O governo brasileiro quer aproveitar a VIII Cúpula dos Brics, que se realizou este final de semana em Goa, na Índia, para
expandir o comércio com os indianos. Segundo o ministro das Relações
Exteriores, José Serra, a corrente de comércio entre os dois países, que
atingiu US$ 7,9 bilhões em 2015, tem potencial para crescer
exponencialmente. “Pode ser duplicada, triplicada, ao longo dos anos,
com muita probabilidade”, disse, ao chegar a Goa, ontem, junto com o
presidente Michel Temer.
O presidente apontou que, além do relacionamento com a Índia,
pretende elevar a integração do País com os Brics (sigla que representa
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e aprofundar os vínculos
com o Japão. “Os Brics, ao longo do tempo deram certo. Não têm uma
organização jurídica, mas há uma relação muito espontânea entre os
países”, disse Temer, acrescentando que essas nações são complementares.
“Há tempos criou-se o banco de desenvolvimento que tem sido muito
útil para os países integrantes do Brics. Amanhã (hoje) trataremos em
primeiro lugar do resultado deste banco de desenvolvimento e a
integração cada vez maior entre esses países contratantes”, disse.
Segundo Temer, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi,
manifestou interesse de realizar um encontro bilateral com o Brasil, o
que será feito na segunda-feira. Ontem, Modi recebeu, em um jantar, além
de Temer, os presidente da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir
Putin, e da África do Sul, Jacob Zuma. Modi também já teve um encontro
bilateral com Putin, no qual foram anunciados projetos de cooperação nas
áreas de defesa e segurança.
Para José Serra, há boas expectativas na aproximação econômica
entre Brasil e Índia, pois o pais asiático é muito grande, “tem um
potencial imenso de importação, de investimentos, interessa muito, até
pela proximidade política no campo internacional”.
Depois da estadia na Índia, Temer vai para o Japão, a convite do
primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, e terá um breve encontro com o
imperador Akihito, reuniões que deverão ocorrer no dia 19. Para Temer,
os laços do Brasil com aquele país são muito grandes. Ele lembrou a
forte presença de empresas nipônicas no mercado nacional e também o
grande número de brasileiros que moram naquela nação asiática.
Na Índia, Temer afirmou que a Cide combustíveis “não vai aumentar”.
Depois que a Petrobras determinou uma redução média no preço do diesel
de 2,7% e de 3,2% no da gasolina, nas refinarias, especialistas
apontaram que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide),
um tributo que incide sobre os combustíveis, poderia ser elevada,
especialmente para compensar perdas de caixa da estatal que viriam da
diminuição de preços. “Não há nada concreto a respeito disso”, disse
Temer.
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