Um dos principais desafios dos produtores e distribuidores é transportar frutas e vegetais em perfeito estado a destinos cada vez mais distantes. A tarefa é difícil e muitas vezes causa perdas durante o trajeto,
tornando esse um dos principais obstáculos às exportações. A partir desta realidade, o projeto Life, parceria entre Alemanha, Irlanda e Espanha, que inclui ainda os centros tecnológicos de AITIIP, IMAR, Lafuente
Tomey e o Centro de Transferência de Tecnologia Consultoria,
desenvolveu o Freshbox.
Coordenado pelo Parque Científico
e Tecnológico de Aula Dei, o projeto, denominado I+D+i, desenvolveu a ideia de um
equipamento específico e funcional para esse tipo de transporte. Com o
aporte de 1.850 milhões de euros, o “equipamento inteligente” pode
prolongar a vida de frutas e vegetais frescos durante o transporte,
alcançando uma redução de resíduos alimentares.
Com previsão de
conclusão em 2017, o recipiente se caracteriza por incorporar uma
membrana de troca de gás, que através de microperfurações, “criará” uma
atmosfera modificada no interior do equipamento. Ele também inclui um
certo número de substâncias ativas como absorventes de etileno e
compostos antimicrobianos.
De acordo com Sara Remon e Ester Arias,
responsáveis pelo projeto de Ciência e Tecnologia do Parque Aula Dei, o
recipiente também é projetado para monitorar as condições da atmosfera
durante o transporte através de sensores que foram integrados na tampa e
são operados por tecnologia RFID. "Ela nos permite controlar todas as
condições tais como a temperatura e a humidade".
As especialistas
destacam ainda que além de contribuir no prolongamento da vida das
frutas e vegetais na prateleira – testes mostraram uma capacidade de até
30% em comparação com o trasporte de formas comuns – o Freshbox traz
outras vantagens e características, uma vez que o recipiente é feito a
partir de materiais recicláveis, biodegradáveis e compostáveis,
“resultando em um menor consumo de combustível durante o transporte”.
Uma particularidade destacada por elas é que ele traz ainda ganhos para o
setor no que se refere a sustentabilidade e competitividade, além de
alcançar menores emissões de CO2. A estimativa é que há
ainda uma redução no desperdício de alimentos em 20%, além de melhorias
físicas, químicas e organolépticas das frutas e legumes em comparação
com o transportes dos mesmos produtos de maneiras convencionais. Em
termos de economia de energia e material, elas ressaltam a estimativa em
20% a menos.
Até agora, os testes já foram realizados com
diversos produtos, que fizeram a rota entre Espanha e Alemanha.
Por
exemplo, "da Alemanha para a Espanha, já viajaram framboesas e
espinafres e da Espanha para a Alemanha foram testados o transporte de
cerejas e morangos." Agora, de acordo com elas serão testados outros
dois produtos na rota Alemanha - Espanha será a vez dos cogumelos,
enquanto que no inverso a vez será das uvas.
“Até o momento o Freshbox é
projetado para o transporte de frutas e legumes em caminhões e
estradas, embora a tecnologia seja transferível para outros modos de
transporte para chegar a mercados mais distantes fora da Europa”,
salienta Remon. Embora
as exportações para países terceiros esteja crescendo, a União Europeia
continua sendo o principal mercado, segundo Arias, isso se explica por
que o projeto se concentrou no transporte rodoviário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário