A Petrobras e o Consórcio QGI firmaram o contrato nesta quinta-feira, 4, para a
manutenção da montagem das plataformas P-75 e P-77, no Estaleiro da
Honório Bicalho, em Rio Grande (RS). Analistas avaliaram que depois de meses de desemprego, queda no movimento comercial e
imobiliário na cidade, ocasionados pelas indefinições sobre o
futuro do Polo Naval, os empregos voltarão a ser gerados e, segundo
projeções, serão cerca de 4,5 mil novas vagas já nos próximos meses. Ficou definido que em uma primeira fase serão 1.300 vagas.
Com forte empenho de
lideranças políticas e sindicalistas, na manhã de hoje, os
diretores da Estatal e membros das empresas participantes do Consórcio
QGI reuniram-se novamente na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a fim
de debater os termos do contrato. Foram meses de
indefinições sobre o futuro das duas plataformas, havia até a chance das
mesmas serem enviadas para a China, o que ceifaria as chances de novas
contratações no estaleiro rio-grandino e também geraria um enorme
prejuízo para inúmeros fornecedores.
Dentre os desacordos entre Estatal e
QGI, os principais seriam a exigência por parte da QGI de aditivos no
contrato e a discordância sobre os prazos de conclusão dos projetos. Devido às expectativas
positivas do acordo, na tarde de ontem, uma comissão de sindicalistas e
trabalhadores desempregados do Polo Naval, acompanhados pelo prefeito
Alexandre Lindenmeyer, foram recebidos pelo diretor de Engenharia da
Petrobras Roberto Moro, que garantiu que o contrato entre a Estatal o
Consórcio QGI estava firmado, porém, com algumas flexibilizações de
ambas as partes.
O resultado positivo foi
fruto de um trabalho duro de diversas lideranças, tendo como forte
exemplo deste empenho o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e de
São José do Norte. O presidente do Stimmmerg, Benito Gonçalves chegou a
ficar sete dias amarrado em frente ao estaleiro da QGI, deixando o local
na última terça-feira (30) para continuar com o protesto – acompanhado
de cerca de 200 sindicalistas e trabalhadores desempregados do Polo
Naval – em frente à sede da estatal no Rio de Janeiro.
Segundo informações do
Stimmmerg, durante a reunião com Moro, muitos trabalhadores conversaram
diretamente com o diretor a fim de elucidar a crise e a frustração
causada com as demissões. Segundo o sindicato, alguns sindicalistas
chegaram a chorar ao relatarem a situação dos trabalhadores
desempregados que não viam solução para suas situações.
Ao saber do resultado da
reunião, Benito Gonçalves não escondeu o contentamento. “Nossa vinda ao
Rio de Janeiro foi extremamente positiva. O sindicato nunca desistiu da
luta e nosso prefeito também foi fundamental para que as plataformas
ficassem em Rio Grande. Foi um momento emocionante para nós e bonito de
se ver a esperança de volta para os trabalhadores. É algo que não se vê
todo o dia”, declarou.
O prefeito Alexandre Lindenmeyer acompanhou de perto as negociações
entre as partes. Segundo ele, o acordo contratual foi fruto de uma luta
conjunta. “Apesar da demora no acordo [foram mais de 30 reuniões], essa é
uma grande vitória coletiva, a consagração de uma luta. Dentro de 30
dias, acreditamos que novos empregos já começarão a ser gerados e não
tem como não se emocionar com toda essa expectativa para a cidade”,
comentou.
Sobre a participação de
muitos na luta pela manutenção do Polo na cidade, Lindenmeyer citou o
empenho do Stimmmerg, de diversas entidades rio-grandinas, da Câmara dos
Vereadores e ainda a “grande articulação da própria comunidade”,
concluiu. A construção das
plataformas P-75 e P-77 pela QGI deve gerar entre 4 mil a 4,5 mil
empregos diretos na cidade. Isto é, a metade dos atuais desempregados do
Polo devem ser novamente absorvidos pelo mercado.
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