Um total de 19,9 milhões de sacas de 60 quilos
de café – 1,19 milhão de toneladas do grão – foi embarcado no Porto de
Santos neste ano, até o mês passado. Com isso, o cais santista segue
como a principal porta de saída da commodity no País, escoando 84,1% da
safra brasileira do produto. Mas esse volume poderia ser maior, se não
houvesse o impacto da greve dos auditores fiscais da Receita Federal,
que já dura três meses.
A
paralisação impacta diretamente na liberação dos certificados de
exportação, necessários para o embarque da carga. A informação é do
Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que realiza
levantamentos mensais sobre o comércio internacional da commodity.
De
acordo com a entidade, as exportações de café somaram 2,5 milhões de
sacas no mês passado em todo o País. No entanto, o volume esperado era
de 3 milhões de sacas. Esta marca foi obtida em agosto.
“Temos
convicção de que (a redução) é algo pontual. Assim que tudo for
regularizado, os números serão atualizados, refletindo a normalidade
registrada em agosto e mantendo o crescimento contínuo conquistado pela
eficiência e pela sustentabilidade de nossos processos produtivos, que
resultam em um café cada vez mais qualificado e interessante para o
consumidor no mundo todo”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson
Carvalhaes.
O
total exportado de janeiro até setembro computou 23,7 milhões de sacas,
com receita de US$ 3.5 milhões. Já a soma dos últimos 12 meses, entre
outubro do ano passado e setembro deste ano, registrou 34 milhões de
sacas com total de receita de US$ 5.1 milhões.
No
mês passado, o destaque foi para os cafés industrializados (torrado e
solúvel), que somaram 302.295 sacas. O volume é 7,7% maior do que os
embarques registrados em setembro do ano passado.
Mesmo
com esse incremento, os cafés verdes mantiveram a liderança das
exportações, com 2,1 milhões de sacas de arábica e 30.486 de robusta. No
entanto, registraram queda de 24,4% em relação ao mesmo período do ano
anterior. Todo esse volume foi responsável por uma receita cambial de
US$ 409,496 milhões. O
preço médio da saca registrado em setembro foi de US$ 163,59, com alta
aproximada de 1.8% em relação ao mês anterior, quando o custo foi de US$
160,62.
Em relação às
exportações de cafés diferenciados, aqueles que têm qualidade superior
ou algum tipo de certificado, o volume embarcado no mês passado foi de
359.250 sacas. Já no acumulado dos três primeiros trimestres, este tipo
da commodity representou 18.6% dos embarques, com um total de 4,4
milhões de sacas, alcançando preços médios de US$ 189,95.
Os
principais destinos do café exportado pelo Brasil são os Estados
Unidos, com 4,6 milhões de sacas no período de janeiro a setembro, a
Alemanha, com 4,2 milhões de sacas, a Itália, que adquiriu 1,9 milhão de
sacas, e o Japão, que foi responsável pela compra de 1,7 milhão de
sacas. No acumulado dos três primeiros trimestres, 120 países consumiram
o café brasileiro.
Os 10
maiores países importadores de cafés diferenciados brasileiros
responderam por 81,3% dos embarques. Os Estados Unidos são responsáveis
por 21% dessas exportações, o equivalente a 910.037 sacas. O Japão
aparece em segundo lugar, com 14%, 628.692 sacas, seguido pela Alemanha
com 12%, 519.434 sacas.
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