terça-feira, 4 de outubro de 2016

Petrobras e QGI assinam contrato para construção de duas plataformas em Rio Grande, garantindo o polo naval

         A Petrobras e o Consórcio QGI firmaram o contrato nesta quinta-feira, 4, para a manutenção da montagem das plataformas P-75 e P-77, no Estaleiro da Honório Bicalho, em Rio Grande (RS). Analistas avaliaram que depois de meses de desemprego, queda no movimento comercial e imobiliário na cidade, ocasionados pelas indefinições sobre o futuro do Polo Naval, os empregos voltarão a ser gerados e, segundo projeções, serão cerca de 4,5 mil novas vagas já nos próximos meses. Ficou definido que em uma primeira fase serão 1.300 vagas.
         Com forte empenho de lideranças políticas e sindicalistas, na manhã de hoje, os diretores da Estatal e membros das empresas participantes do Consórcio QGI reuniram-se novamente na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a fim de debater os termos do contrato. Foram meses de indefinições sobre o futuro das duas plataformas, havia até a chance das mesmas serem enviadas para a China, o que ceifaria as chances de novas contratações no estaleiro rio-grandino e também geraria um enorme prejuízo para inúmeros fornecedores.
       Dentre os desacordos entre Estatal e QGI, os principais seriam a exigência por parte da QGI de aditivos no contrato e a discordância sobre os prazos de conclusão dos projetos. Devido às expectativas positivas do acordo, na tarde de ontem, uma comissão de sindicalistas e trabalhadores desempregados do Polo Naval, acompanhados pelo prefeito Alexandre Lindenmeyer, foram recebidos pelo diretor de Engenharia da Petrobras Roberto Moro, que garantiu que o contrato entre a Estatal o Consórcio QGI estava firmado, porém, com algumas flexibilizações de ambas as partes.
        O resultado positivo foi fruto de um trabalho duro de diversas lideranças, tendo como forte exemplo deste empenho o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e de São José do Norte. O presidente do Stimmmerg, Benito Gonçalves chegou a ficar sete dias amarrado em frente ao estaleiro da QGI, deixando o local na última terça-feira (30) para continuar com o protesto – acompanhado de cerca de 200 sindicalistas e trabalhadores desempregados do Polo Naval – em frente à sede da estatal no Rio de Janeiro.
         Segundo informações do Stimmmerg, durante a reunião com Moro, muitos trabalhadores conversaram diretamente com o diretor a fim de elucidar a crise e a frustração causada com as demissões. Segundo o sindicato, alguns sindicalistas chegaram a chorar ao relatarem a situação dos trabalhadores desempregados que não viam solução para suas situações.
         Ao saber do resultado da reunião, Benito Gonçalves não escondeu o contentamento. “Nossa vinda ao Rio de Janeiro foi extremamente positiva. O sindicato nunca desistiu da luta e nosso prefeito também foi fundamental para que as plataformas ficassem em Rio Grande. Foi um momento emocionante para nós e bonito de se ver a esperança de volta para os trabalhadores. É algo que não se vê todo o dia”, declarou.
        O prefeito Alexandre Lindenmeyer acompanhou de perto as negociações entre as partes. Segundo ele, o acordo contratual foi fruto de uma luta conjunta. “Apesar da demora no acordo [foram mais de 30 reuniões], essa é uma grande vitória coletiva, a consagração de uma luta. Dentro de 30 dias, acreditamos que novos empregos já começarão a ser gerados e não tem como não se emocionar com toda essa expectativa para a cidade”, comentou.
       Sobre a participação de muitos na luta pela manutenção do Polo na cidade, Lindenmeyer citou o empenho do Stimmmerg, de diversas entidades rio-grandinas, da Câmara dos Vereadores e ainda a “grande articulação da própria comunidade”, concluiu. A construção das plataformas P-75 e P-77 pela QGI deve gerar entre 4 mil a 4,5 mil empregos diretos na cidade. Isto é, a metade dos atuais desempregados do Polo devem ser novamente absorvidos pelo mercado.

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