O complexo portuário de Santos (SP) pode ganhar um terminal
de granéis sólidos com operações sustentáveis e um rigoroso controle
ambiental. O empreendimento, batizado como T-Green (T-verde, na tradução
do inglês), é projetado para ser implantado na Ilha das Cobras, em
Cubatão, às margens do Canal de Piaçaguera. Uma das vantagens da
unidade, segundo seus idealizadores, é reduzir os impactos, na região,
do transporte e do embarque de grãos.
O
terminal deve ser construído na ilha entre o Canal de Piaçaguera e o
Rio Cubatão, no interior do Estuário de Santos, em frente à região da
Alemoa. O projeto é elaborado há dois anos pela Portoconsult Negócios e
Participações, contratada pelos proprietários da Ilha das Cobras.
Atualmente, os empreendedores estão em negociações com grupos
internacionais para a implantação do T-Green.
Segundo
a consultoria, a unidade levará para longe de áreas urbanas as
operações de granéis sólidos – hoje, concentradas no Corredor de
Exportação, em Santos, próximo a áreas residenciais. Conforme o projeto,
a instalação contará com acesso ferroviário que ainda será implantado.
Com isso, a expectativa é reduzir o tráfego de caminhões carregados com
grãos nas cidades.
“Com a
identificação da Ilha das Cobras, acreditamos que é possível atenuar o
crescente conflito Porto-Cidade que envolve as incomodidades de trânsito
pesado, retirando 600 caminhões por dia, derramamento de grãos,
proliferação de pombos e ratos e, principalmente, reduzindo a emissão de
partículas na atmosfera, responsável por diversas doenças respiratórias
no entorno da Ponta da Praia”, destacou o consultor da Portoconsult
Negócios e Participações, Antonio Bernardo Neto.
O
novo terminal contará com painéis para geração de energia solar e
cobertura no sistema de carga e descarga dos navios. Está prevista a
reutilização da água da chuva e a implantação de iluminação de LED, o
que garante redução de até 60% do consumo de eletricidade.
Segundo
o consultor, serão utilizadas fontes de energia alternativa para as
operações dos navios, evitando a queima dos combustíveis dos cargueiros.
O terminal ainda usará veículos elétricos.
Com
essas características, a expectativa é de que o empreendimento conte
com certificação internacional de Porto Verde. Para isso, terá de
investir em produtividade, segurança e sustentabilidade das operações.
“O projeto T-Green, no sentido de cumprir sua missão, terá o compromisso
de controlar ambientalmente a recepção, o armazenamento e a expedição
de grãos dentro do seu limite geográfico. Certamente não poderemos
controlar o processo ambiental fora do terminal, mas podemos e desejamos
ter uma participação efetiva na discussão em seu entorno”, disse o
consultor.
Apesar
de o T-Green estar em Cubatão, a Prefeitura de Santos conheceu o
projeto. E, para a Administração Municipal, ele se soma a outros
empreendimentos, como o terminal da VLI, que está na etapa final de
expansão, e o do Grupo Santorini, em fase de licenciamento ambiental.
Ambos estão localizados na Margem Esquerda do Porto, na Área Continental
de Santos.
“Todos têm em
comum o mérito de pretenderem levar a movimentação de uma parcela
importante das commodities agrícolas, como soja, milho e açúcar para
mais o fundo do estuário do Porto, mais próximos, portanto, dos acessos
terrestres, rodovias e ferrovias e, ao mesmo tempo, mais distantes das
áreas urbanas, minimizando assim os impactos dessas operações para os
nossos munícipes”, informou a Prefeitura, em nota.
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