quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Diretor da Maersk mostra preocupação com a cabotagem no Brasil devido à pressão de caminhoneiros

 

          O diretor-gerente da Costa Leste da América do Sul da A.P. Moller-Maersk, Julian Thomas, anunciou que o grupo pretende expandir a prestação de serviços logísticos no Brasil para além da cabotagem. “Temos a vantagem de ter uma carteira enorme de clientes que utilizam nossas embarcações. Com esses contatos, pretendemos aumentar a oferta de serviços prestados”, revelou o executivo.

          Ele explicou ainda que a empresa planeja expandir a movimentação de cargas por via terrestre, aérea e cabotagem, além de planejar investimentos em armazéns e gestão logística. Thomas disse que vê um grande potencial na oferta de serviços ponta a ponta, que no caso da Maersk podem variar de remessa ao consumidor final. Para completar o portfólio de serviços no país, a prioridade será investir em novos galpões, afirmou.

          O grupo também estuda aquisições no Brasil, o que pode acelerar esse movimento. “Existe um potencial de crescimento inorgânico, com oportunidades que podem nos ajudar a dar um salto. Mas, no momento, não há nada de concreto nesse sentido, é uma ideia que estamos estudando”, adiantou o diretor-gerente.

          Thomas manifestou preocupação com a reformulação da regulamentação do setor com a chamada "BR do Mar", proposta que está sendo discutida no Congresso Nacional. Isso porque grupos de caminhoneiros têm pressionado para evitar que as companhias marítimas também façam o transporte terrestre, o que inviabilizaria parte da operação atual da Maersk e todo o seu plano de expansão. Essa proibição foi inclusive incluída no texto por meio de uma emenda, do deputado federal Fausto Pinato (PP-SP). No entanto, o artigo foi retirado do projeto de lei antes de ser aprovado e enviado ao Senado para discussão. Mesmo assim, é um ponto de atenção, disse.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário