O Terminal Açucareiro do Porto de Suape (parceria da Odebrecht
TransPort com a Agrovia) começa a operar no próximo mês, aproveitando o
início das exportações da safra 2016/2017.O funcionamento-piloto será
realizado inicialmente com duas usinas pernambucanas e depois vai ser
ampliado. Localizado na retroárea do cais 5, o terminal recebeu
investimento de R$ 130 milhões e tem capacidade para movimentar 750
toneladas de açúcar por ano. O local será dedicado aos embarques de
açúcar refinado, deixando para o Porto do Recife as exportações de VHP
(antigo demerara).
“A principal vantagem do terminal será garantir eficiência às
exportações de açúcar. O produto sofria com a pouca disponibilidade de
cais e o embarque chegava a demorar até 15 dias (com o novo equipamento
poderá diminuir para cinco dias). Suape também poderá servir de
plataforma de exportação para outros Estados”, acredita o secretário
estadual de Desenvolvimento Econômico e presidente do Porto de Suape,
Thiago Norões.
O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar e a região do
Centro-Sul ao lado de Pernambuco são os principais fornecedores
internacionais do produto refinado. Em 2015, o açúcar apareceu no topo
das principais mercadorias embarcadas pelo Estado, respondendo por
10,69% da pauta. A expectativa para este ano é que a produção de açúcar
alcance 900 mil toneladas. Desse total, 600 mil toneladas seguem para o
mercado externo, sendo aproximadamente metade de refinado e a outra
metade de VHP.
“A operação do terminal é um sintoma de que a condição logística de
Pernambuco é favorável e diferenciada no Nordeste. Esse terminal
dedicado vai consolidar Suape como um exportador de açúcar refinado. O
porto é credenciado na Bolsa de Valores de Londres, estando apto a
realizar entregas técnicas”, explica o presidente do Sindicato da
Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato
Cunha. O terminal tem localização privilegiada para atender às
principais regiões consumidoras do Mediterrâneo, Costa da África,
Oriente Médio e Europa. “A África é um mercado-alvo, principalmente
países como Nigéria, África do Sul e Gana”, observa Cunha.
Em 2015 foram embarcadas 103,9 mil toneladas de açúcar pelo Porto de
Suape (como carga solta) e outras 91,6 mil toneladas por contêiner. “No
futuro, além de exportar um dos principais produtos da economia
pernambucana, que é o açúcar, o terminal poderá servir para exportação
de importação de outros grãos, a exemplo de malte, cevada, milho, farelo
e soja”, adianta Norões.
Nos últimos anos, as usinas pernambucanas vêm
investindo na reformulação das fábricas para produzir açúcar refinado,
que tem maior valor agregado, mas também têm custos de fabricação mais
elevados. Alguns exemplos são Trapiche, Ipojuca, Olho D’Água, Trapiche,
Santa Tereza e Petribú.
O Terminal Açucareiro também poderá operar com navios de maior porte,
passando de embarcações com capacidade de 10 mil toneladas para 35 mil
toneladas. O terminal ocupa uma área de 72,5 mil metros quadrados e tem
um berço de atracação de 355 metros de extensão.
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