A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) mudou a estratégia e congelou a
venda neste ano de uma parcela do capital do terminal de contêineres
Sepetiba Tecon, em Itaguaí (RJ), para o qual passou 2016 buscando um
sócio. A empresa decidiu que o negócio agora deve ser fechado só em 2017.
São dois os motivos: os preços não chegaram ao que Benjamin Steinbruch,
dono da siderúrgica, gostaria, devido à retração dos volumes de
comércio exterior, e a empresa não quer mais sair do negócio. Pretende,
inclusive, investir em outros terminais de contêineres. Procurada, a CSN
não se manifestou.
Em julho, último mês com dados de movimentação portuária disponíveis
na Antaq, agência reguladora do setor, os três terminais especializados
no segmento de contêineres no Estado do Rio de Janeiro - Sepetiba Tecon,
Libra e Multiterminais - escoaram juntos 36,65 mil teus (unidade de
medida equivalente a um contêiner de 20 pés), queda de 24% sobre julho
de 2015. Qualquer um dos três terminais conseguiria abarcar sozinho esse
volume.
Empresa contratada pela CSN em 2015 avaliou o Sepetiba Tecon entre R$
1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Ao longo deste ano, a CSN manteve conversas
com vários interessados, mas sem oferta vinculante. Em agosto chegou a
restringir para três o número de interessados: a líder mundial de
terminais PSA, de Cingapura; a Terminal Link (ligada ao armador francês
CMA CGM); e a brasileira Multiterminais. Agora também a Terminal
Investment Limited (TIL), operadora de terminais ligada ao armador MSC,
demonstrou interesse no ativo.
Até o mês de abril, cinco propostas estavam no páreo, entre elas a da
brasileira TCP e a do grupo turco Yildirim. Originalmente a maioria das
ofertas era para aquisição integral do terminal, mas a CSN reviu a
estratégia e decidiu se desfazer apenas de parte do negócio, atraindo um
sócio. Por essa razão, os interessados adaptaram suas ofertas.
A venda faz parte da estratégia da CSN para reduzir a dívida líquida
ajustada, que encerrou o semestre em R$ 25,8 bilhões. A alavancagem,
medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda, fechou em 8,3
vezes. Vários ativos foram colocados à venda, mas apenas um vendido até o
fim do setembro.
A parceria com a PSA é a que mais atrai a CSN, pois a companhia tem
expressão global e capacidade de atrair armadores, garantindo as escalas
de navios. Em 2015, a PSA movimentou 54 milhões de teus; os portos
brasileiros escoaram no período 9,1 milhões de teus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário