ocorrer. O que se sabe é que há trâmites de reabilitação judicial atualmente em andamento, que deverão colocar os navios de volta em operação, embora nenhuma informação tenha sido ainda confirmada.
         No seu comunicado, a Maersk declarou ter recebido questionamentos acerca de dois navios operando em sistema de charter: Hanjin New Jersey e Hanjin Florida. Os dois barcos estão navegando na rota Mashariki entre a Ásia e o leste africano.
         “Reiteramos que, apesar dos nomes que levam, nenhuma das embarcações mencionadas são de propriedade da Hanjin Shipping, e tampouco operadas pela companhia; tratam-se de navios exclusivamente operados pela Maersk Line, e, como tal, os clientes podem continuar a realizar seus embarques sem preocupação alguma”, argumentou a nota.
         A mesma situação acontece com outros armadores e NVOCCs: das 98 embarcações porta-contêineres da frota da Hanjin, 61 estão comprometidas com serviços charter. No entanto, em casos nos quais os navios são de propriedade dos arrendatários, como Season e Danaos, apenas com operação da Hanjin, os credores não podem proceder com a retenção dos navios para saldar dívidas do armador coreano. “Para tal, o navio precisa de fato pertencer à Hanjin, e não apenas ser operado pela companhia”, explicou Anthony Woo, da empresa britânica de navegação Clyde & Co.
         O mesmo acontece com os contêineres: mesmo quando sinalizados com a marca de uma determinada companhia, muitos dos equipamentos usados pelos armadores são alugados e não podem ser retidos apenas por conter um logotipo da Hanjin. Menos ainda estão sujeitas a retenção as cargas contidas nos equipamentos, uma vez que não pertencem ao armador.
         No entanto, tomados pelo desespero e pela falta de informações, alguns credores estão “se agarrando ao que podem”, informou a Fairplay, para só depois verificar a legalidade das ações, o que tem causado atrasos e comprometimento à cadeia de suprimentos.
         O processo de reabilitação judicial da Hanjin Shipping já teve início, o que deve permitir ao armador trilhar um caminho de volta à saúde financeira, algo que ainda é bastante questionável, dado o montante da dívida declarada da companhia. O armador coreano soma US$ 5,4 bilhões em compromissos, o que justifica toda a preocupação de seus credores, temerosos pela subscrição do prejuízo.

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